Livrarias, museus e gastronomia se somam ao tango na lista de atrativos da capital argentina
Capital do tango e da Argentina, Buenos Aires oferece sempre uma lista inesgotável de atrações. Tanto para quem está voltando para lá como para quem chega pela primeira vez. Nos últimos anos, o câmbio favorável na troca de reais ou dólares por pesos fez com que multidões de brasileiros descobrissem o poder sensual da música e da dança portenhas, a diversidade de seus shoppings e feiras ao ar livre, a beleza européia da arquitetura, o sabor das carnes e vinhos. Prazeres simples, mas abundantes, de fácil acesso, cuja intensidade faz voltar.
A metrópole latina funciona 24 horas, considerando que depois do jantar, tarde da noite, tem a balada começando às 2h e terminando às 6h, dali a pouco abrem os cafés, os museus e mais um dia de trabalho, com os moradores preenchendo as ruas. Os bairros de maior freqüência turística, como o Centro, Retiro, Recoleta, Palermo e San Telmo, oferecem segurança para longas caminhadas. Plural, Buenos Aires contenta várias tribos de visitantes ao mesmo tempo: de famílias com crianças a casais em lua-de-mel, de boêmios a colecionadores de livros e raridades.
A metrópole latina funciona 24 horas, considerando que depois do jantar, tarde da noite, tem a balada começando às 2h e terminando às 6h, dali a pouco abrem os cafés, os museus e mais um dia de trabalho, com os moradores preenchendo as ruas. Os bairros de maior freqüência turística, como o Centro, Retiro, Recoleta, Palermo e San Telmo, oferecem segurança para longas caminhadas. Plural, Buenos Aires contenta várias tribos de visitantes ao mesmo tempo: de famílias com crianças a casais em lua-de-mel, de boêmios a colecionadores de livros e raridades.
Também é dessas cidades que gotejam história por todos os poros: a passada, de opulência, e a recente, mais sofrida, de perdas econômicas, que provocou um revival na melancolia do tango e trouxe o ritmo de volta às ruas, casas de shows, lojas, cafés, galerias de arte.
Nos passeios diurnos, é comum começar as coisas pela Casa Rosada e Plaza de Mayo, a primeira um imponente centro de poder, a segunda um espaço com árvores, jardins e pombas para manifestações populares contra ou a favor do poder. Por ali passaram os fanáticos por Evita Perón, a primeira-dama falecida em 1952, e os manifestantes do 'panelaço' que provocaram a renúncia de um presidente, em dezembro 2001. Por ali ainda marcham as mães e avós da Plaza de Mayo, lembrando todas as semanas que milhares de homens e mulheres da esquerda argentina foram 'desaparecidos' durante a ditadura militar.
A avenida de Mayo do famoso Café Tortoni deixa ver, de longe, o Obelisco, cartão-postal da cidade, e leva ao 'quarteirão espanhol', onde restaurantes de frutos do mar ostentam retratos da família real da Espanha. Os espanhóis são o segundo grupo mais expressivo de imigrantes que chegaram à Argentina a partir de 1880. O primeiro é o de italianos.
O Obelisco de quase 70 m de altura serve de referência para encontrar a avenida Corrientes e o Teatro Collón, na Plaza Lavalle, ambos lugares de espetáculos importantes. A poucas quadras dali, duas instituições portenhas aguardam os turistas: o shopping Galerias Pacífico e a Plaza San Martín, um respiradouro verde em meio a espigões e faróis de grandes avenidas, que paralisa o visitante pela beleza de suas árvores e monumentos.
Cansou de caminhar? Não canse. Os táxis estão baratos, na comparação com o mesmo serviço em capitais brasileiras, e os ônibus, por alguns centavos, sempre correndo muito, também levam à tangueira San Telmo, ao bairro Palermo dos parques, do escritor Jorge Luis Borges e dos jovens estilistas, e à Recoleta das grifes luxuosas e do cemitério que virou atração turística.
Conhecer cidades gigantes envolve risco de maratona, mas em Buenos Aires se impõe evitar a fadiga diurna porque... porque 'la noche es uma niña', um mundo de possibilidades, período de longas horas para aproveitar os vinhos, a gastronomia, os teatros, a música, as pistas de dança. É o tempo por excelência para se emocionar com o tango, na intimidade de alguns bares, nas calorosas milongas ou nos shows com jantar incluído, quando qualquer bife de dois andares deveria ser processado por atrapalhar a visão das piruetas dos bailarinos.
O tango mudou um bocado, desde as origens, nos bairros pobres, associado à gíria do lunfardo. O cantor Carlos Gardel, o compositor Astor Piazzolla e o bailarino Julio Bocca são apenas três dos artistas que renovaram esta que é uma das marcas mais fortes da cultura argentina. Na hora do show, uma forma de saber se os limites dos movimentos estão sendo esgarçados na sua frente é notar se os garçons estão prestando atenção aos bailarinos.
Eles vêm aquilo todas as noites. Se os garçons fixam os olhos no palco, é porque a dupla vai inventar, a bailarina que já desconcertou até o saxofonista vai arriscar um gran finale de ponta-cabeça, suspensa pelas canelas, e o bailarino vai suar o terno para fazer parecer sutileza toda a força que ele guarda nos braços e nas pernas.
Está aí um projeto para a próxima viagem a Buenos Aires: seguir os passos dos bailarinos prediletos. Ás vezes a moça que chega bocejando, de vestido colante vermelho, para a Feira de San Telmo dos domingos é a mesma que estava fazendo loucuras num bar da avenida de Mayo na noite anterior, ou bem-comportada, dando aulas para iniciantes na Confitería Ideal.
Buenos Aires até cabe num final de semana ou feriadão, para quem viaja desde as regiões Sul ou Sudeste do Brasil. Soa insano, tanta coisa boa para ver e fazer em três ou quatro dias, mas ficar pouco tempo é bem melhor do que não ir
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