Laly é pedida em casamento! (IMPERDÍVEL!)
Gustavo e Eleonora se encontram no mesmo matagal onde o vilão e Milene transavam e arquitetavam as perversidades que aterrorizavam a cidade.
-Aquele emprego era coisa fácil. Eu te disse, Eleonora.
-Pretende derrubar o baixinho por primeiro ou vai direto ao assunto?
-Sem o baixinho é impossível destruir Laly.
Som: I’m gonna get married – Lou Christie.
Edílson, debruçado ao muro de casa, contempla o céu límpido e mais do que sentir falta da intimidade com Eleonora, se lamenta por algo que não sabe exatamente o que é. Seria saudades de quem foi ou gostaria de ser ou apenas um momento de fraqueza?
Som: Will you still love me - Chicago.
Laly e Lílian estão na sala de espera. Iury para em frente à porta e sem disfarçar o sorriso, chama Laly.
-Laly Antunes Moraes.
Mesmo sabendo que Laly está presente, repete pelo prazer de ouvir a sonoridade do nome da amada.
-Laly Antunes Moraes.
-Não vai deixar o bonitão esperando, hein? – Lílian brinca
-Quer entrar, pequena?
-Não vou atrapalhar nada?
-A menos que não queira ser a dama do casamento.
-Vocês vão casar?
Laly é apanhada de surpresa com o comportamento do namorado e não consegue disfarçar o sorriso.
-Vocês vão casar? – Lílian repete a pergunta
-Depende da resposta dela mais do que da minha. – Iury brinca
Iury realiza o procedimento para remover o gesso do braço de Laly que está sentada na cama onde Lílian também esteve quando luxou o braço no Dia das Crianças.
-Gostou dos desenhos que fiz no braço dela?
-Sim, sim. Leva jeito pras Artes.
-Vou sentir falta deles... – Laly segura na mão de Lílian
-Recuperou-se depressa, Laly. Tem um bom sistema imunológico. – Iury acrescenta
-Sabia que vocês fazem um casal muito bonito? – Lílian comenta
-Acha mesmo?
-Estavam falando sério quando me chamavam pra ser daminha? Eu não gosto muito de mangas bufantes, mas no mais, aprovo o casório.
Iury e Laly só não se beijam por estarem no local de trabalho do rapaz, mas prometem celebrar a ocasião a sós assim que possível.
-E precisa estar bem bonita. Se bem que você já é... – Lílian comenta
-Pronta pra se esbaldar de sorvete?
-Prontíssima.
-Só não conte a seu avô, pois ele me pediu pra não te deixar comer doce antes do almoço.
Som: Flores (acústico) – Titãs & Marisa Monte.
Gustavo e Eleonora estão reunidos em uma lanchonete tramando o plano que destruirá vida, carreira e reputação de Lalinha.
-Abel Santiago e Laly viveram juntos por pouco mais de 6 anos. O baixinho deve saber muitas coisas sobre o obscuro passado da desgraçada.
-Ninguém enriqueceria da noite pro dia dando duro em um restaurante caindo aos pedaços e morando em uma pensão no cafundó do mundo. Laly deve estar metida com algo que não presta. Esse tal Abel deve saber.
-E o mundo também.
Som: Já sei namorar - Tribalistas.
Me reuni com as meninas em um restaurante especializado em frutos do mar, como havíamos previamente combinado.
-Aqui é 5 estrelas quanto a que se diz respeito a frutos do mar. –comentou Fer
-O Nilton e eu já comemoramos um aniversário de casamento aqui... – contou Mayra
-Nos meus aniversários de namoro o Abel sempre fugia... – desabafei raivosamente
-Que otário!
Alucinada ou não pela superexposição do baixinho, o vi aproximar-se de nossa mesa.
-Foi só falar no diabo que apareceu o rabo. - falei alto para que ouvisse
-Ora se não é a leoa do litoral... Meu carro até agora não ficou pronto... - caçoava o baixinho
-Devia ter ateado fogo...- debochei
-Olá belezuras!Vocês me conhecem, certo?
Abel estendeu a mão direita para cumprimentar Mayra que educadamente retribuiu o gesto. Quando foi estender a mão para fazer o mesmo com Fer, o sem noção deu uma cotovelada no meu copo de caipirinha que se espatifou no chão.
-Desastrado. - repreendi
-Ora, ora, leoa... Acidentes acontecem...
O garçom que estava responsável por nossa mesa lamentou o ocorrido e logo limpou a sujeira.
Abel, extremamente cara de pau, arrastou uma cadeira para se sentar ao nosso lado e, gesticulando, novamente chamou o garçom.
-Um vinho tinto para mim com uma porção de camarão. Uma porção generosa, por favor. Ah, pode deixar que eu irei bancar o jantar das beldades aqui...
Definitivamente cheguei a conclusão de que minha vida era uma daquelas novelas das 7 em que o dramalhão acaba cedendo espaço ao humor pastelão. Estava acontecendo cada coisa que me deixava com os cabelos em pé.
-Que diabos você está fazendo aqui? - indaguei
Fernanda enrubesceu e não conseguiu disfarçar. Justo ela, tão boa de garfo, mal conseguia comer.
-Vim me sentar com minhas fãs...
Mayra estava rindo da situação. Fernanda estava imóvel e me deixava preocupada.
-Fãs?Você é muito prepotente. Pra ser seu fã tem que estar no fundo do poço... - retruquei Abel
-Eu te salvo, leoa. - ele tinha senso de humor
Abel tirou do bolso do paletó uma câmera digital e quando o garçom entregou nossos pedidos, pediu para que ele tirasse uma foto nossa.
-Sorriam, leoas.
Fernanda saiu da mesa e Mayra resolveu seguí-la. Queria ter feito o mesmo, no entanto, com delicadeza, Abel segurou um de meus braços.
-Ora, ora. Por que fugir?Sou um monstro, por acaso?
-Por que não vai atazanar outra pessoa, hein?Por que você não me deixa em paz?
-Você sabe que eu sou um cara da paz, não gosto nem de gritar e devo meu grande sucesso frente ao 'Toda Poderosa News 1ª Edição' a você, pois desde que começamos a nos relacionar, só tive êxito na vida.
-É só uma pena que eu não possa lhe dizer o mesmo.
-Pensei que poderíamos comemorar meu sucesso frente a bancada com um saboroso jantar e um dueto no karaokê...
-Vai pagar mico sozinho. To fora.
-E vai me deixar na mão?Eu já inscrevi você...
-Você ta pagando alguém pra me seguir?
-Deveria?
Arrepiei-me ao ver Nilton, Naira e Pepo chegando para comer. Pablo, o novo namorado de May, viria mais tarde. A noite seria realmente longa.
Som: Never can say goodbye – Jackson 5.
Gilberto e Cybele estão sentados em um banco na Avenida Beira-Mar e Cybele, com a cabeça encostada no ombro direito do amado, curte o momento. Gilberto, sempre mais racional, prova que um homem pode ser muito romântico sem parecer careta:
-Eu só me senti feliz assim poucas vezes na vida. Estou mesmo amando. Estou feliz comigo mesmo, com a vida que levo e não teria motivos para reclamar.
-Sinto exatamente o mesmo.
-Cybele, eu sei que esse não é o melhor momento para falar disso...
-Podemos ter um filho se quiser, Gilberto. Se for essa a questão, tenho 37 anos e ainda estou fértil.
-É um assunto que não conversei nem mesmo com Fernanda.
Som: Flores (acústico) – Titãs & Marisa Monte.
-Aquele gordinho safado sabe de muita coisa.
-E como vamos encontra-lo?
-Quero soluções, não perguntas.
-E onde eu entro nisso?
-Eu lidarei com o plano bruto. Se tudo sair como nós planejarmos, podemos até conseguir dinheiro dos Gallardo com chantagens.
-Então o negócio é mesmo sério...
Som: I do what I want – Mademoiselle.
Abel compensou com muito humor todos os momentos de aflição que passei junto a Gustavo. Se o ricaço me espancava por pouca coisa, Abel, pelo menos, levava tudo na esportiva e odiava discutir relação. Se o vi gritar alguma vez foi tentando alcançar uma nota alta enquanto cantarolava no carro. E só.
Abel queria muito ser cantor e o fazia nas horas vagas pagando mico nos karaokês da vida. Ele também tinha o estigma de galã, mesmo com toda crocodilagem do mundo. Gentileza era a palavra-chave que fazia nós mulheres cairmos aos pés dele.
-Você me paga, Abel. Você me paga...
-Vai ser divertido...
Quando Fer e Mayra voltaram do banheiro, estava eu subindo ao palquinho do karaokê para fazer um dueto com Abel.
-Vai cantar, Lalinha? - perguntou May
-Culpa desse sem noção. - resmunguei
Abel estava mesmo se achando o último biscoito do pacote, pois já havia encomendado rosas para distribuir aos convidados do restaurante e solicitou iluminação especial para se apresentar.
-Ta muito exibido... - comentei
-Só estou tratando bem meus fãs. Abel Santiago é o novo queridinho do jornalismo...
-Jornalista não é artista.
-E estar a frente de uma bancada também não é arte?
-Você está deturpando a imagem do bom jornalismo. Se quer aparecer, vá ser ator.
-Se não sabe, sou o campeão de cartas da Toda Poderosa e os grandões estão cogitando me escalar para a edição nacional, mas ainda estamos analisando a ideia.
-De duas, uma: ou o mundo virou mesmo de cabeça pra baixo ou você está tendo um caso com a mulher de algum diretor...
Abel insistia em usar paletó e parecia mais pequeno ainda. A barra de sua calça de tergal cobria perfeitamente o sapato.
Quando o conheci, me sentia ridícula por estar apaixonada por um baixinho, mas a medida que passamos a conviver, nem senti a diferença, apesar de eu também não ser lá aquelas coisas de alta. Meus 1,65 sempre deram muito pro gasto.
-Sabia que você deveria comprar seus ternos em loja especializada em tamanhos infantis? - o provoquei
-Isso é um bom sinal, Lalinha. Isso é um ÓTIMO sinal...
-Ah sim... um ótimo sinal...
-Sabe por quê?Você ainda me ama...
-Bem capaz.
-Você assiste ao noticiário e se preocupa com o que eu visto. Isso é sinal de que ainda me ama...
Quanta prepotência!
Apanhando o microfone e pigarreando, Abel cumprimentava os freqüentadores do restaurante como se fosse um afamado cantor.
-Boa noite, querido público. Muito boa noite a todos. Minha amiga Lalinha e eu cantaremos um grande sucesso...
Quantas pessoas estariam assistindo a minha micada performance ao lado de Abel?
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