segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A FÓRMULA DO AMOR: CAP. 95 - O MANICÔMIO (ÚLTIMA SEMANA)




- Doutor, me fala logo. Deixa de suspense pô! - Meu coração quase disparava e saía pela boca. Minhas pernas tremiam. Eu daria tudo para estar no lugar da Valentina naquele momento.

- A cirurgia foi um sucesso meu rapaz. Sua namorada resistiu.



Minha primeira reação foi chorar. Chorar de alegria e de alívio. Pensar que tudo foi apenas um susto. Um grande susto.

- Cadê ela? - perguntei. - Eu quero ver a Valentina!

- Calma rapaz. Ela está descansando.



Na verdade, por pouco Valentina não morreu. Ela teve uma parada cardiorrespiratória devido a falta de sangue.



♫ Avril Lavigne – I`m With You ♫



Tempo depois, pude entrar no quarto para vê-la. Teria de ser de um por um. Eu fui o primeiro.

Ao me ver, Valentina deu um sorriso. Aquele que só ela sabia dar.



- Que loucura que você fez, meu amor! -exclamei. - Por pouco você não morreu! E por minha causa!

- Berg, o pior já passou cara. Eu tô aqui e não me arrependo de nada do que eu fiz. Foi por você!

- Eu vou te agradecer pelo resto da minha vida.

- Não precisa. Essa era uma dívida que eu tinha com você.

- Eu te amo sua louca. - falei, depois de beijá-la.

- É por isso que eu gosto de você.

- E somos tão diferentes. Mas um completa o outro. É como diz o ditado: os opostos se atraem.



*



Pouco tempo depois uma notícia maravilhosa: pegaram Richard e os outros góticos que eram comparsas da Madalena. E com eles, encontraram minha sobrinha Débora. Minha irmã estava feliz, esqueceu até das brigas com o Rafa e o abraçou.

Depois ela disfarçou,dizendo que foi por impulso, para a tristeza dele.

Eu via pelo rostinho da Débora sua inocência. A coitadinha passou pelo maior perrengue e tão nova!

Mas a justiça não falharia. Madalena pagaria por tudo o que ela fez, desde o dia em que me conheceu. Seus pais veriam o quanto a criaram de mau jeito, dando tudo o que ela queria e fazendo dela uma menina mimada e inconsequente.





Diário da Ludi



Estava tudo bem, graças a Deus. Que bom que tudo deu certo no final!

Só não a minha vida.

Logo após as comemorações da volta da Débora, do sucesso da cirurgia da Valentina, eu recebi uma ligação. Era da casa da minha mãe.



- Galera, eu tenho que ir agora.

- O que foi, Ludi? - Rafa perguntou.

- A minha mãe, ela piorou. Eu preciso ir lá vê-la.



Eles se ofereceram para me levar até o hospital em que ela estava, porém eu recusei. Pelas notícias que recebi minha mãe estava entre a vida e a morte no leito de um hospital público, mas ela chamou por mim. Aquilo mexeu muito com o meu inconsciente.



*

Minha mãe, aquela que sempre demonstrou ser forte, que me protegeu, que me criou sozinha, estava fraquinha em cima daquela cama de hospital.

- Fi... filha...

- Mãe? O que aconteceu?

- Eu.. eu tô morrendo.



Ela começou uma crise de tosse.



- Não, a senhora vai ficar bem.

- Me escuda Ludimila. Me perdoa por tudo o que eu te fiz. Por não ter te entendido. Eu não quero morrer com essa culpa. - A tosse a interrompeu novamente. - Me desculpa minha filha.

- Claro, mãe. Mãe? Mãe?

Ela estava estática, com os olhos abertos e olhando para o além.

- MÃÃÃÃÃÃÃÃE!!!!



Diário da Madalena



Me puseram uma camisa de força e me enfiaram numa sala branca, idiota. Para onde eu olhava só havia paredes brancas acolchoadas. Eu odiava tudo aquilo.

Eles disseram que se eu me comportasse, me tirariam dali.

Irônico: De um inferno para o outro. Mas junto com os loucos eu tinha mais liberdade.



Já fazia um mês. Ninguém vinha me visitar, nem mesmo meu pai, minha mãe ou minha madrasta. Eu vivia sob a atenção daqueles médicos que sempre viam se eu estava tomando os remédios. Diluíam-os em água e eu era obrigada a tomá-los.



Diário de um Nerd



♫ Kid Abelha – Tomate ♫



Agosto. Volta às aulas.

Valentina e Ludi estudariam na mesma escola que eu. Eu sabia que lá agora seria diferente, pois não tinha mais Madalena.

Ludi estava ainda abalada com a morte da mãe, mas sem ânimo pra nada.

- Aquela é a diretora. O nome dela é Gilda, mas a galera sacaneia chamando ela pelo nome verdadeiro, que ela detesta. - comentei.

- Como é? - perguntou Valentina.

- Astrogilda.

- Credo! - espantou-se Ludi.

- Finalmente você disse alguma coisa.



Os professores convocaram todos os alunos no pátio para uma reunião. Comecei a apresentar as meninas para os meus amigos, Juliana, Eri, Rafaela, Bruna e Jackson. Juliana deu um abraço na Valentina. Pareciam que elas já se conheciam há anos.

- Liga não, amor. É o jeito dela. - falei.

- Amor?

- Ela é minha namorada.

Eles ficaram de queixo caído. Não queria me gabar nem nada, e tampouco sair contando vantagem. Isso é coisa de gente idiota.

Não estávamos levando a sério o comunicado da Astrogilda, mas uma palavra que escutamos, solta chamou nossa atenção: Greve.

Isso mesmo. Os professores entrariam em greve.

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