5º
Capítulo – Gustavo humilha Iury! (IMPERDÍVEL!)
Som: Meu primeiro amor - Wanessa.
No dia seguinte ao noivado, Mayra e D. Emília
abrem o salão de beleza responsável pelo sustento da família logo pela manhã e
May, intrigada pela aparente tranquilidade ostentada por Laly, conversa com a
mãe.
-Mãe, eu não gosto de ser leva e traz, mas acho
que a Laly não está contente. - May ajuda Emília a varrer o salão
-A Laly, apesar de muito sincera, também é muito
reservada. - Emília comenta enquanto limpa os espelhos
-Ela não tem aquele brilho no olhar, não fala
dele como falava do Iury. –
Emília continua limpando os espelhos
-Às vezes a gente demora pra se apaixonar,
Mayra. As pessoas se comportam de jeitos diferentes. Um dia, quando você
crescer, minha pequena, vai entender muitas coisas que lhe parecem confusas
agora. Talvez esse amorzinho que a Laly teve pelo Gustavo também ficou mal
resolvido e se eles se reencontraram é porque é pra ser.
-Mais apaixonada que a Laly é pelo Iury, diria
que é impossível.
-O que a Laly sente pelo Iury é paixão e paixão
passa, minha filha. Paixão é coisa de momento. Paixão é capricho. Amor
permanece.
-Acho que a Laly ama o Iury e ta com medo de
assumir que não quer casar, se amarrar ao Gustavo e ter nenê.
-Mas nem sempre o que a gente quer é o que Deus
tem preparado, Mayra.
-Só acho que 18 anos é muito jovem pra subir no
altar e decidir a vida. Se fosse depois dos 25 eu até acharia legal...
-Mas eu não vou criar solteirona aqui dentro
não. - minha mãe não era alcoviteira, mas queria muito que a Naira se casasse
com o Nilton
-Fale isso pra Naira. - retruquei
-E pra você também, oras. O que é teu ta
guardado, criança.
-Ta muito bem guardado.
Lalinha, mesmo com a confusão infinita do
vestibular e do noivado, chega para trabalhar normalmente no horário de sempre.
Seu sorriso tenta transparecer que está tudo sob controle, mas seus olhos
denunciam as lágrimas da noite anterior.
-Bom dia. - Lalinha cumprimenta as amigas
-Hoje a agenda ta cheia, menina. Espero que não
se importe em passar do horário. - brinca Emília na tentativa de descontrair o
ambiente
-Melhor ainda. D. Emília... Assim faço por
merecer meu salário...
-E o noivado, menina? Quando você vai revelar as
fotos pra gente ver? Todo mundo A-DO-RO-U teu vestido.
-Já vi melhores...
-Ah não, Lalinha! Você só pode estar brincando.
O Gus deve ter gasto uma fortuna pra mandar fazer o vestido... - comentei
-Vocês sabem que eu não ligo pra preço de nada.
-Mas talvez devesse. Mulher atrás do Gustavo é o
que não falta. - Emília lança uma indireta
-To louca para o chá de panela, pra despedida de
solteiro... E aí? Quando vai ser? - perguntei
-Um dia desses, sei lá... Não sou eu que to
lidando com essa parte...
-E quando vai ser o casório? - mamãe indagou
-Também não sei. É o Gustavo que está
encarregado de toda burocracia.
Som: Olhos certos - Detonautas.
Milene abre o guarda-roupa. Nas portas há mais
de 200 fotos de Iury e da jovem coladas. Este é seu mural de fotos. A última a
ser colocada é a fotografia revelada durante o noivado a qual Laly aparece ao
lado da prima.
-E a princesinha em fuga foi derrotada... - ri
maleficamente - Está tudo dando certo. Gus é mesmo um herói.
Milene apanha uma tesoura e corta Laly da foto,
colando em seu mural apenas a metade em que aparece.
Som: Just like you do -
Carly Simon.
Gabriel e Grazielle se encontram na praia onde
Gabriel está tomando sol com as irmãs.
-Oi... - Grazielle acena timidamente
-Oi... - responde um Gabriel com as bochechas
enrubescidas
-Quem é essa? - pergunta Aimée
-Namoradinha do Biel. - responde Fernanda -
Nosso irmãozinho já está namorando.
-E eu nem mesmo uma paquera. - reclama à ruiva
-Ai Aimée, sai pra lá. Vai ser chata e amarga
assim bem longe de mim.
-Fala isso porque a rapaziada vive mexendo com
você.
-Mas eu tenho outros objetivos na vida... - Fernanda
beberica sua água de coco - Primeiro a carreira, depois paquera.
-Pois saiba que ser Miss Brasil é impossível.
-A você. A mim não.
-Oi garotas... - Gabriel dá a mão a Grazielle -
Quero lhes apresentar minha 'amiga'...
-Que amiga o que, Biel. - Fernanda azucrina o
irmão - Fala logo que ela é sua namorada e pronto. Ta na idade, não ta? O que
tem de mau.
-Namorada? - Gabriel pergunta olhando para Grazielle,
que sorri - Somos namorados?
-Depende mais de você do que de mim... - Gabriel
e Grazielle se beijam e Fernanda faz fervo
-Biel ta namorando, Biel ta namorando...
Som: Head over heels -
Tears for Fears.
*Esta cena é inteiramente narrada por Iury.
Se Laly
não queria mais me ver, seria inútil continuar alimentando essa ilusão idiota,
que só iria me matar aos poucos. Não poderia mudar os fatos, principalmente o
de não ter dinheiro e poder o bastante pra satisfazer suas ambições.
Gostaria
de nunca mais precisar me lembrar daqueles ocorridos após o vestibular, os
quais roubaram minha alegria e feriram meu orgulho de tal maneira que me afetou
profundamente.
Depois de
completar o segundo dia de provas, saía tranquilamente pra tomar um refri na
lanchonete da esquina, mas mal coloquei os pés pra fora da universidade que o
mauricinho me colocou no muro:
-Preciso falar com você, projeto de homem.
-O que você quer comigo, hein? - nunca fui de
levar desaforo para casa
-Precisamos tratar de um assunto muito
importante.
-Não tenho nenhum assunto a tratar com você. –
protestei
Entrelaçou suas pernas entre as minhas, segurou
em meus lábios e a fala era satânica, pois rangia os dentes e o timbre de voz
havia se alterado consideravelmente:
-Temos sim... Temos muito que tratar.
Sabia que
não possuía afinidades com Gustavo a não ser pelo fato de amar a mesma moça. Eu
amava Laly de verdade, mas o Gustavo a queria a todo e qualquer custo, pois
precisava viver conquistando tudo mesmo que tivesse de passar por cima de tudo
e todos pra alcançar tal feito. Com Laly não seria diferente...
-Nós não temos nada pra conversar...
O desgraçado pigarreou, escarrou nas britas e
pisou como se matasse um inseto.
-Acredito que já esteja ciente de que Laly e eu
estamos noivos.
Fez
questão de mostrar a aliança de brilhantes que comprou antes da citada ocasião
e sabia exatamente como me ferir.
-Iremos nos casar após o aniversário de Laly e
por isso venho pedir-lhe, em missão de paz, pois não fica bem para o filho de
um famoso comerciante sair brigando, então quero conversar sem armas. - abriu o
paletó e mostrou os bolsos da calça de tergal risca de giz -Viu? Estou
desarmado e não quero sangue. Sou ou não sou um cara legal, vai?
-Gostaria de conversar com ela... - pedi
-Saiba que Laly não tem mais nada a conversar
com você.
-Quero conversar pra poder saber por que ela
tomou essa decisão. Será que não tenho direito?
-Parece que não compreendeu a mensagem. Deseja
que eu repita?
-Só desejo conversar com ela. Não posso? -
implorei
-Não... Ela não quer mais te ver.
-Não acredito em você.
-Mas deveria. - o filho da mãe era muito
debochado
-Sei que a Laly não diria isso. - revidei
-Já deveria saber que a Laly nunca me esqueceu,
que ela deseja como nunca ser minha esposa, que nosso relacionamento é aprovado
pelos pais dela e que EU sou um partido muito melhor que você.
-Você é um doente. - gritei no auge da
indignação
-Espero que seja homem o suficiente pra falar
isso diante de meus advogados.
-Sou muito mais homem que você.
-Sua sorte é eu não estar armado. - Gustavo
enfim mostrou sua faceta de vilão
Tentei socar o rosto dele que se esquivou a
tempo de perder um dente.
-Você ainda vai se ferrar por estar arruinando a
vida da Laly, mauricinho imbecil.
-Quem vai se ferrar é você se não se afastar das
nossas vidas, seu maloqueiro... Ah, e a princesinha se ferra junto contigo,
hein?
-Antes de fazer qualquer coisa com a Laly vai
ter que passar por cima do MEU cadáver.
-O que não é difícil. - sorriu emanando seu
afamado olhar macabro, o mesmo que muito possivelmente Laly e Edílson Moraes
desconheciam
-E o que você pretende fazer, hein?
Instiguei
pagando na mesma moeda, afinal, o melhor modo de lidar com pessoas perversas é
utilizar as mesmas táticas que elas.
Àquelas
alturas o pouco de paciência que por ventura tivesse sobrado revertia-se numa
fúria selvagem que me conduziu a empurrar aquele desgraçado. Sabia que ele tava
fazendo a Laly sofrer e não podia contar ao Edílson, pois por ser “pobre”,
minhas palavras não exerciam o mesmo poder que as de Gustavo.
-Se ama taanto a Laly como diz, então se afaste
para a segurança da sua princesinha, seu caixoteiro miserável. Espero que o
recado tenha ficado muito claro, compadre.
Quando me
abraçou (eu não retribuí) e me deu um tapinha nas costas, me surpreendeu com
uma gravata e tudo que me lembro é de ter levado um chute no estômago e eram
pernas vindo de todas as direções que nem consegui reconhecer.
-ESTÁ TESTEMUNHANDO ISSO, DEUS?O SENHOR ESTÁ
VENDO... EU CREIO QUE DEVA ESTAR... EU NÃO SEI DO MEU DIA DE AMANHÃ NEM DOS
MODOS QUE UTILIZAREI, MAS FAREI GUSTAVO ENGOLIR TUDO QUE DISSE... EU VOU FAZER
ESSE JOGO VIRAR, NEM QUE ME CUSTE TEMPO E ÓDIO, MAS EU VOU SER ALGUÉM... EU VOU
SER ALGUÉM MUITO IMPORTANTE E TODO MUNDO VAI OUVIR FALAR DE MIM...
Iury
conseguirá dar a tão esperada reviravolta em sua vida e algum dia descobrir que
Laly ainda o ama tanto quanto antes? Acompanhe o desfecho da trama nos próximos
capítulos...
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