segunda-feira, 5 de março de 2012

Confissões de Laly Cap 112 - Em clima de Reveillon! - parte 1


Em clima de Reveillon! – parte 2

Abel, segurando a taça, sorri para Laly.

-Feliz 2003.

-Infeliz 2003, você quer dizer...

-Ora ora, leoa. Também tenho minhas superstições.

-E uma delas, certamente, é arruinar o réveillon alheio.

-Que isso, Lalinha!Eu?

Fernanda e Mayra estão rindo.

-Tem mais algum sem noção aqui? – Laly pergunta – Não tinha lugar melhor pra passar o Ano Novo não?

-Tinha. Ao seu lado.

-Ta satisfeito?Sujou minha roupa... – retruca – Sem noção.

-Não sabia de uma velha simpatia em que se joga champanhe em alguém do sexo oposto a meia-noite? – sussurra - Traz sorte.

-Ah sim... Estou vendo...

Lílian, ao celular, conversa com Pepo.

-Você ta perdendo a festa aqui, bisão. Deram um banho de espumante na Lalinha.

-Sério? – Pepo pergunta impressionado

-O baixinho veio passar o reveillon com a gente.

Som: Superstar – The Carpenters.

Edílson resolve caminhar até a praia para espairecer a cabeça. Muitos conhecidos o saúdam.

Eleonora e Gustavo se beijam ardentemente na areia da praia enquanto rola a queima de fogos. Quando abrem os olhos, Gustavo apanha uma das mãos de Eleonora, lhe passa algumas notas amassadas de pequeno valor e lhe entrega sussurrando.

-Vá comprar umas bebidas pra mim.

Gus faz isso para poder se assanhar a vontade. Seu alvo é um grupo de meninas entre 10 e 12 anos, incluindo Bruna, amiguinha de Lílian.

Estufando o peitoral, dá uma mexidinha no cabelo, pigarreia e se intromete na conversa das menininhas:

-Não tem medo de ficarem sozinhas por aqui?

-Falou com a gente? – Bruna demonstra desprezo

-Ah se eu fosse mais novo...

-Pena que não é... – a prima de 12 anos debocha

-Gosta de caras mais velhos?

Gustavo tenta assediar Bruna e suas primas.

Não muito longe, Edílson, que resolveu comprar uma latinha de cerveja, encontra Eleonora saindo do quiosque de bebidas e a aborda.

-Onde é que você tava?

-Não é o que você ta pensando, Edílson. Vim fazer companhia ao Gus.

-E me deixou sozinho?

-Você dormiu.

-Você sabe que eu não gosto de mousse de maracujá.

-Então você não comeu?

-O que você acha?

Eleonora se desespera e resolve apelar para o choro:

-Gus é como um filho pra mim.

-Não parece.

-Não me diga que ta com ciúmes dele, Edílson?

-Não gosto desse excesso de intimidade. Me faz desconfiar de que há algo mais que ‘sentimento materno’ e amizade, ternura, compreensão.

-Não seja bobo, Edílson.

-Por que não me disse que queria virar o ano na praia, meu amor?

Edílson abraça Eleonora e eles acabam dividindo as bebidas enquanto curtem o restante da queima de fogos. Eleonora disfarçando a raiva do marido ao ver Gus paquerando adolescentes na areia.

Som: Heaven – DJ Sammy.

Abel parece conhecer Pablo, pois eles estão dançando e conversando juntos. Mayra vê e uma mistura de sensações a invade. Laly e Fernanda estão ao lado dela sentadas no meio-fio.

-É esse o loiraço?

-Em carne e osso. – bufa May

-Por quê?

-Olha de quem ele é amigo... Sabia que era bom demais pra ser verdade...

Gilberto, não muito longe dali, confere o volante no bolso e ainda não acredita que tornou-se milionário.

-Nunca imaginei que ganharia tanto dinheiro assim de uma vez. Justo no ano em que nem apostei, Lílian brinca com os números e acerta todos.

Lílian abraça o avô.

-E aí, vô?Já sabe como vai torrar a dinheirama?

-Você já sabe o que vai querer?

-Tem tanta coisa.

-Então é bom que faça uma lista.

-Posso chamar Yasmin e Bruna para saírem comigo?

-Com certeza...

Laly e Fernanda deixam May sozinha. Pablo a reconhece e sorri sem dissimular.

-Oi... – acena timidamente

-Oi...

-Mayra?

-Que bom que acertou meu nome.

-Esperando alguém?

-Você sim.

-Já encontrei.

Pablo se senta ao lado de Mayra. Fer e Laly se alegram.

-É impressão minha ou ele também ta gostando dela? – Fer pergunta

-Gamou na May. Presta atenção no modo como ele gesticula. Ele ta tentando chamar a atenção dela.

Abel, sem noção, se senta entre as amigas.

-Pablito é dos meus.

-Sinto a fetidez estragar meu réveillon. Se você estiver empurrando cafajeste pra minha amiga, vai se ver comigo.

-Qual é?Pablo não tira os olhos da mocinha ali. Só dei umas dicas...

-Ah sim... – Fernanda assente querendo rir

Abel só não beija Fernanda porque Laly está presente e vice-versa.

-Pra mim esse réveillon não poderia ser melhor. Estou ao meio de duas beldades... E depois me chamam de cafajeste. – pensa – Ah Deus, me controle pra eu não agarrar as duas ao mesmo tempo. – diz – Cafajeste é pato que já nasce com os dedos colados pra não ter de usar aliança. Eu sou um cara legal. O povo é que fala mal. Mais cafajeste é quem me diz...

-Ainda pergunta por que... A oferenda não voltou pro mar, não?

-E a leoa ainda não se animou?Se precisar, eu canto.

-A menos que queira acabar com a festa antes do prazo.

Pablo e May estão cada vez mais próximos de ficar.

-Eu não sei o que está acontecendo comigo, mas desde que te conheci não consigo mais parar de pensar em você, Mayra.

-Eu também não.

Começa a tocar You are – Lionel Richie (tema de May e Pablo).

Pablo, com a mão direita em forma de concha, acaricia o rosto de May que fecha os olhos e não consegue controlar as sensações prazerosas que a invadem. Estar com Pablo, sem dúvida, é o oposto do que viveu com Nilton.

Lentamente Pablo se aproxima de Mayra e sela o desejo. May, mais sedenta por experimentar um beijo, permite que o professor de geografia conduza a situação.

Mayra e Pablo passam o resto da noite abraçados, em alguns momentos se beijando muito e aproveitam para se conhecerem melhor. Em nenhum momento May menciona Nilton. Pablo também é solteiro e embora seja conhecido de Abel, não é cafajeste.

Som: Tarzan boy – Baltimora.

As crianças já dormiram. Laly, sem Iury e nem muito entusiasmo para dançar, entra em casa. Abel e Fernanda somem da vista de todos.

-Tive de me controlar. Senti uns desejos estranhos.

-Você não presta mesmo, Abel.

-Seria legal ter uma noite com as duas.

-Mais fácil com duas bonecas infláveis...

-Ah Fer, convence a leoa.

-Ela nem sabe que a gente ta ficando.

-Já faz tempo.

-Ela não sabe.

-Poxa, por que não abre o jogo?

-Você não entende as regras femininas. Nunca vai entender como funciona.

-Sou ligeiro. Quando quero nem titubeio. Você me disse que também quer.

-Posso até querer, mas é te dar um pé, cafajeste. Você sonha demais.

Abel coloca os braços em volta da cintura de Fernanda e sussurra perto da orelha da ex-miss porque isso a deixa excitada.

-Você sabe que é a minha preferida.

-Ah Abel, agora não dá.

Abel beija o pescoço de Fernanda até que a moça não consiga mais resistir.

-Diga... Diga que me ama...

-Para, Abel. To ficando arrepiada.

-Fala aqui no meu ouvido que me ama.

-Nem em 30 anos.

Abel acaricia a cintura de Fernanda e tira o sutiã dela acariciando de leve os seios da moça ainda vestindo a regata branca com dizeres em prata.

-Abel, chega...

Abel e Fernanda estão se agarrando no escuro e Fernanda não suporta mais conter o incessante desejo. Infelizmente Gilberto os flagra.

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