53º
Capítulo – O desfecho da tragédia!
A polícia invade o salão de beleza e encontra Iury, Laly e Milene desacordados.
Ao final do noticiário, destaque para o desfecho
do sequestro. Um repórter cobre o fato em tempo real pelo telefone.
-As primeiras informações que chegam até a nossa
central de jornalismo é que há mortos no local. Repetimos: há mortos no local.
Os olhos de Eleonora brilham, pois a megera
pensa que Laly morreu.
-E a vagabundinha enfim teve o que merecia. A
justiça é tarda, mas não falha. Deus é mesmo perfeito. – pensa a madrasta de
Laly
Edílson parece não acreditar muito no que está
acontecendo. Gustavo muito menos.
Aimée, Fernanda e Gabriel choram muito e as
notícias que chegam são muito confusas e não esclarecem nada.
-O IURY MORREU... NÃO FOI?
Aimée se ajoelha no meio da rua interditada pelo
GATE. Fernanda e Gabriel ajudam a irmã a se levantar e tentam confortá-la.
-São só especulações, maninha. Sabe que é fofoca
de beata. Ninguém ainda sabe de nada. Pode ser que tenha sido só um tiro de
raspão que acertou a parede, sei lá. Temos de ser otimistas. – Fernanda mente
para si mesma
-Alguém morreu sim. Olhe lá... – Gabriel comenta
E os olhos de todos se voltam para a maca que
sai do salão de D. Emília com uma pessoa coberta pelo tecido branco e ao mesmo
tempo fúnebre o bastante para desesperar mais ainda quem aguarda por uma
notícia convincente, mesmo que seja a pior possível.
- O PAI DO MEU FILHO MORREU... O PAI DO MEU
FILHO MORREU...
Aimée se ajoelha novamente no asfalto e esganiça
tanto que Gilberto, que chega ao local da tragédia para procurar os filhos e
saber de mais informações, leva a filha para longe.
Mayra acha que Laly morreu e cai no choro,
abraçando Emília.
-Por que eles não querem falar, mãe? Por quê? É
porque a Lalinha morreu, não é?
-Ainda não sabemos quem morreu.
-Mas
morreu alguém, certo?
Amado, ainda incrédulo, procura por Milene e
encontra Edílson. Ambos estão consternados.
-Até agora não creio que Milene tenha sido capaz
disso. Mili parecia gostar tanto de Lalinha e Laly de Mili. – Amado comenta com
o irmão
-Lembre-se de que nos últimos dias elas estavam
em pé de guerra.
-Implicância de adolescentes. Coisa que passa...
Laly e Milene praticamente nasceram e cresceram juntas, sempre se amaram muito
e eu tinha e na verdade ainda tenho certeza de que o atrito que elas tiveram
será passageiro e tão logo elas estarão interagindo e lembrando com saudade
desses tempos de mocidade. Paixões vêm e vão. A amizade não.
-Lembre-se de que tudo isso está acontecendo por
causa de um garoto.
-Queira Deus que nossas filhas não estejam entre
os mortos.
-Queira Deus. Se bem que quando vir Laly darei
uma boa surra nela por me envergonhar diante da cidade toda. Com um noivo
maravilhoso, casamento marcado, foi se meter numa encrenca dessas, desonrando o
meu nome perante todo mundo. Com que cara me apresentarei diante dos Figueira
Antares depois do incidente de hoje? Parece mesmo que Laly não pensa nem um
pouco em mim. Puxou mesmo aquela raça maldita da Ingrid.
Independente de sua posição quanto ao caso e a
relação com os três envolvidos no drama passional que mobilizou a cidade, todos
estão em frente aos televisores ou mesmo no local da tragédia aguardando por
qualquer nova informação que não seja especulação, pois há diversos urubus
dizendo que os três jovens estão mortos ou supondo fatos mais absurdos ainda.
Como ninguém pode desmentir, cada um pensa o que
quiser, porém quando um plantão interrompe a novela, a expressão do repórter é
de apavorar qualquer um, até quem domina por completo os sentimentos.
-Interrompemos nossa programação normal...
Eleonora comenta com a amiga.
-Coisa boa não deve ser.
-A jovem Milene Moraes, de apenas 14 anos, está
morta! Repito: Milene Moraes está morta! Ainda não se sabe se a adolescente
atirou contra a própria cabeça ou se um dos reféns a assassinou. – anuncia o
repórter
Amado, pai de Milene, sofreu uma carga muito
forte de emoção e faleceu ao saber que a filha está morta.
MINUTOS ANTES...
-Milene, por que você não se rende e vai se
tratar? - sugeriu Laly, ainda com piedade da prima
-EU JÁ DISSE QUE NÃO SOU LOUCA! - berrou Milene,
completamente louca
-LIBERTA A GENTE, MILENE, POR FAVOR!NÃO CRIE
MAIS PROBLEMAS PRA VOCÊ. - implorou Iury
-A ÚNICA CRIADORA DE PROBLEMAS AQUI É SUA
NAMORADINHA E JÁ QUE VOCÊS ESTÃO ME FAZENDO SOFRER, POR QUE NÃO FACILITAR?
Milene atira em Laly e Iury salta na frente da
protagonista. A polícia escuta os disparos e os policiais à paisana, já
preparados para lidar com esse tipo de operação, invadem o salão.
A REPERCUSSÃO...
A bala atingiu o braço direito de Laly. Iury foi
acertado de raspão no ombro.
Laly está em estado de choque e evita dar
qualquer versão sobre o incidente. Na verdade a jovem está em estado de negação
e sob efeito de sedativos.
Milene e seu pai são enterrados. Eleonora vai
fazer a varredura da casa e encontra diários de Milene que logo vão parar nas
mãos da mídia e se tornam assuntos para fofoca entre os moradores da cidade.
Nesses diários, datados de quatro anos antes,
Milene descreve seu amor por Iury e ao que se entende ela acreditava que Iury
também a amava.
-A pobrezinha sempre gostou dele... - suspira
Eleonora
-Então quer dizer que a Laly sabia do amor da
prima e a magoou de propósito? - comenta uma fofoqueira enquanto bebe chimarrão
-Que tristeza! Seu Amado e Milene morreram. Ela,
tão linda, tão jovem, com um futuro lindo pela frente...
-É lamentável...
De impiedosa sequestradora, Milene passa a ser a
menininha apaixonada, enquanto Laly passa a ser a megera que roubou Iury da
prima.
Iury, quatro anos antes, não sabia que Milene
existia. Iury conheceu Laly por primeiro e só então foi apresentado a Milene,
com 11 anos na ocasião.
Milene passou a ter obsessão por Iury a partir
dos 13 anos, mas só escancarou seu desejo de possuí-lo quando Gustavo e Laly
noivaram.
Quem conhece Mili sabe que essa história é
mentira. Mayra, que é fiel amiga de Laly, parece ser a única com sensatez por
ali porque por conhecer Milene de verdade, sabe que a garota era mesmo capaz de
tudo...
-Não acredito que tem gente acreditando nessa
historinha de menininha apaixonada. A guria era doente e não é só porque ela
está morta que eu vou ser hipócrita. Convenhamos: a Milene sempre deixou
declarado que ODIAVA a Laly.
-Eu
acho que lembro disso... - Gabriel comenta
-A Laly foi traída. Você acreditar que uma
pessoa gosta de você e depois descobrir que ela te odeia e quer seu mal... Como
você ficaria? E que eu me recorde, Milene seguiu nosso professor de geografia
até o homem não agüentar mais e pedir pra sair do colégio. Não lembra, Grazi?
-Não... - Grazielle responde
-Lembra sim, Grazi.
-Eu lembro, mas ela ta morta agora...
-Daí só porque morreu virou santa? Lembro muito
bem quando a Laly e o Iury começaram a namorar, que minha mãe eu e sabíamos da
relação e não contamos ao Sr. Edílson porque a Lalinha tinha medo de apanhar...
A Milene parecia não se importar com o Iury e nem escrevia diário nenhum...
-Talvez você não via. - interveio Gabriel
-Eu dormia muito na casa da Milene e conhecia
cada centímetro daquele quarto. Minha memória pode não ser 100%, mas eu lembro
nitidamente que a Milene era boa em matemática e odiava ler.
-Por que você não fala a verdade? - sugere
Fernanda
-Todo mundo ta muito comovidinho com a história
e a Milene virou mocinha. Até agora to pasma, custando a acreditar nisso...
-E eu então...
Som: Flores (acústico) –
Titãs & Marisa Monte.
Mesmo sabendo que Laly acabou de sofrer um
grande trauma, Gustavo continua firme e forte com os planos de casamento e
antes mesmo de Laly recuperar-se plenamente do tiro e do trauma de ser feita
refém, da perda da prima, Figueira Antares com sua influência consegue acesso
ao quarto onde a noiva está e para em frente à porta.
-Essa foi por pouco... – Gustavo está com as
duas mãos dentro do bolso da calça de tergal
-Não pensei que viesse.
-E por que não deveria?
-Nós não iremos nos casar. – Laly com esforço se
senta em seu leito
-Dê-me uma boa razão para isso. – Gustavo com
grosseria encosta a porta do aposento
-Eu não te amo, nunca te amei e nunca irei amar.
-Assim que você tiver alta, iremos nos casar.
-Ah Gustavo! Não sei se esse é o melhor momento
pra isso.
-Mas é claro que é, Lalinha. Depois de um
momento de tristeza, vamos reunir a cidade para uma ocasião alegre... Eu disse
e já está dito! Assim que você receber alta, nem Deus impede nosso casamento.
Som: Will you still love me - Chicago.
Aimée está muito feliz por saber que Iury
escapou ileso das garras de Milene. O jovem ainda está confuso com toda
repercussão do sequestro e não deixa de se sentir culpado pelo que houve,
lamentando principalmente pelo sofrimento de Laly na história.
-Eu não posso ir para Florianópolis sem me
entender com a Lalinha. Meu filho, seu pai te pede perdão, mas eu não acho
justo que você segure esse casamento de fachada que não irá acontecer. Não
mesmo. Eu não vou me enganar por nem mais um segundo.
Iury se dirige ao hospital em que Laly está
internada e não poderia estar com mais sorte: o horário de visitas chegou e
Lalinha está sozinha. A protagonista não estava esperando ninguém e se emociona
ao ver Iury parado em frente a porta, como se temesse entrar e ser inconveniente
ou até mesmo de ser expulso por Laly, sobretudo depois de tudo que aconteceu
entre eles nos últimos meses.
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