sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Confissões de Laly Cap 64: Mayra e Nilton se casam! (IMPERDÍVEL!)



64º Capítulo – Mayra e Nilton se casam! (IMPERDÍVEL!)

Nas férias de verão o namoro entre Mayra e Nilton esquenta e eles resolvem perder a virgindade, ainda mais que o gordinho se sente complexado perante o primo, os colegas de faculdade e os outros garotos da idade.

-Você é virgem?
-Sou. Você é, Nilton?

Se dissesse que não, Mayra se sentiria traída, afinal eles estão namorando há muitos meses e passam pouco tempo juntos.

-Não... Quer dizer... Sim...
-Sim ou não? Você e a Naira não chegaram mais longe... Chegaram?

Por não ter muito entendimento de sexo, Mayra tira as dúvidas sobre o assunto com Fernanda que está se dedicando à sobrinha e não namora ninguém.

-Primeira vez pra alguns é meio estranha, mas a partir da terceira acostuma...
-Pra mim tem um probleminha a mais...
-Ele ainda fala da Naira durante a relação, tem alguma fantasia bizarra ou não goza... Conta aí, May.

-Eu to grávida.
-Grávida?
-Já estamos no final do verão e minha menstruação não desceu mais.
-Tem certeza?
-Gastei dinheiro que nem tinha pra fazer os testes e todos deram positivo.
-Não brinca, amiga.
-Eu não brincaria com coisa séria...
-Já falou com sua mãe?
-Não e até já imagino as bombas que me esperam, mas pior que isso é ter de contar ao Nilton. Ele ta estudando pra caramba, ralando lá em Curitiba e queria fazer amor, curtir, não fazer um filho em mim.
-Sendo hoje ou não, você vai ter que contar.

Mayra e Nilton passeiam após o expediente da jovem no salão e ela parece distante, quase não ri, nem sequer come. Nilton sabe que há algo de errado.

-Alguma coisa você ta escondendo de mim, Mayra. E eu faço questão de saber o que é.
-Só não sei se vai fazer questão de mim quando descobrir.
-Por quê?
-Porque eu to grávida, Nilton.
-Grávida?
-É, Nilton... Eu to grávida...
-Daquela vez (a primeira)?

Mayra confirma. Eles permanecem em silêncio e em seguida Nilton vai embora da lanchonete onde eles estavam. Mayra não o segue porque já entende a atitude do garoto a resposta que esperava.

-Imagina só quando minha mãe souber...

E resolve sofrer de uma vez.

-Mayra, eu esperava muito mais de você...
-Eu também, mãe.
-Então quer dizer que Nilton fugiu...
-A gente não pretendia ter um filho.
-Mas foram pelo caminho mais fácil e vão ter que arcar com as consequências...
-Eu amo o Nilton, mas não pra casar agora...
-Porque eu sou gordo?

Mayra vira-se para a voz masculina no salão e encontra Nilton com um buquê de rosas vermelhas.

-Casa comigo, May?

Som: Dove – Moony.

Com meu primeiro cachê paguei o que devia com juros à D. Cotia e ela passou a me tratar muito melhor.

-Deixei tua janta pronta, ‘fia’. Você precisa comer ou vai ficar doente e se adoecer não vai ser jornalista.

Dois meses antes eu estava definhando a olhos vistos e NINGUÉM se importava. Percebi o quanto o dinheiro não só traz conforto como bajuladores. Eu estava pesando muito menos de 48 kg com 1.65 e meus ossos no quadril já apareciam. Haja maquiagem para disfarçar as olheiras.

-Tem sobremesa na geladeira. Gosta de pavê de bis?

Eu não costumava comer feijão e arroz à noite, mas naquele dia me sentei ao lado de D. Cotia e saboreei cada garfada com tanto prazer.

-Ta gostoso, não ta? – D. Cotia passava as mãos na minha cabeça

D. Cotia cozinhava muito bem e a fome transformava o prato de pedreiro na melhor iguaria do mundo.

Dali em diante eu tinha passe livre para tomar banho em sua suíte e já podia comprar xampu, condicionador, sabonete cheiroso (eu tomava banho com sabão de pedra) e conseguia fazer 3 refeições por dia. Meu café da manhã não era mais pão amanhecido. Era rocambole ou pão de queijo. Eu escolhia o que tivesse mais vontade.

-Não quer iogurte com granola? Aceita um mamão? Você estuda de manhã e precisa comer bem pra prestar atenção na aula.

Quando eu voltava minha cama estava pronta, a roupinha passada e até ‘boa noite’ eu recebia. Ninguém sabia o preço que estava pagando para não largar a faculdade.

Não imaginei que Judy faria tanto sucesso! Com isso, meu cachê dobrou e eu ganhei até um espaço só meu no camarim. As concorrentes não curtiram muito a ideia.

-Ta se achando muita coisa pra estrela de um filme só.

De repente a mal vestida fez um corte legal no cabelo, recuperou alguns quilinhos e já circulava pelo campus com roupas da moda. Os olhares de desprezo passaram a ser de inveja e eu adorava, mesmo que ninguém soubesse quem eu era de verdade.

Só percebi que Judy não seria mais anônima quando um dia cheguei mais cedo à classe e encontrei os rapazes detalhando cenas do filme estrelado por Judy.

-Minha namorada que me desculpe, mas a Judy é uma gostosa, cara.
-Ah, eu pegava... – outro acrescentou
-Essa vale muito, cara. Eu to enfeitiçado... Só penso nela...

Minhas colegas de classe estavam mortas de invídia porque os veteranos começaram a mexer comigo.

-E aí, gatinha? Quer ir ao churrasco da turma no sábado? – o mais popular convidou
-Bom, deixe-me ver se não estarei ocupada... – fiz charme
-Ah, vai... Dá um jeitinho...
-Está bem, eu vou pensar...

As patricinhas metidas, claro, não gostavam nem um pouco da morena gostosona que deixava os futuros jornalistas babando. JP quebrou o estigma ridículo de que só loira é bonita e seduz. Eu tenho olhos e cabelos escuros e desde mecânico até político, sempre tive muitos admiradores.

O que faz uma mulher bela é quando ela decide ser ela. Ruiva, magra ou mais encorpada. Não importa. Ser bela é ser o que se é. Padrão e merda é a mesma coisa. Isso muda. Vejo gente morrer pra ser igual atriz de filme e o que ganham com isso? Nada!

Som: Fields of gold – Sting.

-Claro que eu aceito me casar com você, Niltinho.

Emília não acredita no que está ouvindo.

-Por enquanto eu sou só um universitário desastrado, mas quando eu me formar vou te dar uma vida de princesa e nosso filho vai ter muito orgulho do pai que tem. Eu lhe juro, meu amor.

Nilton beija a mão direita de Mayra, que chora de emoção e o beija.

Emília esperava que Naira se casasse primeiro e acreditava que Mayra teria alguns namorados e a ajudaria no salão, porém o destino modificou todas as suas certezas. Parece que vai ‘perder’ sua filha caçula.

Grazielle e Gabriel se surpreendem com a notícia do casamento de Nilton e Mayra.

-Nem acredito que a May já vai casar...
-E com o Nilton... – comenta Gabriel

Emília vê o quarto de Mayra arrumado a gosto da adolescente, se lembra de Mayra ainda bebê, brincando de boneca aos 5 anos, fazendo traquinagens aos 10 e mal acredita que a menina cresceu e já será mãe. Mayra, pronta para o casamento, vê a mãe chorando e começa a chorar também.

-Manhê... Assim eu borro a maquiagem...
-Vou te perder, minha filha.
-Chorando de barriga cheia, mãe? Vai ganhar um netinho e ainda chora?
-To perdendo minha menininha...
-Pense pelo lado bom, mãe. Serei muito feliz com Nilton.
-Que Deus abençoe esse casamento.

Emília omite a todos a gravidez para preservar a filha que se sente indigna usando branco.

-Ah mãe, será que eu mereço usar branco?
-Claro que merece, filha. Coração mais puro não tem.
-Vindo de você, mãe, vou acabar sendo conhecida como a noiva da maquiagem borrada, mas, tudo bem. – Mayra segura nas mãos da mãe e as beija

Som: Meu primeiro amor – Wanessa.

A cerimônia de casamento de Mayra e Nilton é super simples, realizada na paróquia em que todos na cidade frequentam, mas ambos os pais se prontificaram a dividir as despesas para proporcionar ao jovem casal um momento único e feliz.

A festa após a missa será promovida por Emília, que preparou o jardim da residência a fim de receber os mais chegados, apenas. Fernanda é uma das madrinhas do casamento, assim como Grazielle.

-Poxa amiga, quem diria que você iria se casar tão cedo...
-Estava no meu destino. – Mayra passa as mãos na barriga ainda inexistente
-Posso ser madrinha da criança?
-Você e a Lalinha serão as madrinhas.
-Não tem falado com Lalinha?
-Ela não respondeu a minha última carta.

Iury, ainda abalado, só ouve Nilton gargantear.

-Nunca imaginei que eu iria me casar assim tão novo. Achei que seria dos 25 em diante e olha lá...

Mayra joga o buquê e quem apanha é Grazielle. Gabriel enrubesce e dá a entender que tem intenções de se casar com a amada.

E eu serei madrinha dos bebês.
-Sai pra lá, urubu. – Gabriel brinca
-Eu dou muita sorte. Lílian é maravilhosa e saudável.

Ainda ao som de Meu primeiro amor – Wanessa, Mayra e Nilton irão morar numa pensão em Curitiba.

-Vivo num castelo...
-Ah é?
-Você adorar lá. O meu quarto tem uma vista linda da cidade.
-Mal posso esperar pra ver...

A fachada faz justiça à descrição de Nilton. Ele, por sua vez, coloca uma faixa nos olhos da esposa e a conduz até o elevador. Chegando ao andar, Mayra pergunta:

-Já chegamos?
-Falta pouco, meu bem.

Quando Nilton abre a porta do dormitório e Mayra vê a imundície do recinto, não disfarça a decepção.

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