quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Resistência Retrô - Para essa pergunta, muitas respostas e todas têm sua validade.

 

O nome Resistência é muito forte, sugestivo, imponente. 

Você vem a se perguntar o que é, de fato, resistir? 

Toda palavra possui diversos significados que variam com relação ao contexto, então não há uma única aplicação. Com 'resistência' não seria diferente.

E eu presumo que a vida é a melhor professora, então ela vai te orientar a encontrar essa resposta que te persegue noite e dia porque todos estamos procurando um sentido, um motivo pra não desistir, não desacreditar, não deixar o trem descarrilhar.

Serei bastante direta para lhes contar como a novela nasceu e espero que não desistam de acompanhar.

Resistência era o nome de um programa que eu conheci por acaso e mesmo sendo muito nova e não tendo nem metade do conhecimento de mundo que tenho hoje, entendi a proposta instantaneamente. Sim, a atração era totalmente voltada aos esportes radicais e era independente, ou seja, precisava de patrocinadores para permanecer no ar. 

Foram 4 maravilhosos meses curtindo boas músicas, aliás, ampliando meu repertório e aprendendo que skate, surf e afins não são modinhas, são mais que vestimentas e gírias. 

O Resistência costumava encorajar os jovens atletas a não abandonarem a carreira, persistirem até o fim, porém a TV Comunitária de Curitiba, que era onde o Resistência era exibido (não tinha horário fixo, podia ser a qualquer momento) tirou do ar 'do nada' e nunca deu satisfação aos fãs. Na época fiquei arrasada, mandei emails, protestei e a única coisa que a direção da TV Comunitária disse é que o programa não tinha patrocínio, mas um dia poderia voltar. E nunca voltou. Nem no youtube não tem nada nem pra recordar e fita cassete que eu tinha gravado alguns trechos arrebentou.

Naquela época eu estava confusa a respeito da religião porque não me identificava com a doutrina católica e queria ser evangélica. Eu cheguei a frequentar grupos de oração no colégio porque quando entrei em depressão e perdi a vontade de estudar, não podia reprovar porque meus pais jamais aceitariam, então conheci alguns amigos evangélicos e via que eles eram mais unidos, verdadeiros e me aceitaram melhor.

Conheci evangélicos mais desprendidos que curtiam rock e muito se falava do rock cristão. Porém, uns e outros eram muito críticos, recriminavam quase tudo e se isolavam achando que somente eles estavam salvos, certos e discutir com eles era perder tempo. Eu me diverti nessa época, vi que era possível curtir a juventude do mesmo jeito, no entanto sempre temente a Deus. Até aí, ótimo... Só que quando começaram a querer mudar o meu jeito de ser, comecei a me sentir oprimida, frequentar o grupo de oração virou uma obrigação e não um prazer. Eu estava com muitas dúvidas e os argumentos que me davam não eram plausíveis, fortes, muito menos os exemplos que tive.

"Quem mais julgava era quem menos deveria. O que algumas pessoas tanto recriminavam era tudo que elas gostariam de fazer. E elas julgavam sem saber que quando você aponta um dedo pro próximo, três dedos se voltam contra você, então é bom mesmo que você seja um exemplo pra falar do outro. Se não é, faça silêncio."

Falavam que revolta não era de Deus, mas tinha muita coisa que eu questionava e buscava entender. Esse vazio que eu sentia e não passava nunca. Eu tinha uma visão de mundo e queriam que eu engolisse outra, não questionasse nada, aceitasse tudo. E eu sou naturalmente revoltada, me oponho a certas coisas mesmo, falo o que eu penso e isso incomoda profundamente algumas pessoas, principalmente aquelas que têm rabo preso.

Eu só queria encontrar a Deus, onde Ele estivesse. Eu não procurava Deus pra arrumar namorado, passar de ano ou ter dinheiro. Eu queria saciar o vazio que eu tinha e ainda tenho no meu coração e acredito que a personagem Laura Prioli, a protagonista de Resistência retrata muito bem isso. A busca pela espiritualidade, a confusão em contraste com os desejos típicos da adolescência, desse turbilhão de emoções que torna o crescimento mais profundo e interessante, embora também machuque muito porque tudo é muito intenso e isso nem sempre é bom.

Grande parte das garotas já teve uma quedinha por um rapaz mais velho. Algumas foram mais longe, engataram um relacionamento quase sempre visto com recriminação pela família, pela sociedade, ainda tão cheia dos preconceitos, ou melhor, dos pré-conceitos, das ideias concebidas para afastar e não unir, para determinar que conhece algo ou alguém mesmo que seja ignorante a respeito. 

Se a diferença de idade entre um jovem casal for muito grande, é lógico que vai repercutir. Não preciso nem me estender para argumentar. É sim um 'choque de gerações' que não pensam do mesmo modo. O casal vive fases distintas. 


Vamos ser francos: a virgindade pode não ser hoje tão discutida, mas todo mundo tem uma posição definida a respeito disso. Há quem seja mais liberal. Os religiosos mais fervorosos ainda batem na tecla de que o homem e a mulher devem se manter castos até o matrimônio, afirmando que o sexo deve ser destinado tão somente à procriação. Alguns mais radicais são contrários até mesmo ao uso da camisinha e execram até mesmo o ficar, tão comum talvez não apenas entre os adolescentes.

Se o amor for verdadeiro e mais forte que o medo, que as fofocas, a inveja, o maldito ciúme, as crises serão superadas e para que isso deixe de ser teoria para se aplicar na prática, é preciso maturidade e sim, muita resistência porque as marés baixas costumam fazer com que questionamos se o que sentimos dura pra sempre, se vale a pena brigar com o mundo por causa de uma pessoa. Se ela for importante pra você, acredito que a resposta é mais que óbvia e se tal desejo foi bilateral, seja feliz, entregue-se. 

Havendo falhas na comunicação, abrem-se brechas para discussões, intermináveis, talvez... Você tem o direito de falar, mas também deve aprender a ouvir, a se colocar no lugar do outro, resolver tudo de forma que ambas as partes se satisfaçam e nem sempre um acordo generoso é simples. Nunca é.

Se você aceitar o fato de que quando começa a namorar, no começo baba sim pela idealização que tem da pessoa, está ciente de que o tempo vai mostrar quem ela realmente é, com todas as falhas e manias, os defeitos. Se você reconhecer suas imperfeições e se permitir melhorar, aí sim poderá dizer que conhece o amor ou está próximo disso.

Laura está prestes a completar 15 anos, foi batizada católica, porém suas crenças se abalaram após a morte da irmã Elisa, no ano anterior. Inconformada com a perda e tomada pela culpa, Laura começou a questionar os desígnios de Deus, na ânsia de entender por que a irmã teve de morrer tão tragicamente. Após muitos meses de dor e luto, a garota reage quando conhece o skatista Marcelo, 10 anos mais velho que ela.

Ninguém imaginou que duas pessoas vivendo em mundos tão diferentes iriam se apaixonar e é o que vai acontecer com Laura e Marcelo. Um amor inesperado, mas ao mesmo tempo tão certo, tão bonito. O primeiro amor de Laura.

Marcelo, evangélico, skatista e colecionador de troféus, com uma legião de fãs. Em Laura ele encontra a garota certa para namorar, compartilhar sonhos e ideias. No entanto, o embate teológico sempre será uma resistência para ambos.

A novela nasceu em 19 de setembro de 2004, mas não a levei muito a sério, só retomando o projeto em abril de 2006. Depois parei de novo e voltei em maio de 2012, quando por razões que prefiro não detalhar, quase cancelei A Governanta. Cheguei a escrever alguns capítulos e postar Resistência no FB. A webnovela foi bem aceita pelos jovens e teve muitas visitas, mas eu não estava com cabeça pra ela naquele momento, estava cheia de problemas, medos, sentia que 'não era pra ser'. Parei.

Sempre que penso em Resistência me vem a mente Girassol do IRA! que é um dos temas de amor de Laura e Marcelo. É uma música que me inspirou muito em 2006, quando mexi na novela e a tenho inteira na cabeça, então com o apoio de vocês espero iniciar e ir até o último capítulo. A meta será de 10 pontos e espero cumprí-la. Claro que vou curtir comentários, mas não irei tolerar ofensas e baixaria.

A novela não será exibida nos feriados e quando houver algum imprevisto que me impeça de postar, o capítulo será jogado para o sábado.

A convite da Carol Garcia, retornei ao MTVW em dezembro passado e quero participar ativamente da reerguida do blog, então nada como apostar em um projeto que pode mobilizar a nação jovem, discutir temas ainda vistos como tabu e mostrar que é possível escrever tramas jovens sem precisar fazer uso desses clichês chatos, tipo protagonista perfeita, mocinho líder do time, bandinha pop e uma realidade muito distante da vivenciada diariamente. Essa fórmula pode até dar certo, mas não é a única pra se ter sucesso. O que realmente faz a diferença é saber a hora certa de dizer. 

Se outras webs jovens tiveram sua chance, por que Resistência não pode ter a sua?

2 comentários:

  1. Muito linda a história, linda mesmo. Eu espero que todos deem uma chance a Resistência, por que além de ser uma trama jovem, retrata assuntos, e ensina muito para os leitores. Eu vou estar aqui sempre a partir do dia 14, assim como estava na exibição do FB, sempre deixando comentários (espero que eu não seja chato kkk) (:
    Enfim, que Resistência venha com tudo!

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  2. Vc não é chato não... :)
    Torço pra que Resistência consiga um bom alcance entre os jovens, pois vou falar de temas que as fanfics lá do FB nunca vão falar. Vou mostrar personagens com características reais, não pessoas perfeitas, tudo perfeito demais pq a vida não é assim...
    E por que não dizer que viver é resistir? kkk

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