segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Confissões de Laly Cap.87 - A revelação de Lalinha!


A revelação de Lalinha!

Envergonhada, Lílian dá uma bofetada em Rafael. Pepo vê e não perde tempo.

-Rafael levou bofetada!Rafa levou bofetada!

Rafael empurra Lílian no gramado:

-IDIOTA! – Lílian grita – DEPRAVADO!

As meninas ajudam Lílian a se levantar e Pepo e Rafa vão jogar bola na rua.

-Esses meninos são uns bobos. – Bruna suspira

Rafa, olhando para trás, procura por Lílian.

Som: Tudo de bom – Fernanda Porto.

Sem mais novidades, alguns dias se passam...

Lílian, com a ajuda dos adultos, resolve correr atrás do prejuízo. Enquanto Fernanda assiste TV na sala, a menina estuda sentada na mesa de jantar.

-O caso de hoje é INACREDITÁVEL, inédito na TV Brasileira, algo que nossa produção JAMAIS viu em toda a história desse programa...

Fernanda e Lílian são assíduas telespectadoras de um programa similar ao antigo A Hora da Verdade da Márcia Goldschmidt. A entonação da apresentadora prende as personagens em frente ao televisor todas as tardes.

-Só não vejo esse programa se faltar energia elétrica ou morrer.

-Ah Fer, credo!Não acredito que você assiste isso... – Laly se revolta

-O programa de hoje está imperdível!IMPERDÍVEL!NÃO SAIA DAÍ...

-Apresentadora sensacionalista dos infernos... É tudo armado...

-Armado nada. Esses dias aí rolou porrada ao vivo no palco. Sobrou até pros câmeras.

Lílian se senta ao lado de Fernanda.

-Adoro esse programa!

Gilberto, que está saindo do banheiro, repreende Lílian:

-Quem te deu ordem pra ver TV, hein?

-A Fernanda, oras. Quem mais?

Gilberto desliga a TV no botão e avisa:

-Ninguém liga essa TV hoje. – para Lílian – A senhorita está proibida de ver televisão e não vai fazer nada a não ser estudar. Já que vadiou quando deveria dar duro, que agora arregace as mangas e crie vergonha na cara pra isso não se repetir no ano que vem.

-Só esse programa, vô.

-Nem esse, nem o próximo. Vá estudar!

Lílian bufa de raiva, mas obedece. Gilberto, antes de sair, adverte as adultas.

-Vigiem Lílian. Eu precisarei dar uma saidinha e demorarei. Quero saber se posso confiar em vocês.

-Pode sim! – Fer concorda com a cabeça

Laly liga o laptop e resolve trabalhar para motivar Lílian. Fernanda só espera o pai sair e liga a TV novamente.

-Ninguém conta pra ele, hein? – Lílian se atira no sofá – Segredo!

Segundos depois, Gilberto, parado com os braços cruzados em frente a porta principal, pergunta:

-Minha palavra não vale NADA, não é mesmo?

Furioso, Gilberto desliga o aparelho de TV da tomada:

-É de pequeno que se torce o pepino.

A insistência de Gilberto surte efeitos, pois Lílian consegue ser aprovada.

Som: Cada um cada um – Cláudio Zoli.

Laly trabalha em seu livro mesmo não estando inspirada e está tão concentrada em curtir suas férias que se esquece de Abel, dos problemas da redação e da briga com a balança.

Iury está trabalhando cada vez mais motivado por se lembrar de Lalinha. Todos percebem o brilho no olhar. Nilton coloca lenha para reaproximar o casal.

-Qualquer dia desses dá uns chegos na casa do Gilbertão, assim como quem não quer nada.

-Ah sim... Pra sair de lá algemado... Você é cara de pau, Nilton. Como pensa numa coisa dessas?

-Só estou tentando facilitar tudo pra você, primo.

-O Gilberto quase armou um barraco comigo lá na festa. Deus que me livre arrumar encrenca sem necessidade.

-Trate de ser ligeiro antes que o jornalista dê as caras.

-Não tem nada a ver, Nilton. Deixo tudo como está. Se Laly é feliz, é o que me importa e se sua felicidade é distante de mim, distante continuarei.

Som: In your eyes – Kylie Minogue.

Quando Fernanda resolvia escutar som brega eu queria sumir.

Sabe todas aquelas músicas que você tem vergonha até mesmo de ouvir sozinho?Fernanda compartilha o aguçado gosto musical com a vizinhança.

-Ai Laly, dança aí... Que mau humor é esse?

Era domingo pela manhã e nós fomos dar uma volta pela orla.

-Sabe que hoje ta bom pra ficar em casa?

-Sou obrigada a concordar com você. – assenti com a cabeça

Fernanda queria estourar pipoca, comer brigadeiro e fazer uma sessão de cinema. Gilberto foi pescar com as crianças e nós ficamos sozinhas em casa.

-Quer dar uma passadinha na locadora, Lalinha?

-Ah, pode ser...

Eu estava fugindo do romance. Assistiria a saga de Rambo, Exterminador do Futuro e Robocop com brilho no olhar. Fer queria ver alguma comédia romântica recém-lançada.

Passamos pelas fileiras de ação, drama, infantil, comédia e quando vi pornografia dei um passo para trás como se fosse uma daquelas beatas fervorosas que enrubescem só de pensar na palavra sexo.

Fernandoca, mais ousada, me puxou pra dentro da área ‘proibida para menores’ como se fosse uma criancinha curiosa.

-Não fica braba, Laly?

-Braba com o que?

-Não sei se deveria falar. Você pode se ofender.

-Deixe de bobagem, Fer.

-Conhece a Judy Pankekinha?

-Quem não conhece?

-Já viu algum filme dela?

-Não curto o gênero.

-Não se ofenda nem nada, mas você é a irmã gêmea perdida de Judy Pankekinha.

Que diabos minha melhor amiga estava falando?

-Não se acha nem um pouco parecida com a Judy?

Cínica ordinária.

-Passo longe de filme pornô.

Até a que ponto eu poderia confiar na Fernanda eu não fazia idéia.

-Quer pelo menos ver o filme?

-Ah não, Fernanda. Que isso?

-Vamos ver. Assim você tira a dúvida.

-Eu sou muito bem esclarecida.

-Por favor, amiga. Pelo menos uma cena...

-Gastar dinheiro com isso?Já pensou se o Gilberto e as crianças chegam?

-Meu pai e as crianças só vão chegar a noite. Você vê só uma cena do filme pra conhecer a Judy e pronto... Nada demais...

-Então você paga.

Saindo da locadora, o baque...

-E o filme?Não ia alugar?

-Não é problema. Eu tenho uma fita lá em casa.

Judy Pankekinha VS O Orgasmo Assassino. Quase 2 horas de pura suruba.

-De onde isso?

Perguntei tentando encarnar Naira, beata ao extremo.

-Comprei no camelô.

Diacho!
Quantas dessas fitas estavam circulando Brasil afora? E se um dia alguém descobrisse sobre minha oculta identidade?

-Olha a Judy. Olhe bem de pertinho. Veja se não é a sua irmã perdida.

Eu vi a Laly de 10 anos atrás. Ousada, sexy, tarada, fogosa. Aqui e agora.

Senti raiva, orgulho, indiferença, medo. Ao mesmo tempo. Não iria conseguir disfarçar para o resto da vida.

-Sou eu! – admiti pausando o vídeo

E agora, Lalinha?

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