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sábado, 5 de maio de 2012

Considerações finais da autora!!!





Eu não gosto de dizer que o sonho acabou. Que vai deixar saudades é mais que certo, mas valeu. Por cada segundo, cada parágrafo, cada desafio. Valeu. Atrevo-me a dizer que viveria tudo de novo por Confissões. Tudinho.

Decidi que levaria Confissões ao ar faltando apenas duas semanas para estrear.  Inspirada nas primeiras postagens em meu blog de pensamentos e poesias, passava meus dias dando vida aos amores e dilemas de Lalinha. Inicialmente era um segredo em off, já que por duas vezes postei aqui no site e não tive nenhum reconhecimento. Mais problemas que comentários e pensava até estar seguindo o sonho errado.

Lalinha, assim como eu, não conheceu o lado doce do amor. Quase sempre trombou com cafajestes que a fizeram sofrer. Escrevo em um idioma que compreendam. Minha intenção não é criar personagens perfeitos e jamais será. Ser inesquecível já ultrapassa toda e qualquer expectativa.

Sou contra idealizações, até porque fujo do padrão de beleza imposto pela sociedade. As músicas Dove – Moony e Carolyna – Mel C, ambas temas de Laly, me representam. Senti muito medo de que parassem de ler a web quando Lalinha se tornasse atriz pornô, porém, para meu próprio espanto, a audiência aumentou 24 pontos de outubro para novembro.



Percebo que grande parte para não dizer 90% das autoras do site muitas vezes perdem tempo descrevendo mocinhas perfeitas que em alguns casos podem até deprimir a leitora, ainda mais se esta estiver em processo de crescimento e transmitindo valores equivocados que infelizmente poucas vezes são contestados. Eu quebro esse tabu mostrando mulheres que com seus biótipos distintos são lindas como são, bem como diz a canção.

Quem disse que o galã não pode ser baixinho? E que o gordinho não pode galantear?Que todas as mocinhas precisam ter 15 anos e morar em mansões? Chega disso, gente! Estamos no Brasil que mesmo não sendo o país mais perfeito, tem muito a mostrar, por isso não gosto de batizar meus personagens com nomes ‘americanizados’ e ambientar tramas irrealistas. Eis a razão pela qual não sou exatamente a autora mais querida.

Me desculpem pelo desabafo um tanto utópico em meio as considerações finais, mas escrever a trama foi uma experiência prazerosa, inigualável, enriquecedora e sem mais delongas, o divisor de águas da minha vida e quem sabe de alguns leitores também, pois sem o apoio de vocês eu nem sequer teria chegado ao 50º capítulo.

A 1ª fase possui suma importância para a trama, claro, sem ela vocês não teriam o privilégio de conhecer Lílian, Pepo, Gilberto, Abel, este último me surpreendeu porque seria apenas o ex-noivo sem noção da leoa, entretanto acabou terminando a novela contando com o carinho e a torcida do público. Iury, por sua vez, ficou com um pouco ofuscado com o brilho do sagui.

Em 11/09 a mudança do site. Por muito pouco, dois dias depois, não abortei a web. Se não fosse o apoio da Carol eu teria perdido a cabeça e excluído. Pensando bem, teria feito uma grande cagada (sem censuras, ok?), estragando minha carreira e poucos sabem que antes de setembro a alegria de ver os leitores conhecendo Confissões e se envolvendo fez com que eu concluísse os serviços e aprimorando cada capítulo sempre.

Quando o 73º capítulo, último da 1ª fase, foi ao ar eu não me entristeci. Missão cumprida. Eu, definitivamente, não era mais a mesma Mary medrosa e insegura de junho, que achava que não teria nem 2 leitores e me prendia a um relacionamento virtual de mentira (bom, chega de lembrar de coisas ruins) porque pensava que jamais conseguiria algo melhor.

Confissões de Laly me fez voltar a acreditar em finais felizes, em sonhos que se realizam, amores inesperados, amigos verdadeiros e que mesmo que eu seja só uma escritora perdida em uma rede social ditada por traumas e cenas hot, saio orgulhosa por ter atingido a marca de 29 leitores, top 100 mensal, 300 geral, fazendo a diferença com as ideias que tenho.

Temia sim que não curtissem a 2ª fase porque esta seria mais tranquila no começo, todavia assim que levei o 74º capítulo ao ar, meu antigo pc queimou e a última alternativa que veio a mente (não veio, ufa!) foi abrir mão. Adoro me lembrar de novembro, de todos os capítulos postados durante as 5 semanas sem pc. Minha irmã foi muito gentil ao me ceder. Outra pessoa não o faria. Ela todos os dias perguntava ‘Se eu não ia postar, como estava a novela e até de cara por ver tanta fanfic idiota no top 10... ’ e olha que ela nem conhecia o site.

A sequencia da Laly dançando Ragatanga para ajudar Lílian foi escrita antes mesmo de a novela estrear, assim como Lalinha depredando o carro de Abel e a cantoria do sagui de gravata borboleta. Os apelidos do casal vieram por acaso, assim como todas as grandes reviravoltas que deram um toque todo especial a história.

Laly e Abel foram minhas companhias em um deprimente Dia dos Namorados o qual questionei porque ainda vivia, se tinha, de fato, algo a esperar. Pensei até em tentar suicídio. Solidão extrema e não apenas falta de amor, mas de amor próprio, confiança, entusiasmo. Falta de novidades e muito farta de hipocrisia, falsidade, arapucas, ofensas...

Assim como Laly eu sou ridicularizada por querer ser jornalista e mais ainda porque venho de condições humildes. Muitas pessoas próximas me debocham por eu escrever novelas, julgam isso como ‘futilidade’, refutando minhas ideias, culpando os folhetins por todo mal que há no mundo e desmerecendo meus esforços. Por isso mesmo demorei tantos anos para me encorajar e no mais escroto português meter as fuças atrás desse sonho.

A partir de agora não se confere mais as atualizações, porém o endereço, até quando for possível, permanecerá em aberto (uma reprise, quem sabe?) para que novos leitores se unam a causa e os antigos possam matar a saudade de vez em quando. Confissões é a prova viva de que o sonho aconteceu e a leoa baixinha incomodou os traumas e cenas hot provando SIM que é possível criar uma webnovela original.

A leoa e o sagui saem de cena para que os futuros universitários entrem. Em meu coração, obviamente, haverá espaço para quantos mais mundos vierem a nascer e, acreditem, sinto as borboletas no estômago como se fosse a primeira vez.

 

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sexta-feira, 4 de maio de 2012

Confissões de Laly Cap 156 - Antes tarde do que nunca! (ÚLTIMO CAPÍTULO!)




UM OLHAR TODO ESPECIAL...

Fernanda e Fuinha namoraram por mais um tempo até resolverem trocar alianças, pois minha amiga passou a levar os estudos tão a sério que passou de ano sem precisar fazer recuperação ou apelar para o conselho de classe.

-Meus parabéns, hein, Fer... – a abracei – Você merece.

-Papai estaria orgulhoso se soubesse. – Fer se emocionou ao se lembrar do pai

-Ele está. – Fuinha a abraçou

-Também quero abraço! – Lílian separou o casal para abraça-los também

Tomar conta de Lílian fez com que minha melhor amiga amadurecesse e pensasse não apenas no futuro e em si mesma, mas no bem estar da menina Lílian, já com 11 anos, crescendo tão depressa que tão logo será mais alta que eu.

E não é que as histórias realmente se repetem?

-Sabia que quando eu crescer quero ser miss igual a você? – Bruninha já desfilava para os amigos

Fernanda não conseguiu ter a desejava projeção nacional como Miss. No entanto, era inegável sua beleza e natural identificação com o público, por isso mesmo resolveu investir em um negócio próprio, algo que com certeza chamaria muito a atenção.

-Um curso de miss? – May perguntou

-Não é apenas um curso de miss, mas uma preparação para vida. Você tem um sonho, certo? Sonhar é a etapa mais fácil. Materializar é para os fortes. Nem tudo para mim foram só flores. Para poder ser miss eu tive de aprender a perder e ouvir mais nãos do que sins. Se você não sabe, aprende na marra. A vida não vai te afagar, te isentar de nada. Nesse curso você aprende as regras básicas de etiqueta, maquiagem e sai não somente pronta para desfilar passarelas afora, mas pronta para a vida adulta.

-Fernanda filósofa, é?

-Coisas do Fuinha...

Fernanda era uma ótima professora e contratou uma equipe de maquiadoras, cabeleireiras e até mesmo mestres em outras áreas.

-Essa história de que miss só lê futilidades e conhece 10 palavras morreu hoje. Para uma lady não cola nada bem falar errado. Se tiver dúvida quanto a uma palavra, não a escreva. Erros de ortografia estão sempre fora de moda. Sempre. Ta aí algo que irrita qualquer jurado. Se possível, apanhe um dicionário e ao que contrário do que sugerem, não é o pai dos burros. Os ignorantes se garantem com seus achismos e os com sede de saber não se contentarão com pouco. Resumindo tudo: não vivam sem seus dicionários e se não possuem o hábito de ler, comecei com revistas, gibis, qualquer coisa que as interesse, até que aos poucos insiram em sua rotina livros maiores.

Mário tornou-se maquiador oficial da Fer Glamour Misses & Cia e ministrava aulas de maquiagem como poucos profissionais o fariam. Ele realmente se encontrou.

Naira e Flavio se apaixonaram perdidamente e foram morar juntos em São Paulo. Minha amiga ex-freira descobriu sua verdadeira vocação.

-GRAVANDO. – gritou o diretor

Naira e Flavio foram contratados pela produtora de Claudio para protagonizarem os novos sucessos eróticos. Naira escondeu seu rebolado por muito tempo, mas não a vida toda.

Já May levava mesmo jeito para ser mãe e Pablo era um papai e tanto para Pepo e as lindas trigêmeas que eram tão apressadinhas e nasceram aos sete meses de gestação. Apesar do susto, Carol, Luana e Sarah nasceram perfeitas e não poderiam não ser lindas; puxaram mamãe e papai, ambos lindos.

Ao contrário do que sugeriam, Pepo e Pablo se entendiam muito bem. Pablo adorava jogar futebol de botão com Pepo e ambos conversavam muito. Eram em minoria na casa. Pepo se apaixonou pelas 3 irmãs.

-Elas são tão pequenininhas.

-Quando crescerem você terá de cuidar delas. – Pablo, com um dos braços apoiados no ombro do enteado, brincou

-Vou ter muito trabalho. Elas são lindas.

Emília e papai estão felizes juntos. Ambos cinquentões não poderiam mais ter filhos, mas são compensados pelos tantos netos. Era justo que depois de todo sofrimento e anos em vão Edílson pudesse saber o que é ter uma família de verdade com toda aquela barulheira de criança correndo, pulando, enchendo o recinto de vida, uma infinita alegria pertencente aos pequenos porque eles ainda desconhecem toda escuridão do mundo.

-Quando é que você vai me dar netinhos, Lalinha? Hein, minha filha, eu quero ser avô logo...

Eu só tive a honra de saber como é ser filha, ser verdadeiramente amada quando me tornei hóspede dos Gallardo, por isso onde quer que esteja (e eu sei que ele olha por nós), Gilberto Gallardo nunca será esquecido. Ele foi o pai de todas nós; May, Fer, Lílian, Cybele, Yasmin, Rafinha, Pepo, Bruninha.

Pai, avô, amigo. Seus ensinamentos serão levados por toda posteridade, pelas próximas gerações. Seremos todos orgulhosos por termos a oportunidade rara de conviver com alguém que preservou a bondade até o último suspiro.

Eu jamais aprenderia a perdoar meu pai se não precisasse voltar para meu lugar, para onde sempre foi meu lugar. Eu não fugi das estradas esburacadas, das vizinhas fofoqueiras, dos olhares de recriminação. Eu escapei do medo de ser eu mesma, do temor que me acompanhou a vida inteira porque eu sempre sentia que faltava algo e eu procurei me abrigar em lugares errados, com valores equivocados e tudo de que precisava era aprender a me conhecer.

Eu pensava que meu pai era um homem frio e me odiava, mas não sabia o oceano de dor que guardava em seu coração, o quanto devia ser difícil abrir mão de uma juventude de sonhos para viver aquela vida medíocre sendo mero operário, apenas outro cartão, salário limitado, esposa grosseira, única alegria o futebol de domingo na televisão, ver seu time ganhar ou perder e mesmo não sendo quem gostaria, ainda sabia amar, ser homem e quem diria que Emília e ele fariam um casal tão bonito?

Muitas vezes quem menos demonstra é aquele que mais se preocupa. Normalmente as melhores coisas da vida acontecem não quando queremos, mas quando precisamos. Não sei exemplificar porque eu sonhava que toda a magia viria até a mim na adolescência porque aos 30, na minha imaginação, eu já teria todas as respostas da vida e do mundo em mãos, na ponta da língua e crescendo percebi que quando você pensa saber tudo, o imprevisível te surpreende mais uma vez.

Cybele voltou para sua antiga cidade com Yasmin e Rafa. Lílian e Yasmin continuam amigas porque se falam todo dia pela internet, ainda que a saudade seja muito grande e não caiba no teclado nem nas frases de despedida.

-Enquanto estivermos usando nossa pulseirinha da amizade seremos sempre irmãs. – Lílian avisa Yasmin pela webcam e ambas mostram as pulseirinhas que trocaram no último Natal com Gilberto vivo

-Sempre irmãs. – as meninas repetem juntas

Biel e Grazi são felizes em Campinas cuidando dos animais e dedicando-se ao meio ambiente, suas causas e controvérsias. Grazielle engravidou novamente e outro menino veio ao mundo: Gilberto, em homenagem ao pai. Juan e Álvaro crescem e já mostram sinais de que seguirão a carreira dos pais. Lílian costuma passar as férias por lá onde tem seus amigos Rick, Pipa, Pato e Cândida, bem como éramos Dani, Dorminhoco, Fuinha e eu entre os anos 80 e 90.

Por falar em Dani, um belo dia eu fui surpreendida pela visita da própria em carne e osso ao lado de Tio Abílio e eu soube que a indiferença de todos para comigo não tinha nenhum relacionamento com o incidente de Milene, mas sim com o meteórico namoro de minha prima com o diretor da Toda Poderosa e o desemprego de Abílio, pois quando a gráfica em que meu tio trabalhava foi fechada por conta dos gabaritos falsificados, a família desmoronou.

-Você nos deixou preocupados indo embora sem nos avisar... – meu tio Abílio me abraçava – Nos representou muito bem lá na casa...

-Obrigada, tio.

-É uma pena que Conceição já não esteja mais aqui. Ela morreu pedindo para te ver e ninguém nunca mais soube de seu paradeiro nem tivemos pistas para onde foi, mas sempre sentimos muito sua falta.

Tia Conceição morreu de câncer em 1999 e Túlio tornou-se fuzileiro naval. Tio Abílio estava morando sozinho em uma quitinete onde levava uma vida tranquila. Com mais uns dias ele se mudou para Guaratuba e passou a sair mais com meu pai e Emília para os famosos bailinhos da saudade onde jogava conversa fora com o pessoal de sua geração e curtia a aposentadoria, as partidas de baralho, músicas lentas e o romantismo que cultivavam até o fim.

Celso (Dorminhoco) e Constantina continuam casados e ela pregando a fé através do programa religioso na parte da madrugada. O advogado continua prestando seus honrados serviços à sociedade e lutando pelo bem, pelos fracos e oprimidos, por quem não tem voz para protestar.

Abel continuou fazendo sucesso frente ao Toda Poderosa News. Conhecido pelo inigualável e intocável visual, esbanjava carisma, competência, prendendo o público ao noticiário durante o almoço.

-Boa tarde! Sejam todos muito bem-vindos ao Toda Poderosa News. Com vocês podem perceber, a partir de hoje ganhamos reforços...

Girei lentamente a cadeira e acenei. Levantei –me e Abel, estendendo seu braço para me trazer até o estúdio, me apresentou aos telespectadores, apesar de que foram os próprios que solicitaram minha presença no noticiário.

-Com vocês, Lalinha, ou melhor, Laly Antunes Moraes Santiago, a minha, a nossa leoa a partir de hoje embelezando o Toda Poderosa News 1ª Edição.

-Estamos servidos. Almoce em nossa agradável companhia e fique informado sobre o está acontecendo no Brasil e no mundo. – apresentei-me ao público – Está no ar o Toda Poderosa News 1ª Edição...

Lílian está descobrindo na escrita um consolo para suas tristezas. Crescer não tem sido fácil para minha menina dos olhos. Lílian acabou por perdoar Iury e é uma das poucas pessoas que o visita na prisão, comunicando-se com ele por cartas, apesar de ainda não aceitar que ele a chame de filha...

-Filha querida.

Iury terá de conviver com o arrependimento de ter agido por impulsos, por não ter tido a vida que realmente sonhava, nem mesmo a consideração da própria filha. Poderia se aventurar em um novo amor, uma especialização, uma mudança de cidade ou apenas uma banal viagem. A pior ausência de liberdade é quando seus próprios pensamentos te tornam refém.

Iury se lamentará pelo que disse por demais, pelo que deveria ter falado e isso teria mudado muita coisa em sua vida? Ter me deixado ir foi à coisa mais esperta ou tola que fez? Amar-me-ia ou tinha medo de romper com o passado? Perguntas e verbos conjugados no futuro do pretérito. Indagações, constatações, suposições e repressões.

Enquanto Laly narra à última cena, vocês poderão relembrar, conforme a descrição, alguns momentos importantes da novela. No primeiro parágrafo Laly beija Iury na praia naquela cena em que eles planejavam fugir e ao longo deste, Laly chora por Abel, se lembra de quando eles se beijaram debaixo de chuva após o casamento frustrado com Iury.

A menina era apaixonada por Iury e cultivou uma fantasia errada de um passado feliz que jamais existiu. A menina costumava pensar que era mais alegre antes e vivia comparando o pretérito com o tempo presente porque ainda julgava como inaceitável o fato de Abel não ser um homem perfeito.

No segundo parágrafo, Laly relembra o carro depredado, a apresentação de Ragatanga no colégio, a serenata micada de Abel e até o golpe de sidra no réveillon, Abel cantando no restaurante, jogando rosas vermelhas para a plateia

Abel e eu crescemos em nossa estadia em Guaratuba. Passaríamos poucos dias apenas e a metamorfose nos encurralou. Era hora de dizer adeus ao egoísmo e aprender a amar de verdade, a aceitar os defeitos, ou melhor, nossos próprios defeitos e limitações para juntos continuarmos crescendo e amando cada vez mais, amando como quem ama ao primeiro olhar e todo motivo é pretexto para apenas amar, sem questionar nem irritar.

No terceiro parágrafo, revivemos o instante em que Abel e Laly se conheceram e se apaixonaram a primeira vista. Ela ainda como Judy e ele apenas um jornalista qualquer, sem grandes ambições. Para finalizar, Laly e Abel caminham para se encontrar na praia. Clichê, mas sempre emocionante.

Laly e Abel correm lentamente na direção um do outro, se abraçam e ele a rodopia. Os rostos lentamente se aproximam e os lábios se tocam, se encontram, se descobrem como se estivessem se conhecendo pela primeira vez, como se nunca mais fossem se ver novamente.

Que a lua seja testemunha da intensidade com que escrevo meu amor. Além de linhas, entrelinhas, reedições e continuações. Tantas vezes confidenciei a ti meus sonhos de amor, do alto da janela, sussurrando segredos em voz baixa. Eu era apenas uma criança curiosa com a inabalável fé que me levou até o céu, infernos à parte.

Estrelas, olhem por mim, olhem por mais este eternamente jovem casal que tentará viver feliz para todo o sempre. Renovo meus votos quantas vezes preciso for, repito para quem quiser ouvir, seremos um só coração. Até o fim.

FIM...
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Confissões de Laly Cap 156 - Antes tarde do que nunca! (ÚLTIMO CAPÍTULO!)





O CASAMENTO DA LEOA E DO SAGUI...

Dentro da igreja, todos cochicham. Só falta mesmo a noiva chegar. Laly é a última a entrar ao lado do pai. Ainda nas escadarias, Edílson abraça a filha pela cintura, beija a testa dela e admite.

-Me sinto tão orgulhoso por estar compartilhando esse momento tão importante da sua vida. – Edílson chora – E eu nunca participei de nenhum deles.

-Porque já fez o mais importante: me deu a chance de viver. – Laly tenta não chorar – Esse foi o maior presente que eu ganhei.

-Lamento não ter sido um pai melhor.

-O senhor fez o que pode.

-Sei que não.

-Paiê, quer fazer a noiva chorar, é?

-Se esse go go boy não te fizer feliz, vai se ver comigo. – segura nas mãos de Laly – É isso mesmo que você quer?

-É sim, pai. Eu vou ser muito feliz.

-E eu serei sabendo que você está bem.

Laly e Edílson entram na igreja. Ao invés de Flavio e Emília (o go go boy não tem mãe, então Emília resolveu entrar com ele), a protagonista encontra Abel ao microfone sentado nas escadarias que dão acesso ao púlpito.

-Que diabos ele ta fazendo aqui?

-São tantas as emoções... – Abel se levanta

-E Flavio? Cadê Flavio?

-Quando eu estou aqui/ Eu vivo esse momento lindo... – Abel desata em lágrimas – Não posso continuar.

-Ei, seu sem noção, aqui não é boteco não. Você ta atrapalhando meu casamento...

-O noivo sou eu.

-O noivo é Flávio. Aliás, cadê ele?

-Flavio realmente foi embora. – avisa Mayra

-Isso é uma brincadeira, né, gente? Mas o negócio é sério... Cadê o Flavio?

-Poderíamos ser nós dois.

-Isso eu quis a vida inteira, mas você nunca se importou.

-Agora eu me importo.

-Só porque eu vou me casar com alguém de verdade, não é mesmo?

-Barraco na casa de Deus não, hein, gente? – avisa Fernanda, uma das madrinhas

Flavio, por respeitar Laly, preferiu deixar o caminho livre para a jornalista ser feliz ao lado de Abel. O padre, na sacristia, assiste a tudo sem se intrometer.

-Quem é o noivo? – Edílson pergunta a Abel

-Sou eu, Edilson. – dá um aperto de mão no futuro sogro – Sei que o senhor gosta de futebol, então vamos jogar nossas peladinhas de fim de semana sempre que o senhor quiser e comigo a leoa estará muito bem cuidada.

-Quem disse? – Laly entrega o buquê a Lílian para colocar as mãos na cintura – Quem disse?

-Leoa, pelo menos me escuta.

-Tarde demais.

-Por favor...  – Abel se ajoelha – Não me faça chorar mais.

-Ao menos você vai saber o quanto eu também chorei nesses anos todos.

-Eu sei que vacilei, mas estou na casa de Deus, já confessei meus pecados, pedi perdão e todo mundo aqui ta de prova que eu estou falando seriamente. – se levanta – Por Deus, Laly. Quando eu era adolescente amei muito uma garota que me iludiu, me feriu, destruiu toda minha bondade me humilhando por causa da minha baixa estatura. – as crianças tentam conter o riso – E eu sofri, chorei me humilhei, tentei compreender as razões pelas quais ela me tratou daquele jeito. Demorei muito tempo até conseguir sorrir e me levantar e eu prometi, quando consegui me curar, que JAMAIS choraria por mulher nenhuma nesse mundo, que nunca mais seria sincero com ninguém. Minha vida nunca teve um pingo de sentido. Eu sempre me senti um nada no mundo, um cara baixinho, feio, estranho, um inexpressivo jornalista em uma revista qualquer. Até que conheci você, minha leoa. Até que me apaixonei. Traí meus juramentos, minhas próprias regras e se para você foi difícil se entregar, para mim foi o dobro porque eu tinha raiva, medo e estava tão confuso quanto você, mas como dizia à música que tocou no nosso primeiro beijo: deixei fluir (Let it flow – Toni Braxton) e ao seu lado consegui crescer, passei a ter a ânsia de progredir para poder acompanha-la, ser seu porto-seguro. Eu nunca me importei em ser o namorado de Judy porque sempre soube do seu idôneo caráter, o que te tornava mais apaixonante. Eu adorei cada dia, cada minuto ao seu lado. Nada foi em vão para mim. Eu sei que deveria ter estado ao seu lado quando você perdeu o bebê aquela vez, mas respeitei seu silêncio acima de tudo porque sendo um coração só, sua dor tornou-se parte de mim também. – enxuga as lágrimas – Nesse meio tempo eu conheci Gertrudes, aquela mulher com quem casei...

-Safado... – Laly, chorando, tenta bater em Abel, mas as meninas a contem pela cintura

-Você desapareceu, Laly. Na ocasião eu julgava ser um homem maduro e pensei que prosseguiria sem você, tentando fazer de Gertrudes esposa, saindo com várias para tentar sanar esse vazio. Uma grande loucura, perda de tempo... Eu parecia satisfeito e era como um vício: instantaneamente eu era o rei e em frente ao espelho eu continuava me sentindo um nada, tentando entender por que você me abandonou; o que disse ou fiz que a magoou. Me senti um broxa... Perdoem o termo, mas foi exatamente assim que senti. Nem para ser pai eu prestava... Eu me sentia um fracassado, novamente aquele adolescente bobo que não sabia por onde recomeçar. Aí um tempo depois você voltou e eu senti tanto medo de te perder que preferi continuar fingindo que não me casei, mas você descobriu e meu mundo desmoronou a ponto de eu te procurar aqui em Guaratuba. Eu lembro com carinho até do carro depredado. No seu lugar eu também teria feito o mesmo...

Laly não consegue parar de chorar. Ainda ama Abel tanto quanto antes ou depois de tudo que aconteceu. Tudo que sabe é o quanto deseja ser feliz com ele, não sabe se será para todo o sempre, mas gostaria que pudesse ser.

-Minha vida com você sempre foi muito mais feliz. Eu aceitaria que você casasse com Flávio porque o verdadeiro amor sempre prioriza a bonança do amado, porém eu sou egoísta demais para deixar minha leoa partir. Não consigo, Lalinha. Definitivamente, não sei fingir. Não me interessa mais brincar porque já não tenho mais idade nem paciência. Eu te amo demais e sei que você tem seus motivos para me odiar...

-Eu não te odeio, Abel. Eu não disse isso.

-Tem motivos, Lalinha.

-Não diga besteiras, Abel.

-Não chore, minha leoa. – empresta seu lenço para Laly enxugar as lágrimas – Não quero que chore mais nem uma lágrima. A vida já te castigou demais. Vá ser feliz, mande todo mundo que te odeia para o inferno e continue fazendo o que de melhor sabe: ser você. Sim, ser você. Isso ninguém vai conseguir.

Abel vira de costas para os convidados.

-Eu prometi que jamais deixaria que uma mulher me visse chorar, mas você não é qualquer mulher... Você é minha leoa... Mas tudo bem, minha querida. – Abel beija a testa de Laly – Eu só quero seu bem e se esse cara, acho que ainda podemos encontra-lo, vai mesmo te fazer muito mais feliz, vá em frente, case-se com ele, mas lembre-se de fazer tudo aquilo que realmente é de sua vontade porque a vida é breve demais para passa-la acreditando em enganos...

Abel sai da igreja e não é só ele quem está chorando. Até Lílian chora. Cabisbaixo, o jornalista caminha até a porta de entrada já ciente de que perdeu Laly, mas sabe que conseguiu dizer tudo que realmente sente.

-É isso aí, Abel! Você perdeu, perdeu a leoa. Perdeu pra sempre...

-Nunca chorei tanto em um casamento como nesse. – Fernanda comenta

-No casamento que nem aconteceu. – Fuinha acrescenta

Começa a tocar Trust me – Dee Joy. Essa canção originalmente não faz parte do repertório da trama, mas marca um dos momentos mais esperados por vocês leitores e nada mais justo que ser uma melodia bonita e inesquecível, tudo a ver com o nada convencional final feliz desse casal.

Laly tira os sapatos e sai correndo da igreja. Abel está tentando recuperar o fôlego encostado a parede do lado de fora quando Laly, chorando, mas ao mesmo tempo sorrindo também, o surpreende.

-Imitando o Kiko?

-Lalinha?

-Ainda ta aí, sagui sem noção?

-Sempre...  – Laly pula no colo do amado - Le-le-leoa...

Laly enche o rosto de Abel de beijos e ele, por sua vez, pergunta:

-E o casamento? E o noivo?

-Você ta atrasado. – Laly para em frente a Abel com as duas mãos em volta da cintura

-Eu? – Abel coloca as duas mãos dentro dos bolsos da frente da calça de tergal

-Sim, senhor.

-Eu sou o noivo? – Abel coça a cabeça

-É sim... – Laly olha o relógio – Ta atrasado, hein? Se bem que pontual você nunca foi mesmo... – dá com os ombros

-Vamos nos casar?

-A menos que você não queira mais.

-O dia em que não te querer mais, meu coração terá parado de bater há muito tempo, minha leoa. Tome posse disso.

Abel coloca Laly no colo novamente e entra na igreja. Ao ver o casal, os convidados se levantam e a música continua tocando enquanto Abel entra com a amada. Muitos demonstram emoção. May e Fernanda apertam as mãos para não gritar de tanta alegria.

E após muitas, mas muitas reviravoltas, lágrimas, decepções, separações, micos e mal entendidos, a leoa e o sagui finalmente se casaram...

Nada foi normal no nosso relacionamento, a começar por nós dois. Eu, a atriz pornô que odiava o amor e ele o jornalista das frases prontas. Ninguém apostaria em nós dois juntos. Eu senti medo, ele também. O amor nos aproximou cada vez mais, como um dialeto que refutava o receio e nos incitava a ousar, a abandonar os velhos hábitos e dilemas, todo dejeto do passado, este a nos afastar por inteiro da plenitude.

Duas solidões interligadas por questões celestiais demais para serem assentadas em tópicos. Esforço-me para não padecer ao clichê e não encontro outras formas, não mesmo. As circunstâncias me induzem a falar de amor, ainda que inconscientemente.

Enquanto Laly narra seus próprios pensamentos, o casal troca alianças e sai da igreja ovacionado por todos. Antes de entrar na limusine branca, Laly para em frente ao templo de costas para as mulheres e atira o buquê. Na briga, quem acaba sendo sorteada é Emília, que sorri com timidez.

-Parece que mamãe vai casar novamente. – Mayra comemora

Edílson para em frente à Emília.

-Se sua mãe deixar. – beija a mão direita de Emília

-Edílson?

Edílson sorri para Emília, que o abraça.

-Nunca pensei...

-Você pensou. Aconteceu.

-Ma-mas...

Emília sempre nutriu um secreto amor por Edílson e sofria ao vê-lo com Eleonora, mas nunca pensou que Edílson pudesse vir a se apaixonar por ela.

-Não sou nenhum lord, já errei muito nessa vida, mas quero fazê-la feliz, isso é, se você permitir.

Edílson e Emília se beijam e as crianças continuam jogando arroz nos noivos e no novo casal que acabou de se formar.

Laly e Abel entram na limusine acenando aos parentes e amigos. A porta se fecha e o veículo segue em direção ao aeroporto.

Poderíamos passar pelo inferno, por todas as incontáveis provas de fogo a que fomos e ainda seríamos submetidos. Caímos, em estado de engano, fúria; desentendimento, ainda agindo infantilmente porque pensávamos ser adultos o bastante para conhecer o amor. Não éramos.

Em contrapartida, juntos somos um só coração e nos encontraremos sempre. O final feliz era questão de tentar, tentar de verdade. Tentar mais uma vez sendo sempre nós mesmos. Se não soubéssemos o que dizer, o próprio silêncio seria a sábia explicação. O silêncio e o tempo. Aprende-se sempre. Da maturidade não se escapa. Insistiremos para que ‘felizes para sempre’ seja um renovável propósito a nos acompanhar, passo a passo até o fim.

PENSA QUE ACABOU? AINDA TEM MAIS UM POUQUINHO DE CONFISSÕES...
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