Cidade imperial e republicana, Petrópolis, no RJ, é um agradável passeio pela história do Brasil
Com mais de 160 anos de história, e importância que ultrapassa qualquer barreira do tempo, Petrópolis é uma das principais atrações turísticas do Estado do Rio de Janeiro. A cidade está localizada a apenas uma hora da capital fluminense, mas nem por isso vive à sua sombra. Fundada por Dom Pedro II em meados do século 19, o local abrigou alguns dos principais eventos e personagens da história brasileira: aqui viveram, além da família real, o Barão de Mauá, Santos Dumont, Ruy Barbosa, Osvaldo Cruz - e assinou-se, em 1903, o Tratado de Petrópolis (que transformou um naco de terra adquirido à Bolívia no Estado do Acre).
Foram o mordomo da Casa Imperial, Paulo Barbosa da Silva, e o engenheiro alemão Júlio Frederico Köeler que comandaram, a partir dos anos 1840, a construção da cidade. Localizado no alto da Serra da Estrela, a mais de 800 metros sobre o nível do mar, o lugar constituía um refresco perfeito para a corte de D.Pedro II, pouco acostumada ao calor pegajoso da cidade do Rio de Janeiro.
Mão de obra europeia foi usada no empreendimento. Diz a história que, em 1837, 238 imigrantes alemães aportaram na Baía de Guanabara. Seu destino não era o Brasil, mas a Austrália. Eles sofreram maus tratos durante a travessia do Atlântico, rumo ao Pacífico, e, ao chegar a terras brasileiras, decidiram não seguir viagem. Sob influência do engenheiro Köeler, D. Pedro II lhes deu abrigo e os encaminhou à Serra da Estrela, para trabalhar na abertura da estrada de Petrópolis.
A comunidade alemã seria responsável por grande parte da construção da cidade que, finalmente erguida, tornar-se-ia um dos pontos de labuta e lazer prediletos da elite brasileira. D. Pedro II chegava a passar seis meses por ano em Petrópolis e, após a Proclamação da República, em 1889, praticamente todos os presidentes, de Rodrigues Alves a Costa e Silva, adotariam o lugar como estância de verão. A afluência política à cidade, porém, iria diminuir com a mudança da sede do governo do Rio para Brasília.
Artistas e intelectuais, por sua vez, transformaram Petrópolis em centro de criação. Ruy Barbosa escreveu na cidade, por volta de 1920, sua "Oração aos Moços". Já Santos Dumont empregou toda sua genialidade na construção, no centro do município, de uma casa de arquitetura única e extremamente funcional.
Tais obras legaram a Petrópolis paisagens e atmosfera únicas. Na cidade, o visitante irá conhecer a arquitetura neoclássica do Museu Imperial, o estilo neogótico da Catedral São Pedro de Alcântara e a estrutura delicada do Palácio de Cristal - e aprender a rica história embutida em cada uma dessas construções. E também poderá pisar em lugares por onde passaram personalidades como a Princesa Isabel, o escritor austríaco Stefan Zweig e o cineasta estadunidense Orson Welles.
Além do mais, Petrópolis está cravada em uma luxuriante área de mata tropical e, junto com o clima ameno, oferece muito contato com a natureza: no Parque Municipal de Petrópolis e no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, localizados nos arredores do município, é possível, entre outras atividades, realizar caminhadas, nadar sob cachoeiras e praticar esportes. A cidade imperial, após tanto tempo, ainda tem o dom de propiciar bem-estar.
Fonte: UOL Viagens
So fui em Petópolis uma vez, e fiquei fascinado, se pudesse moraria la, o único problema é o frio.
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