sexta-feira, 15 de junho de 2012

A Fórmula do Amor: Cap. 51 - As Aparências Enganam




- Seu filho de uma mãe, gala seca do caralho!

- Foi um acidente, Berg!

- Acidente? O que eu te falei, han?

Ludi acordou e disse:

- Gente, o que tá acontecendo? Vocês querem falar baixo ou querem que o motorista escute? Querem botar tudo a perder?

Enquanto nossa amiga resmungava, eu cobria o Rafa de pancada, e ele colocava os braços no rosto para proteger.

- Diz que é mentira porra! Diz que é mentira!

- É VERDADE OK! E PARA DE ME BATER. EU AMO SUA IRMÃ E SOU CAPAZ DE FAZER PRA ELA O MESMO QUE VOCÊ FAZ PELA VALENTINA!

- EU NÃO SOU UM TARADO NÃO!

O caminhão parou.

- Fodeu. A gente já era. E tudo por culpa de vocês dois. - disse Ludi.

Achamos melhor desligar a lanterna, mas logo a luz do sol entrou no caminhão.

- Vocês aí. Rapa fora!

O homem era daqueles estilo lenhador, gordo, feio, peludo, barbudo,fedorento. Dava medo.

- Vamo!

- A gente já ta saindo senhor.

- Por favor não chama a polícia. a gente só quer chegar em Quixadá. Eu vou buscar minha mulher.- falei.

- Mulher?! Você, nessa idade? Faz me rir.

- Sim senhor.

- Beleza, vou ajudar vocês. Espertos não? Olha pra cara de vocês! Tão com fome né.

- Sim, mas não importa.

- Tem um restaurante bem próximo daqui. Vamo lá fazer um lanchinho?

- Claro, a gente aceita.



Diário da Ludi

O restaurante era daqueles bem horríveis mesmo, de beira de estrada. Mas a gente tava com tanta fome que nem pestanejamos.

Quando terminamos de comer, Berg tirou o dinheiro pra pagar nossas despesas.

- Nada disso. - disse o caminhoneiro. - Eu convidei, eu pago.

- Valeu.

Berg ainda estava de cara amarrada pro Rafa.

- Eu vou no banheiro, beleza? - disse o Rafa.

- Não, eu que vou! - disse o Berg.

- Você só inventou de ir porque eu também vou.

- Gente! para! - interrompi.- Já ouviram falar em fila?



Os dois foram pra fila do banheiro. Enquanto isso eu fiquei sozinha com o homem, que terminava de derrubar um prato que parecia ter uns 10 metros de altura só de comida.

Ele ficava olhando pra mim e depois de algum tempo, falou:

- Menina, você tem quantos anos?

- Eu, 16.

- ahh.

Ele veio pra cadeira do meu lado. Tinha um cheiro de sovaco insuportável.

- Legal. Tem namorado?

- Eu vou ver se os meninos já saíram. - ele segurou meu braço.

- Não precisa ficar com medo. Tô só perguntando.

- Não, não tenho.

Ele colocou a mão na minha perna e foi subindo.

- Pedófilo filho da puta! - acertei um murro no saco dele.

- Ai sua piranha!

Peguei a carteira dele que estava em cima da mesa, enquanto ele gemia de dor e corri para a fila do banheiro masculino.

- Gente corre. -gritei pros meninos.

- Que foi?

- Corre porra!

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