Confesso que fiquei com raiva da minha mãe. Ela já demonstrava que não gostava da Ludi e eu já sabia o porquê.
Como minha mãe não quis ajudá-la, Ludi ficou na casa do Rafa. Os pais dele não eram preconceituosos.
Depois de passar todo o susto dos acontecimentos, veio à minha cabeça que a Madalena podia sim ter aprontado novamente. Lembram que ela disse pra mim que sabia de tudo o que acontecia com a escola e com as pessoas que estudavam nela?
Pois é, se ela soubesse de tudo mesmo, pensaria duas vezes antes de implicar com a Ludi, que adora comprar uma briga.
Quando eu contei pra ela sobre o que eu achava, minha amiga ficou furiosa, bufando.
- Ludi, eu não tenho certeza.
- Berg ,essa é a única explicação. Uma foto tão íntima não surge assim do nada. - disse Rafa.
- Quando eu pegar aquela dente de lata...ah ela não vai querer nem ter nascido.
- Não Ludi, a gente não pode fazer nada sem ter certeza que foi a Madalena mesmo.
No fundo, no fundo eu sabia que foi ela mesmo. E por causa daquela discussão que nós tivemos. Mas até segunda ordem deixamos por estar.
De uma coisa eu, o Rafa e até mesmo a Valentina sabíamos: opção sexual não muda em nada o caráter de ninguém. Nós que não iríamos abandonar nossa amiga só porque ela é lésbica.
Os adultos dizem que nós jovens não temos maturidade suficiente, mas estou começando a achar que temos sim e bem mais do que eles. Se eles querem que nós os respeitemos, que nos respeitem também.
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Embora tudo o que estava acontecendo na vida das minhas amigas, os meus 16 anos foram os melhores momentos da minha vida. Tinha amigos verdadeiros e ganhei uma coisa que eu estava querendo muito: um violão!
Eu já sabia tocar um pouco, aprendi com o do meu tio. Mas agora que eu tinha o meu, teria muito mais oportunidade de aprender a tocar as musicas que eu gostava!
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