Dois góticos tiraram-nos da parte detrás do carro.
- Vocês podem pegar o carro e dar uma volta por aí. Me encontrem daqui a meia hora nesse mesmo lugar. – Disse Madalena a Richard e aos dois góticos.
Eles a obedeceram, e logo eu e Valentina estávamos a sós com uma maluca apontando uma arma para nossas costas.
O local era deserto: matos e mais matos para onde quer que nós olhássemos. Minhas pernas tremiam e ainda mais quando a maluca ordenou que nós caminhássemos para frente e de costas viradas pra ela.
- Já era, Valentina. Ela vai matar a gente.
- Fica frio Berg. Confia em mim.
- O que você vai fazer?
Ela ficou em silêncio. Continuamos caminhando devagarzinho até que de repente Valentina virou e correu em direção à Madalena. A gótica surpreendeu-se e quando menos vi as duas estavam brigando feio segurando no tal revólver. Valentina tentava tirar a arma das mãos dela, mas não conseguia.
- Corre cara! Faz o que a gente combinou!
Som de um tiro. Sangue espalhando-se pelo chão. Logo um corpo caindo. Sirenes policiais logo depois.
- VALENTINAAAAAAAAAA!!! – gritei. Era o fim.
Madalena abaixou o braço onde estava o revólver, e com uma cara perplexa olhava para mim, que estava tentando salvar Valentina. Foi um tiro no estômago.
- B..B...Berg ...
- Fica calma, meu amor. A polícia tá por aí.
- Eu não vou resistir.
- Vai sim, vai sim! – levantei a cabeça e olhei para Madalena - Tá feliz sua vadia doente!?
A polícia chegou. Eles agiram rápido e logo estavam algemando a garota. Outro policial solicitou uma ambulância.
*
Logo eu estava em casa. Mas depois eu, meu pai e Ludi fomos até o hospital.
Tudo dera errado!Além de não conseguirmos resgatar Débora, Valentina estava entre a vida e a morte dentro da sala de cirurgias.
- Ela precisa de uma transfusão. – disse o médico. – Temos que entrar em contato com alguém da família dela urgentemente.
- A gente tem que falar com a mãe dela!
- Vai ser difícil hein. – disse Ludi.
- Vamos conseguir sim. Pai leva a gente de carro até lá. – implorei.
Diário da Ludi
Embora fosse difícil, Berg quase se ajoelhou nos pés da mãe da Valentina.
- Eu só peço isso. Por favor. Ela precisa da ajuda da senhora.
- Aquela menina matou o pai dela.
- É A SUA FILHA! ELA ESTÁ CURADA DAQUELE VÍCIO FILHO DA PUTA! PARA DE JULGAR SUA FILHA E AGE!
Silêncio.
- Eu vou. Mas que fique claro: pra mim ela é uma estranha.
Diário de um Nerd
Depois de algumas horas, da transfusão dos comentários idiotas da mãe da Valentina e da minha mãe por telefone, o médico chegou pra dar a notícia.
Coração na boca. Minha menina tinha de sobreviver, tinha sim. Tinha sim!
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