♫Matanza - Tempo ruim♫
Eu, Ludi e Rafa seguimos até a Avenida Osório de Paiva. Rafa estava calado, parecia que algo estava torturando sua mente. Bem, deixei aquilo pra lá, por enquanto.
- Agora, a gente tem que saber pra qual lado fica Quixadá.
- Bom, eu sei que para o lado direito é o Centro. Só pode ser o esquerdo.
- Por via das dúvidas, é melhor olhar no celular. - falei, pegando o aparelho do bolso.
- Berg, é melhor tomarmos cuidado. Esse trechozinho aqui é perigoso. - disse Rafa.
- Vai ser rapidinho.
Olhei no aplicativo do telefone, e consegui saber onde ficava a tal cidade. Já estava quase guardando quando ...
- Passa esse celular vagabundo! Isso é um assalto porra!
(Desculpa sair da historia, mas vocês já perceberam que os bandidos sempre nos chamam de vagabundos quando estão nos assaltando? Vagabundos não são eles? Bom, naquele caso, foi assim.)
Gelei. Morria de medo de assalto. O marginal ficou parado com uma faca bem na minha cintura.
- Entrega logo, Berg! - Rafa berrou.
Eu e o Rafa entregamos. O ladrão virou quando viu a Ludi escondendo o dela no sutiã.
- Epa mocinha, quero esse aí também.
- aff! - ela entregou.
- Agora abram as mochilas. Quero ver o que tem dentro.
Deu a geral nas nossas coisas e saiu correndo. Pra que serve a droga do Ronda do Quarteirão? Ah, promessa pro governador ganhar votos!
- Agora a gente ta sem grana e longe de casa. Nem dinheiro pro busão a gente tem! - disse Ludi.
- VOCÊS não têm. Eu tenho. Muahahaha! - ri, tirando a grana de dentro do sapato. Ainda conseguia rir em meio aquela desgraça.
- Então vamo voltar pra casa.
- Não, Ludi! A essa hora todo mundo ja deve ta sabendo da nossa fuga.
- E o que a gente faz? - retrucou.
- A gente continua. Se for preciso a gente trabalha, pede esmola, qualquer coisa. Mas vamos ajudar o Berg.
- Valeu,gente.
Depois caminharmos bastante, resolvemos nos juntar e fazer um "montinho de gente", nós três. Estava frio e estávamos com sono.
Já estava quase amanhecendo quando avistamos varias pessoas entrando e saindo de um lugar. Era a Ceasa, um cheiro de legumes, verduras ... aquilo me deixava extasiado de fome.
- Ai, que fome!
- Ludi, espera. olha a placa daquele caminhão.
- O que tem a placa do caminhão, Berg? An?
- "Quixadá-CE".
- Você não ta pensando em ...
- Já pensei. Vambora pra dentro daquele caminhão agora!
Corri, e esperei um descuido do motorista. Os outros dois se olharam e , sem outra alternativa me seguiram.
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