terça-feira, 18 de outubro de 2011

Confissões de Laly Cap 21: Milene chega ao ápice da perversidade!


21º Capítulo – Milene chega ao ápice da perversidade! (IMPERDÍVEL!)

-Acho que o Fuinha ta precisando descabelar o palhaço. - Dorminhoco azucrinava o irmão

-Olha o respeito que a Laly é moça de família, hein. - Dani entrava no embalo

Mal sabiam eles a verdadeira onda de terror que eu sentia só de ouvir falar de sexo. Não entendia que graça havia no ato em si. Será que isso se devia ao fato de ter tido uma relação forçada?

No dia seguinte começava nossa maratona de 3 dias. Na noite de véspera nem preguei os olhos. Em virtude do vestibular, todos almoçamos muito mais cedo que o habitual.

-Come direitinho, Lalinha. Boa alimentação é um dos segredos pra se ter um bom desempenho na prova. - Tio Abílio reforçava isso de hora em hora
-Nada de tristeza, flor. Hoje é apenas mais um daqueles desafios que você vai vencer de olhos fechados e recordar com carinho. - Tia Conceição dizia enquanto servia mais refrigerante para Túlio

Ouvimos fortes batidas na porta principal da casa.

-Evandro? - Tio Abílio estava alerta
-Não combinamos de sair tão cedo. - Dani esclareceu
-Está esperando alguém, Laly?
-Não...

Gustavo não admitiria derrota tão facilmente. Ele não sabia e não gostava de perder.

-Não será o noivinho? - perguntou Túlio

As batidas ficaram mais fortes. Tio Abílio passou a se preocupar.

-Não deve ser ninguém conhecido porque todos sempre tocam a campainha.

Tio Abílio levantou-se e resolveu averiguar o mistério.

-Gustavo?

Som de suspense.

A reação instintiva de momento fez com que eu me escondesse debaixo da mesa da cozinha. Tia Conceição e Dani estranharam meu comportamento.

-Quero ver Laly. Sei que ela está aqui. 
-Posso chamá-la se quiser. 
-Então mexa-se e chame-a depressa.

Meu coração pulava pela boca só de pensar no que Gustavo poderia ser capaz. A sós ele mostrava quem realmente era.

-Não diz que eu to aqui... Não diz que eu to aqui... 
-Ele é seu noivo, Lalinha. O que deu em você? - Dani perguntou sem entender o que se passava comigo
-Ele veio decidido a falar com você. - Tia Conceição disse
-Mas não é pra dizer que eu to aqui... 

Estava tão desesperada que até mesmo um desconhecido sacaria a razão sem que eu precisasse contar a história toda.

Gustavo era mesmo um mau caráter. Como podia ser tão rude com um homem tão bondoso e gentil como Tio Abílio?

-Não complique as coisas, velhote. Deixe-me ver Lalinha.

Tia Conceição apareceu na sala. Ai de quem falasse grosso com seu amado Abílio.

-Laly não está aqui. 
-Mas eu... 
-Nós também não sabemos onde Laly está. 
-Era isso que eu estava tentando te dizer, rapazinho. - Tio Abílio humilhava Gustavo com tanta mansidão na fala
-Você disse que iria chamá-la. 
-Ao telefone. Ela não está em casa?
-Ela NÃO está em casa. Edílson e Eleonora estão desesperados atrás dela e...

Dani me ensinou uma passagem secreta na lavanderia a qual eu poderia sair tranquila e sem ser vista por Gustavo. Por conhecer plenamente o monstro com quem iria me casar, sabia que ele me perseguiria SIM no campus e se me encontrasse me espancaria na frente dos vestibulandos e seus pais, por isso tive de bancar a palhaça para poder ter a chance de lutar de igual para igual com meus oponentes.

Som: Olhos certos - Detonautas.

Milene estudou de antemão a vítima e conforme seus planos, tudo segue perfeitamente bem. Para convencer Fernanda, Milene chora no sofá da sala dos Gallardo.

-Fico muito feliz que enfim Iury tenha conseguido livrar-se daquela psicopata... 
-Eu não sabia disso. 
-Você não imagina o que é alguém vir e roubar seu amor. 
-Devo imaginar o quanto seja ruim.
-Ruim é muito pouco, amiga. É tão triste ver seu amor nos braços de outra. Que Deus nunca te deixe passar por essa situação.

Milene consegue a façanha de chorar com tanta convicção que deixa Fernanda chocada.

-Você é muito jovem, Milene. Não deveria perder seu tempo se lamentando quando há tanta coisa boa pra gente fazer. Meninos nessa idade só querem mesmo curtir.
-Eu sei que Iury já ama Aimée e ficou feliz por isso. Espero de verdade que Aimée e Iury sejam muito, mas muito felizes juntos.
-Eu também espero. Minha irmã merece muito ser feliz. Ela já sofreu muito. 
-E hoje mesmo vai para o inferno. – em pensamento

Milene imagina a dolorosa morte de Aimée e acaba escapando uma risada. Fernanda ergue as sobrancelhas e a prima de Laly emenda uma forte crise de choro para não despertar suspeitas. 

-Pobre coitada. – pensa Fernanda – Não é muito certa das ideias.

Com sensação de missão cumprida, Milene se despede de Fernanda e já na rua aproveita para gargalhar alta e satanicamente.

-Hoje mesmo vou celebrar com vinho a morte de Aimée Gallardo. Você pode até fugir de mim, Iury, mas seu destino sou EU...

Som: Dove - Moony.

Pintei as sobrancelhas de modo que as engrossasse grotescamente, coloquei uns óculos da Dani e usei peças de roupa de cores que não combinavam entre si. Fiz um rabo-de-cavalo bem malfeito e passei um batom vermelho que não tinha nada a ver com o contexto. Ficaria conhecida como a figuraça do vestibular, mas ainda assim era melhor que ser violentada novamente. 

Combinei de me encontrar com Dorminhoco porque iríamos fazer prova no mesmo local, mas em salas diferentes. Ele tomou um susto ao me ver.

-Você vai fazer prova desse jeito?
-Algo errado?

Dorminhoco não se atinha a detalhes, no entanto, também não era cego pra não perceber que eu estava ridícula. Não por nada. Eu percebia a malícia com que ele olhava pra mim. Percebia e tinha nojo disso. 

Eram todos iguais? Todos Gustavos enrustidos?

Até parecia que eu havia saído de Marte. Dorminhoco segurou pelos meus braços na hora de atravessar a rua e fez questão de pagar meu passe.

-Tu curtes o que?
-Sou eclética. 
-Curte esse som aqui. Se gostar, me diz que eu gravo pra você.

Eu também estava gamando nas modinhas de dance music européia. 

-Se você não ficar aqui só para o vestibular, posso te levar numas discotecas bem maneiras. 
-Acho que eu aceito...

No trajeto de casa até o campus, trocamos ideias sobre diversos assuntos. Estudar era completamente em vão faltando apenas horas para o grande teste.

A sala já estava cheia quando entrei. Eram todos meus concorrentes. Meu curso ofertava apenas 30 vagas e uma delas seria minha, contudo, havia mais de 500 pessoas com o mesmo pensamento. Aquele teste decidiria para quem o sonho continuaria. 

Desatei em lágrimas minutos antes dos fiscais nos autorizarem a responder os questionários. Tentei ao máximo impedir que me vissem nervosa.

-Ei moça, ta tudo bem?
-Estou... Estou sim... 
-Não quer sair pra tomar água e lavar o rosto?
-Não, não. Eu to bem...

Súbitas lembranças de Iury, dos 3 anos de namoro e a falta que minha mãe fazia. Pelo menos os lenços de papel tive de aceitar ou seria eliminada do exame. Respirei de dentro para fora, mas os alvitres dos meus 6 anos vieram a tona e tudo que eu mais queria era abraçar minha mãe. 

Até os seis anos eu fui criada por um lindo casal apaixonado. Minha mãe era a mulher mais linda que conhecia. Ela transcendia uma alegria de viver muito grande e contagiava a todos a sua volta. Ela era meu mundo.

Um dia, estranhamente, os adultos estavam me afagando demais, me olhando com cara de dó, como se eu fosse um cachorrinho abandonado. Procurava minha mãe e não a via em lugar nenhum. Quando perguntava, ninguém me respondia. 

Meu pai não queria me ver. Tio Abílio e Tia Conceição ficaram encarregados em cuidar de mim até meu pai se acalmar. Não me lembro muito desses dias. Tudo que sei é que quando voltei para casa, meu pai parecia mais contente e me apresentou a Eleonora afirmando que ela era minha nova mãe e nós nos entenderíamos muito bem.

Eu era menina demais e o mundo para mim ainda era pura fantasia, mas podia sentir uma energia muito pesada no olhar daquela mulher, tanto que começava a chorar quando ela se aproximava de mim.

-Lalinha e eu seremos grandes amigas. Não é mesmo, Lalinha?

Eleonora tentava fazer carinhos na minha cabeça e falar que nem retardada pra mostrar ao meu pai que tinha algum instinto materno. De fato não tinha e nunca teria. 

Eu era muito semelhante à Ingrid. Eleonora se sentia desconfortável em ter de conviver com a miniatura de sua rival caminhando pela casa, almejando a atenção de seu homem. Eu sempre seria um estorvo em sua vida. 

Se diante dos olhos de meu pai, Eleonora era um anjo, o mesmo não podia dizer quando ficávamos a sós...

-Você não é minha mãe e eu não gosto de você. 
-E você acha que eu gosto de você? Não gosto nem um pouco, mas seu pai quis ficar comigo, goste você ou não. 
-Quando ele souber que você é má comigo, vai se separar de você. 
-Vamos ver em quem ele vai acreditar: na fedelha idiota ou na amada dele?
-Pois saiba que a amada dele é minha mãe e ela vai voltar.

Por um bom tempo da minha vida imaginei mesmo que minha mãe estava viajando pelo mundo e voltaria de repente para me salvar das garras da Eleonora. Só mesmo quando tinha 10 anos de idade e a mãe de uma coleguinha minha morreu é que minha ficha caiu. 

Meu pai sempre acreditou na Eleonora, pois sua persuasão era perfeita. Gustavo e ela seriam o par ideal. Manipuladores, opressores, perversos. 

Eleonora se sentiria vitoriosa caso meu nome não estivesse naquele edital no final de janeiro. Não só ela como muita gente. Muita gente próxima, inclusive. 

Se não conseguisse domar aquelas recordações tenebrosas, o tempo iria acabar e eu seria desclassificada logo na primeira etapa, portanto fechei meus olhos e comecei a imaginar a Lalinha de 30 anos, a Lalinha que eu queria ser e então o choro foi cessando até eu ter calma de encarar esse desafio. Fraquejar não estava no sangue da minha família.

Som: Meu primeiro amor - Wanessa.

Mayra aproveita a folga de domingo para visitar Fernanda e a encontra jogando videogame.

-Milene veio me visitar.
-Milene?
-É... Queria conversar.
-Sobre o que? O que ela queria? – Mayra desconfia da conduta de Milene
-Ah... Nada de importante... 
- Milene tem uma mente meio fantasiosa. 
-Sério? Ela até chorou me contando umas histórias... Mas, mudando de assunto, eu tive um pressentimento engraçado de que você viria, por isso mesmo trouxe bolo.
-Bolo?

Mayra repara o tapewere com bolo de chocolate na mesa.

-Valeu, amiga. De coração.
-Bolo? Que bolo? - Mayra pressiona, tendo em mente que não preparou bolo algum e jamais mandaria Milene entregar
-Como que bolo? O bolo que você fez e pediu a Milene que entregasse. 
-Eu não fiz bolo nenhum, Fer.
-Não.
-Não, mas estou com uma fome tão grande. Não faz mal se eu pegar um pedaço? Só um pedacinho, uma lasquinha de nada.
-Fique a vontade, May. Pode pegar quantos pedaços quiser... Você ta em casa, amiga.

Mayra apanha do armário dois pratinhos de bolo, dois garfos e dois guardanapos e serve Fernanda.

-Acho que hoje vai chover... Milene fazendo bolo...
-Até que ela fez uma ótima ação, pois eu estava com muita vontade de comer bolo.

 Tanto Fernanda quanto Mayra ingerem um pedaço de bolo cada e voltam a prosear, jogar videogame, embora o veneno já esteja fazendo efeito sem que saibam.

-Amiga, se importa se eu for pra casa mais cedo? – pergunta Mayra já pálida e com sudorese

-Não, não. – Fernanda está um pouco tonta e não se sente disposta para se levantar do sofá
-Não estou me sentindo muito bem... 
-Tudo bem... Eu também não estou... Não se importa se eu não puder ir até a porta, não?

Mayra só tem tempo de voltar para casa, pois assim que Naira abre a porta, a menina desmaia em seu colo. 

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