sexta-feira, 27 de julho de 2012

A Fórmula do Amor: Cap. 79 - O Tiro




Diário da Madalena


Foi uma perseguição acirrada. Eu e Jhon em uma moto, e vários policiais atrás, também de moto, ameaçando atirar. Principalmente quando viram que ele estava armado.


- Desce da moto e solta a garota!- Um policial gritou.


Eu já estava pra lá de medo. Estávamos ambos sem capacete e caímos quando Jhon tentou frear quando uma senhora passava na rua. A queda foi feia, e não me lembro de nada a não ser quando eu estava quase fechando os olhos. Vi apenas Jhon subindo na moto novamente. O desgraçado me deixou jogada ali no chão, no meio da pista.



#_Depoimento de uma testemunha_#


Estava buscando as minhas filhas na a escola quando escutei o ronco de vários motores. Vi que a coisa era séria, pois tanto os homens quanto o garoto da moto portavam armas. Resolvi proteger minhas filhas como pude, entrando no  barzinho que havia ali.


A situação piorou quando o marginal e a garota (talvez sequestrada) caíram no chão em uma queda quase fatal. Ele não teve escolha a não ser seguir seu caminho sem ela, mas um dos policiais disparou um tiro que deu na cabeça dele.


#_Depoimento do policial_#


Juro que mirei no pneu da moto, mas o tiro foi direto na cabeça dele. Sei que do pneu da moto para a cabeça do rapaz tinha muito, mas o nervosismo e outro mix de sensações me fizeram errar.


Quase caí também da moto por causa disso, mas felizmente não. Já o garoto, morreu na hora. Sabia que iria complicar pra mim, mas tinha plena consciência dos meus erros.



Diário de um Nerd



♫Matanza - Tempo Ruim ♫


Não me senti nem um pouco mal de ter visto o Jhon esticado no meio do asfalto e nem ter ido lá para dar apoio à família dele e da Madalena. Eu estava saindo do colégio, pois naquele dia o professor de Física havia faltado.


Desculpa meu Deus, peço perdão, mas ele já foi tarde. Uma pessoa que é capaz de te colocar pra baixo, juntar várias pessoas para te surrar e colocar jovens no mundo do crack merece arder no inferno.


Madalena também estava desfalecida, mas estava recebendo os atendimentos médicos do SAMU. Fiquei com pena da mãe do Jhon quando estavam pondo o corpo dele no rabecão, pois ela gritava “eu quero ir com ele, eu quero ir com ele!”, e tentava entrar no carro e puxar o corpo do filho pra fora. Típica cena de programa policial.


Falando nisso, o Barra Pesada (programa policial da Tv Jangadeiro, afiliada ao SBT aqui de Fortaleza na época. ) já estava lá registrando tudo.


Dei de costas e segui em frente. Com as pernas bambas e com uma cara de paisagem. Aquilo me afetou muito, claro.




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