terça-feira, 20 de março de 2012

Confissões de Laly Cap 123 - O fim de um conto de fadas! (IMPERDÍVEL!)


O fim de um conto de fadas! (IMPERDÍVEL!)

Cybele, aos prantos, aciona a equipe médica do cerimonial e Gilberto é retirado do local. Fernanda desmaia e é acudida por May.

Completamente tranquilo, até mesmo rindo, Gustavo limpa a faca ensanguentada com um guardanapo e avisa.

–Quem contar o que aconteceu por aqui terminará morto como o velhote.

Ri debochadamente caminhando rumo a porta principal do salão, mas é acertado com uma cadeira nas costas.

-O COVARDE SÓ É MACHO COM MULHER, NÃO? – Abel está em guarda – POR QUE NÃO VEM DUELAR COM ALGUÉM DO SEU TAMANHO, HEIN? QUAL É?TEM MEDINHO?

-O baixinho vai se arrepender de ter nascido. Ah se vai.

Abel não teme as investidas de Gustavo e o peita.

-ISSO É O QUE NÓS VEREMOS.

-Se eu fosse você tomava um pouquinho mais de cuidado.

-Se eu fosse você, não chegava um milímetro perto da Laly se não quiser arrumar confusões das quais não mais sairá.

-ESTÁ ME AMEAÇANDO?

-ENTENDA COMO QUISER, MAS NÃO CHEGUE PERTO DA LALY. FAÇA QUALQUER COISA CONTRA ELA E PAGARÁ CARO POR ISSO.

Gustavo tenta socar Abel , mas acerta o gerente do estabelecimento, que sem outra saída, aciona a PM.

Som:Fogo – Capital Inicial.

Iury está caminhando pela orla, pensando na vida, nos momentos felizes que viveu ao lado de Laly e no contratempo de hoje.

-Realmente o passado queria acertar suas contas e não podia passar de hoje. Sabia que Gustavo não sossegaria tão cedo...

Laly o encontra e corre para alcança-lo. Ao vê-la, Iury apressa os passos e a ignora por completo.

-Iury, Iury... Por favor...

-Não quero que se explique, Laly. – a rispidez tudo esclarece

-Mas é preciso.

Iury continua caminhando e Laly até consegue permanecer ao lado dele tentando olhar em seus olhos e o médico desviando as atenções, contemplando o mar ou qualquer outra paisagem.

-Eu sei que deveria ter te contado.

-Disso eu preferia nunca saber.

-Então quer dizer que tudo entre nós acabou mesmo?

Iury atravessa a rua para entrar em seu carro e Laly o impede de abrir a porta do motorista parando em frente a essa.

-Se é que você não estava me traindo com aquele baixinho desgraçado ou sei lá quem, afinal, você era bem safadinha, né? – Iury tenta empurrar Laly

-Enquanto estive com você nunca procurei por ninguém.

-Não asseguraria com tanta firmeza e convicção.

-Você, ao contrário, nunca me respeitou. Lílian e seja lá mais quem for pensa que você é esse mocinho sereno e santinho, mas você não trouxe sofrimento só a mim, mas a Aimée que morreu amando você e sentindo-se enganada porque você nunca foi sincero com ninguém.

-Fui sim e você vacilou.

-A você eu fui fiel, mas...

-Preferiu trilhar o caminho mais fácil, mas agora vai pagar o preço por isso.

-Vou. Sei que sou e mais: se o fiz foi porque... Afinal, por que estou me justificando? Se me amasse, poderia não concordar com meu passado, até porque não o obrigaria jamais a pensar como eu, no entanto, se me trata com essa frieza e crê cegamente nas arapucas de Gustavo tomando para si a raiva destrutiva que ele e Eleonora de mim alimentam, presumo que você não mereça meu amor.

-Se é que algum dia me amou.

-O amei sim.

-O amei até conhecer Abel e ele ser tudo aquilo que você nunca foi. Sabe por que? Porque Abel me aceitou como sou sem idealizações, provocações e sempre soube de Judy, não dando a mínima para o que pensariam porque soube diferenciar Judy de mim, o que NINGUÉM nessa droga de mundo consegue fazer. O que você pensa? Que só porque fiz filmes eróticos que não tenho sentimentos, que sou apenas uma máquina de fazer sexo e nada mais? Eu por caso o ofendi tanto para que me humilhe como se eu fosse um nada? Eu tenho conhecimento de todos os pecados, noção de que todas as minhas escolhas acarretam em consequências e eu não me acovardo na hora de pagar porque aliás o preço foi muito alto e eu pensei sim que você pudesse ser um homem de verdade que mesmo sabendo de tudo continuaria me amando ‘para sempre’ como afirmava, mas, que nada... Na primeira decepção me execra como se eu fosse um monstro. Você faz uso de palavras bonitas para falar de amor e não sabe amar porque o amor, meu querido, vai além de vocábulos verbalizados. Não é a entonação que convence, mas o quanto você se doa e aprende a aceitar que as pessoas não são perfeitas e nem por isso iremos nos fechar em uma redoma. Decepção é tão parte da vida. Não aprender com elas ou se fazer de vítima das circunstancias não te torna uma pessoa boa. Fiz o que fiz. Não quer me perdoar e me escutar? Problema seu! Se quer saber, não me arrependo, não vou implorar e tentar fazer predominar a verdade, ainda mais se você só ouve aquilo que lhe convém.

Chorando, Laly arranca da cabeça a coroa de flores brancas e avisa.

-Não mereço essa porcaria, nem essa droga de vestido branco. – rasga o vestido – Eu deveria saber que o que está no passado tem seus motivos para estar lá. Você foi só um amor do passado, uma paixonite idiota de 15 anos de idade que terminou aos 18 e deveria ter ficado mal resolvida porque com certeza seria muito menos doloroso que seu olhar totalmente frio e indiferente. É esse, talvez, o lado negro do amor, o lado que faz de vocês homens totalmente incompreensíveis ao meu ver. Modificam o discurso dependendo da situação. Isso, definitivamente, não é amor. É só um pretexto para que o passado continue a nos atormentar, a nos fazer pensar que tudo era melhor antes, mas nós sabemos que não era e nunca foi. O melhor é viver o agora e eu o farei sem medo. Pode doer em você e saiba que isso afeta a mim, no entanto, hoje foi o capitulo final de um conto de fadas porque pra mim, ao menos na minha imatura imaginação de garota, o que vivemos juntos foi digno de um conto de fadas, porém uma velha amiga me disse que nem todas as histórias de amor terminam com finais felizes. Não lhe peço que me perdoe ou algo do gênero porque não quero nada falso, forçado, sem sentimento. Judy é tão parte de mim quando aquela adolescente que eu era. Se não aceita Judy, consequentemente, é até estranho que ame a jornalista balzaquiana, afinal, somos a mesma pessoa. Sem mais delongas, adeus. Espero que ainda assim encontre uma mulher que o faça bastante feliz e não estrague tudo na cerimônia de casamento. Adeus!

Iury ainda poderia ter a chance de se retratar com Laly e tudo o que faz é respirar fundo, abrir a porta do carro e fechá-la.

Ao som de Carolyna – Mel C, Laly caminha em direção à residência dos Gallardo para apanhar seu automóvel, arrumar as malas e ir embora antes mesmo de a licença terminar. Nada mais a prende em Guaratuba.

Som: Yesterday once more – The Carpenters.

Gilberto foi internado às pressas e teve sorte de não ter sofrido nenhuma grave sequela por ter sido imediatamente atendido pelos paramédicos do cerimonial. Na sala de espera, Cybele, Mayra, Fernanda e as crianças estão aguardando alguma notícia animadora ou apenas esclarecedora.

-Quando a Laly odeia Gus é porque tem seus motivos. – Mayra suspira chateada

-Já rezei todas as Ave-Marias do mundo e ainda assim não consigo me acalmar. Queria saber como Iury reagiu a tudo isso.

-Do jeito como é doce e cavalheiro, é capaz de tornar ator pornô por causa dela. Ele sempre foi tão gentil e romântico. Jamais desprezaria Laly.

-Laly era atriz pornô? – Lilian arregala os olhos

-Isso não é assunto pra crianças... – adverte Cybele

-Ora, que criança?

Cybele tira do bolso alguns trocados e dá nas mãos de Lilian.

-Por que não vai à cantina, hein?

-Mas não estou com fome.

-Querida, o assunto de que estamos tratando não irá agradar a vocês crianças. Deixo até que comprem doce.

-Sério?

-Sim, sim. – Cybele concorda com a cabeça e quando as crianças saem, deixa escapar um grande segredo – Espero mesmo que Iury esteja disposto a perdoar Laly porque Gilberto acabou permitindo que Iury aproxime-se aos poucos de Lílian.

-Deixou? – May e Fer celebram

Abel e Pablo se responsabilizaram pelo BO na delegacia e conseguiram arrolar diversas testemunhas. Gustavo está sendo procurado pela polícia.

Ao decorrer da cena, Coming around again – Carly Simon começa a tocar...

Laly está voltando para casa debaixo de chuva e suas lágrimas misturam-se a tormenta de verão e por mais que esteja com frio e encharcada, nada mais pode afetá-la. Seu maior segredo já foi escancarado e ridicularizado. Só lhe resta mesmo fugir antes que possa ser tarde demais.

Abel, caminhando do outro lado, se encarregou de cuidar da casa dos Gallardo até o estado de saúde de Gilberto melhorar. Ao ver Laly, ainda mais chorando, aproxima-se e não se importa por estar se molhando.

Ao vislumbrar Abel, Laly, mesmo humilhada e confusa, não consegue disfarçar o sorriso. Abel também sorri e abre os braços para receber Laly que desmorona em lágrimas e se aconchega nos ombros do jornalista. Palavras não se fazem necessárias porque Abel já compreendeu a mensagem.

Afagando os cabelos de Laly, ergue com delicadeza o rosto da protagonista e mesmo com os olhos vermelhos, ainda contempla a beleza dos instigantes olhos castanhos de Lalinha e com a mão direita segurando a cintura de Laly, afaga o rosto da escritora com a mão esquerda em concha, fazendo com que a balzaquiana feche os olhos e por alguns minutos se esqueça do fato de seu mundo ter desabado.

Abel, por fim, coloca as mãos por entre a cintura de Laly como se pudesse protege-la de todo mal do mundo e então, sem muita cerimônia, Laly também o abraça com força. Abençoados pelos pingos de chuva, Abel e Laly se beijam apaixonadamente.

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