Gilberto e Iury se enfrentam após 10 anos! (IMPERDÍVEL!)
-Boa noite, Gilberto.
Iury naturalmente prepara-se para ser humilhado e mesmo assim mantém-se calmo. A sensação de ver Gilberto a sua frente provoca-lhe incerteza.
-Não me convida para entrar?
-Sim, sim, claro! – Iury faz menção para Gilberto entrar e fecha a porta – Estou surpreso com sua visita.
-Desculpe-me por vir sem avisá-lo. Temo ser inconveniente.
-De maneira nenhuma, senhor Gilberto. Sinta-se em casa.
Gilberto se senta no sofá de Iury, analisa o ambiente e faz um comentário.
-Espero que você e Laly sejam muito felizes juntos.
-Também espero. – voltando a cozinha – Deseja alguma coisa? Uma água, refri, cerveja, omelete?
-Não, obrigado. Vim mesmo para conversar.
Iury ainda está tentando adivinhar por que Gilberto, repentinamente, resolveu procura-lo. Ao que dava a entender, não queria nenhum tipo de contato, sobretudo com Lilian.
-Gostaria de conversar com você. – reitera Gilberto
-A vontade.
-É sobre você e Lilian.
Som: One last breath – Creed.
Naira e Nilton mal se falam durante o jantar. Pepo, indiferente, só não sai da mesa porque Bolinha, o yorkshire, está deitado ao seu lado.
-Paiê, amanhã posso brincar com o Rafa?
-Não.
-Mamãe sempre deixou.
-Ainda falando nela, Pepo?
-Quero voltar a morar com ela...
-Por que não deixa Pepo ir brincar, Nilton? É verão, está fazendo muito calor, não tem nada prestando na televisão e Pepo é só uma criança para passar o dia todo enfornado dentro de casa.
-Eu não quero que ele tenha motivos para ir atrás da mãe.
-Agindo assim você está dando.
-E em segundo lugar eu não quero esse maldito cachorro dentro de casa. O lugar dele é no canil.
-Mas nós não temos canil. – Pepo retruca
-Mesmo assim quero esse diabinho lá fora. Ele ta destruindo toda a casa.
-Se ele for dormir lá fora eu também vou.
Nilton, alterado, se levanta da mesa, puxa a orelha de Pepo e grita, deixando tanto a criança quanto Naira apavorados:
-Se não colocar esse maldito cachorro lá fora, eu mesmo o farei.
Pepo se acocora protegendo o cão e então Nilton chuta o animal, o arremessando contra a parede. Naira, desesperada, contém Nilton e leva uma cotovelada nos olhos.
Pepo, chorando, acode o filhotinho e corre para o quarto. Nilton, alterado, sai de casa sem nem mesmo desculpar-se pela agressão a Naira, ainda sem reação.
-Mamãe, você tem que me salvar.
-O que houve, meu amor? – Mayra está jantando com a mãe no salão
-Papai enlouqueceu.
Som: Fogo – Capital Inicial.
-Você e Aimée jamais seriam felizes juntos. Foi realmente muito triste perde-la em uma mesa de parto no auge dos 18 anos de idade, mas ela deu-me de presente a grande razão de minha vida.
-Lílian não sabe tecnicamente que eu existo. Para ela o pai, talvez um qualquer, está morto ou sei lá, desaparecido. O senhor, na cabecinha dela, é avô, pai, mãe, o mundo dela.
-Então você deve imaginar o quanto eu choro todas as noites pensando que quando deixa-la, farei com que seu mundinho desabe.
Gilberto acaba desmoronando em lágrimas diante de Iury. Normalmente um homem emocionalmente controlado, o pai de Fernanda admite fraqueza diante do ex-genro.
Enquanto isso, May tenta tranquilizar Pepo...
-Meu querido, o melhor que você e Tia Naira fazem é não dar qualquer motivo para ele invocar com vocês.
Naira, que está sentada ao lado de Pepo na cama do garoto, faz sinal para o sobrinho e apanha o celular.
-Mayra, estou com medo!
Mayra, que já estava chocada com o relato do filho, se espanta mais ainda com a versão de Naira e por saber que a irmã é contra mentira e intrigas, percebe que a situação de Nilton está fora de controle. O ex-marido perdeu completamente a sanidade e representa perigo a todos.
Som: Yesterday once more – The Carpenters.
Gilberto sente-se acolhido com a serenidade e benevolência de Iury, desabafando a ele a razão de tanto preocupar-se com o futuro de Lílian e entra em acordo com o médio sem precisar armar barracos porque, assim como ele, Iury é um homem sensato e equilibrado não implicando em ameaça a ninguém, sobretudo a pequena Lílian.
-O senhor está me dizendo que me permite visitar Lílian? – os olhos de Iury sorriem entrando em perfeita harmonia com os lábios
-Você é o pai dela.
-Por 10 anos desconheci meus direitos.
-Não quero brigas na justiça, sofrimento desnecessário e visando o bem estar de Lílian, presumo que nossa menina dos olhos mereça ter conhecimento de toda a verdade acerca de seu paradeiro, mas não antecipe-se. Precisamos condicionar a criança para a revelação.
-Totalmente de acordo.
-Eu sei que fui um homem irresponsável e egoísta privando-lhe de ver Lílian.
-Não foi. Lílian está muito bem sob a sua tutela. Ninguém poderia tê-la criado de forma melhor, senhor Gilberto. Não se culpe.
-Antes de continuar tirando seu tempo...
-O senhor é o avô da minha menina e nunca é inconveniente.
-Cuide bem de Laly. Ela já sofreu muito.
Som: Missing – Mariana Kupfer.
Aflita, Mayra telefona a Celso para que o advogado lhe ampare.
-Pepo está correndo risco de vida. Nilton perdeu a sanidade.
-Eu sei, mas peço que seja paciente. O único horário em que consegui uma vaga na Vara de Família foi daqui a algumas semanas.
-Não dá pra esperar tanto tempo, dr. Celso. Meu filho e Naira correm perigo.
-Precisaremos de provas concretas.
-Talvez eu ou meu filho precisemos morrer nas mãos de Nilton para a justiça nessa droga de país agir.
Som: Keep it turned on – Rick Astley.
Enquanto Abel organizou uma despedida de solteiro entre os homens, nós garotas fomos a uma boate, coincidentemente a mesma em que os rapazes estavam. Enquanto eu esperava por minha Piña Colada no balcão, senti alguém cutucar-me. Virei-me de costas.
-Errou de bancada. Fer está na pista.
-Eu sei, leoa.
Abel ainda continuava deixando-me desconcertada com sua presença. Eu o odiava e queria repeli-lo. No entanto, seu sorriso gaiato sempre me desarmava.
-Então o que está fazendo aqui?
-Descobri um tradicional ritual pelo qual a noiva deve passar para seu casamento ser muito bem sucedido...
-Se não sabe, meu casamento será bem sucedido.
-Ta casando com o homem errado. Meu sexto sentido prevê isso.
-Pois saiba que esse seu sexto sentido é falho.
-Então é bom que cumpra esse ritual.
-E qual é ele? Dar uma coça no ex-noivo? – provoquei o peitando
Sussurrando por entre meus ouvidos, podia sentir o aroma de seu perfume deixar-me totalmente torpor. Abel era cafajeste. Incurável. Insaciavelmente um pensamento impregnado em mim como o cheiro o qual me fazia dormir abraçada ao travesseiro por noites a fio. A memória olfativa podia me conduzir a delirar e ver desejo onde só havia cinzas, mas, apesar de toda sem-vergonhice, meu baixinho dotada de incontestável sex appeal que já estava fazendo as mocinhas da central de jornalismo local da Toda Poderosa chorarem de paixão.
-Segundo ao que a tradição manda, para a noiva ter um casamento duradouro e próspero, deve transar pela última vez com seu ex-noivo às vésperas da cerimônia.
O timbre de sua voz eriçava meus pelos provocando involuntários calafrios.
-Você não presta mesmo.
-São os dados, Lalinha. Pergunte a quem for.
-Essa fonte aí é bastante mentirosa. Sendo assim, prefiro ter um casamento fracassado. Tudo entre nós acabou.
-Se mudar de ideia, me chama.
Isso nunca!
Som: One last breath – Creed.
Quando Nilton, horas mais tarde, volta para casa, encontra Naira apenas de calcinha e sutiã na cama. Arrependido, o gordinho se senta ao lado da amada e ela o abraça. Ele corresponde e ela sussurra.
-Eu acho que chegou a hora.
-Tem certeza?
-Sim, meu amor. Me possua.
Nilton tenta fazer amor com Naira de modo que a irmã de Mayra sinta-se realizada e satisfeita, afinal, é a primeira noite de amor da ex-freira. As carícias e os beijos ardentes fazem com que Naira não tema a dor do rompimento de seu hímen. Nilton sente-se orgulhoso e tranquilo amando Naira noite afora.
Som: Pacific coast party – Smash Mouth.
Eu também não estava com um pressentimento muito bom, mas antes mesmo de completar 30 anos de idade, iria realizar dois sonhos de uma vez só: me casar e publicar meu livro o qual reuni minhas melhores crônicas e teci comentários, experiências de vida e possivelmente me ajudaria financeiramente, pois a revista não havia me demitido formalmente por ainda estar protegida pela licença médica, no entanto, tinha conhecimento de que após toda aquela parafernália envolvendo Abel, minha moral por lá estava abaixo de zero.
Enviei um exemplar para a editora e como parte de estar fazendo 30 anos, saí com as meninas para passar um dia na Ilha do Mel e levamos Cybele conosco.
Cybele e Gilberto realmente estavam amando e desejavam passar o resto da vida casados. Homens como o pai de minha amiga estavam ficando cada vez mais raros enquanto os Abeis da vida iam se reproduzindo numa velocidade assustadora. Fer estava amando Abel e quanto a ele, nada poderia afirmar, pois o fiz de olhos fechados e quase parei num manicômio. Só achei meio estranho o fato de uma produtora da emissora de Abel querer reviver o tempo do epa...
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