CENA 1 - APARTAMENTO DE MONTEIRO
PRADO - SALA -INT. - NOITE
MALU CHEGARA DA CASA DOS PAIS DE
DIANA AINDA TRANSTORNADA COM AS ACUSAÇÕES QUE LHE FIZERA D. CARMEN. CRUZOU A
SALA COMO UM FURACÃO. O BANQUEIRO ESTAVA NA SALA E TENTOU DETÊ-LA.
MONTEIRO PRADO - Malu! Malu, espere, minha
filha!
A JOVEM FOI DIRETAMENTE PARA SEU
QUARTO E TRANCOU A PORTA ATRÁS DE SI.
CENA 2 - APARTAMENTO DE MONTEIRO
PRADO -CORREDOR - INT. - NOITE.
MONTEIRO PRADO FOI NO ENCALÇO DA
FILHA E BATEU NA PORTA DO QUARTO.
MONTEIRO PRADO - Abra essa porta, pelo amor de
Deus, minha filha!
TIROU UMA CHAVE DO BOLSO DO
PIJAMA E ABRIU A PORTA DO QUARTO.
CORTA PARA:
CENA 3 - APARTAMENTO DE MONTEIRO
PRADO - QUARTO DE MALU - INT. - NOITE
O ROSTO DO BANQUEIRO
DESANUVIOU-SE. MALU SOLUÇAVA, DEITADA NA CAMA.
MONTEIRO PRADO - Que aconteceu?
A RAIVA DA MOÇA AINDA NÃO SE
DISSIPARA.
MALU - Maldita estúpida! Você acha que eu sou
culpada da morte de Diana? Houve uma pausa.
Depois, a moça continuou, apàticamente.
MALU - Foi o que ela disse... a mãe de Diana!
MONTEIRO FECHOU BEM OS OLHOS,
RESISTINDO A UMA
ONDA DE INDIGNAÇÃO.
MONTEIRO PRADO - Não diga isso! Você não tem
culpa de nada! Não pode ter! Vou lhe dar um calmante... Senhorinha!
MALU - (repetia baixinho) Eu sou culpada! Eu
sou culpada!
MONTEIRO PRADO - Não fique dizendo isso, que
alguém pode ouvir... depois acabamos envolvidos nessa encrenca! (e voltando o
rosto na direção da porta entreaberta) Senhorinha, o calmante de Malu! Telefone
também para o Dr. Oto vir aqui, depressa!
COM A MÃO DIREITA, O BANQUEIRO
ESTALOU UMA BOFETADA NO ROSTO DA FILHA, PARA FAZÊ-LA VOLTAR A SI. A MOÇA
PRORROMPEU NUM PRANTO NERVOSO.
CORTA PARA:
CENA 4 - APARTAMENTO DE MARCELÃO
- SALA - INT. -DIA
QUANDO O PLAYBOY CHEGOU EM CASA,
ISADORA O AGUARDAVA E ATIROU-SE EM SEUS BRAÇOS COM UM LEVE SUSPIRO.
ISADORA - Já sabe o que aconteceu?
MARCELÃO - (com uma estranha dureza e cinismo
na voz) Puxa, tanta coisa aconteceu! O dólar subiu, os egípcios derrubaram um
avião judeu, Otan bombardeia a Síria, Kadafi continua foragido...
ISADORA - (cortou, bastante agitada) - Falo de
Diana
MARCELÃO - Li nos jornais. Coitada...
impressionante.
ISADORA - Fiquei preocupada...
MARCELÃO - (curiosamente interessado) Por quê?
ISADORA - Por causa daquela história que você
me contou... das fotos... e da ameaça que ela fez...
MARCELÃO - É. O prazo que ela me deu para
devolver as fotos terminava ontem á meia-noite. Que coincidência, não? Foi uma
morte horrível...
CORTA PARA:
CENA 5 - APARTAMENTO DE VALÉRIA -
SALA - INT. - DIA.
VALÉRIA ESTAVA BASTANTE NERVOSA
QUANDO ALFREDINHO E JULIO BIRUTA CHEGARAM.
VALÉRIA - Você já soube, Alfredinho?
ALFREDINHO FITOU-A E DEU UM
SORRISO, COMO SE DESCONFIASSE DELA.
ALFREDINHO - Claro!
VALÉRIA - (na defensiva) Não entendi o
sorrisinho de ironia...
ALFREDINHO - (provocou) Não mesmo?
VALÉRIA - Não. Se quer saber, eu também
desconfio de você. E essa suspeita aumentou ainda mais depois que eu soube que
Diana ia se casar com o padre e te deu um fora! Por isso você andava naquele
baixo astral! E eu que pensava que era por ter de escolher entre mim e ela...
ALFREDINHO DEU UMA GARGALHADA
NERVOSA. BATEU NO OMBRO DE VALÉRIA E CONCLUIU:
ALFREDINHO - Você acha que eu ia hesitar? Eu
tava gamado por ela! Gamado mesmo! E ela ia casar com aquele padre! Não ia não!
Eu disse isso a ela!
VALÉRIA OLHOU PARA ALFREDINHO COM
CERTA CONSTERNAÇÃO. O SILENCIO, POR ALGUNS INSTANTES, FOI PERTURBADOR. SEUS
OLHOS TREMERAM BREVE E DIVERTIDAMENTE.
VALÉRIA - Você disse? E alguém sabe disso?
ALFREDINHO - Não. Somente você sabe agora!
VALÉRIA - Mas por quê?
ALFREDINHO COÇOU A NUCA NO GESTO
DE QUEM REFLETE.
ALFREDINHO - Porque, se souberem, vão
suspeitar é de você!
CORTA PARA:
CENA 6 - DELEGACIA DE POLÍCIA -
SALA DO DELEGADO NOGUEIRA - INT. - DIA.
O DELEGADO NOGUEIRA OUVIA COM TODA
ATENÇÃO O DEPOIMENTO DO COLUNISTA HUGO MATIAS.
HUGO MATIAS - (chocado) Ainda não dá para
acreditar, delegado, que uma moça tão bela e meiga tenha sido brutalmente assassinada.
Só não entendo por que fui chamado pra depor...
DELEGADO NOGUEIRA - Sou o delegado encarregado
desse caso e estou intimando todas as pessoas que estavam no Castelinho à hora
do assassinato.
HUGO MATIAS - (embaraçado) O pior é que eu
estava sim, doutor, com alguns amigos... e nós ouvimos uns gritos de socorro vindos
da praia... Infelizmente, pensamos que se tratava de mais um escândalo entre
casais...
DELEGADO NOGUEIRA - (com frieza) E então?
HUGO MATIAS - Por isso ninguém se importou...
CORTA PARA:
CENA 7 - PENSÃO PRIMAVERA - RECEPÇÃO
- INT. - DIA.
ZÉ URBANO, A ESPOSA D. GIGI, A
FILHA, SORAIA E CECÉU, QUE TAMBÉM ERA HÓSPEDE DA PENSÃO, DISPUTAVAM UM ESPAÇO Á
FRENTE DO JORNAL, PARA LER A NOTÍCIA QUE CAUSOU GRANDE IMPACTO JUNTO AOS
HÓSPEDES.
D. GIGI - Coitada...
CECÉU - Ainda não tou acreditando...
ZÉ URBANO - (balançou a cabeça, com pesar) Mas
é verdade, Seu Cecéu. Fui eu que encontrei o corpo nas pedras...
NESSE INSTANTE O DELEGADO
NOGUEIRA ADENTROU NO RECINTO, ACOMPANHADO POR DOIS DETETIVES.
DELEGADO NOGUEIRA - Seu Zé Urbano?
TODOS SE VOLTARAM, ASSUSTADOS.
ZÉ URBANO - (adiantou-se, tranquilo) Pois não,
sou eu!
DELEGADO NOGUEIRA - O senhor está preso como suspeito
do assassinato de Diana Molina!
CORTA PARA: CENA 8 - DELEGACIA -
SALA DO DELEGADO NOGUEIRA -INT. DIA.
NA DELEGACIA, HÁBILMENTE
INTERROGADO, ZÉ URBANO DEU O SERVIÇO.
ZÉ URBANO - A moça tinha um namorado, um tal
de Alfredinho, o mesmo que, quando ela ia se afogando, nada fez para salvá-la.
Estou lhe dizendo, doutor, ele queria que ela morresse!
CORTA PARA:
CENA 9 - DELEGACIA - SALA DO
DELEGADO NOGUEIRA -INT. - DIA.
D. GIGI E SORAIA ENTRARAM NA SALA
E SE DIRIGIRAM AO DELEGADO NOGUEIRA.
D. GIGI - Boa tarde, seu delegado. Queremos
saber os motivos da detenção do meu marido!
DELEGADO NOGUEIRA - (seco) Não há nenhum
motivo! Apenas a lei faculta ao delegado deter por vinte e quatro horas qualquer
pessoa para interrogatório.
D. GIGI - Ah! Mas garanto que os amiguinhos
grã-finos que ela tinha, o senhor não prendeu. Para esses o doutor não usou a lei!
A SURPRESA ENCOBRIU O ROSTO DE
NOGUEIRA.
DELEGADO NOGUEIRA - (voz baixa e contida) Como
é que a senhora sabe que a vítima tinha amiguinhos grã-finos? A senhora a
conhecia?
D. GIGI - Não, mas minha filha era amiga dela.
SORAIA - (completou) Amiga da praia... Ela
vivia numa roda de grã-finos, embora fosse filha de um bancário
DELEGADO NOGUEIRA - (desconfiado)
Está certo... Estou sentindo que há algo de suspeito nisso... mas não consigo
imaginar o que é. Bem, é provável que eu queira ouvi-la qualquer dia desses. Mandarei
chamar. Quanto ao Zé, vou soltá-lo.
FIM DO CAPÍTULO 14
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