Novela de Antonio Figueira
CENA 1 - IPANEMA - CASTELINHO - EXT. - DIA.
ERA VERÃO. MALU, DIANA E
ALFREDINHO ESTAVAM SENTADOS A UMA MESA NO CASTELINHO. OS DOIS TROCAVAM BEIJOS DEMORADOS
Á FRENTE DE TODOS.
MALU - (constrangida) Tenha
modos, Alfredinho. Estão todos olhando.
ALFREDINHO - Que nada, ô minha,
você está é com ciúmes. Não perde essa sua mania de mandar em todo mundo!
MALU - (fora de si) Repita isto e
eu lhe jogo este copo de bebida na cara!
ALFREDINHO - Ei, boneca, quem
está querendo engrossar é você!
MALU JOGOU A BEBIDA NA CARA DE
ALFREDINHO. EM SEGUIDA, LEVANTOU-SE E SAIU CORRENDO DO BAR.
DIANA - Viu o que você fez?
(levantou-se e procurou alcançar a amiga) Malu, espera!
ALFREDINHO - Vai, vai atrás da
sua amiga mimada! Que saco! Garçom, trás mais um chopp!
CORTA PARA;
CENA 2 - PRAIA DE IPANEMA - EXT. - DIA.
MAIS ADIANTE, NA PRAIA,
VOSKOPOULUS, MORDOMO DE MARCELÃO, ATRAVESSOU A AV. VIEIRA SOUTO, FOI ATÉ A CALÇADA
E TOCOU UM TROMBONE DE PISTO. CHAMAVA O PATRÃO, QUE SE DELICIAVA AO SOL, TENDO
AO SEU LADO A BELA ISADORA.
MARCELÃO - (admirando Isadora com
desejo) Você tá maravilhosa neste biquini. Tá me deixando louco, mulher!
ISADORA - Ah, é? Pois vai
aproveitando bem, porque logo esse corpinho vai ter dono, meu amor. Vou ser uma
mulher casada! Casada... e milionária!
MARCELÃO - Eu não te disse que,
se seguir minhas instruções, vai ser a futura quarta esposa do banqueiro
Monteiro Prado? Então, tá tudo correndo como a gente planejou...
ISADORA - (orgulhosa) O casamento
é no fim do mês. Hoje, ele vai me apresentar á filha, uma tal de Malu.
O ROSTO DE MARCELÃO EXIBIU UM
SINAL DE EMBARAÇO.
MARCELÃO - Malu? Olha ela lá adiante, jogando
bola com uma turma. Cai fora daqui, nêga, para ela não te ver, do contrário,
vai entornar o caldo...
RÁPIDAMENTE, ISADORA COLOCOU OS
ÓCULOS ESCUROS, COBRIU A CABEÇA COM ENORME CHAPÉU E LEVANTOU-SE DA AREIA,
DIRIGINDO-SE AO CALÇADÃO.
CORTA PARA:
CENA 3 - PRAIA DE IPANEMA - EXT. - DIA.
DIANA CHUTOU FORTE A BOLA, QUE
FOI CAIR LONGE, AOS PÉS DE UM PADRE QUE PASSAVA PELA CALÇADA. A MOÇA CORREU
PARA APANHAR A BOLA, MAS O PADRE FOI MAIS RÁPIDO, ABAIXOU-SE E A ENTREGOU,
ENQUANTO POR ALGUNS SEGUNDOS SEUS OLHOS SE CRUZAVAM. O PADRE, BASTANTE JOVEM,
PARECIA UM SEMINARISTA EM FÉRIAS. TINHA PERTO DE 1,70 DE ALTURA, USAVA BARBA E
BIGODE, O QUE LHE DAVA UMA APARENCIA DISTINTA. OS CABELOS ERAM NEGROS E OS
OLHOS AZUIS.
DIANA - Obrigada, padre! (e
voltou correndo para junto da turma).
CENA 4 - APARTAMENTO DE GERMANO - PORTA DOS FUNDOS - INT. - DIA.
DIANA ENTROU EM CASA PELA PORTA
DE SERVIÇO E, AINDADE MAIÔ, PROCURAVA TIRAR AS SANDÁLIAS QUANDO LÁ DE DENTRO
SOOU A VOZ DE D. CARMEN.
D. CARMEN - (off) É você, minha
filha? Venha cá. Quero que conheça uma pessoa.
CORTA PARA:
CENA 5 - APTO. DE GERMANO - SALA - INT. DIA.
DIANA ENTROU NA SALA E LEVOU UM
SUSTO. SENTADO AO LADO DE SUA MÃE, ESTAVA O MESMO PADRE QUE ENCONTRARA NA
PRAIA.
D. CARMEN - Minha filha, este é o
Padre Marcos, lá de Ibiúna, que veio trazer uma carta de seus avós, seu
Juquinha e D. Santinha.
FOI QUANDO A MOÇA PERCEBEU QUE
AINDA ESTAVA DE MAIÔ E CORREU PARA O QUARTO. MAS A PORTA ESTAVA TRANCADA POR
DENTRO.
DIANA - Quem está aí? (elevando a voz) Abre!
Quem está aí?
D. CARMEN - Deve ser seu pai!
SÚBITO, D. CARMEN PERCEBEU O QUE
PODIA ESTAR ACONTECENDO.
D. CARMEN - Meu Deus! Tinha 48 horas pra repor
o dinheiro... Ele estava fora de si! Será que Germano...
SEGUIDA PELO PADRE MARCOS, D.
CARMEN CORREU PARA O QUARTO.
D. CARMEN - Germano, abre!
DIANA - Papai, você tá aí?
A UM SINAL DE D. CARMEN, PADRE
MARCOS METEU OS OMBROS FORTES NA PORTA, ARROMBANDO-A.
CORTA PARA:
CENA 6 - APTO. DE GERMANO - QUARTO - INT. - DIA.
CAÍDO DE BRUÇOS SOBRE A CAMA
ESTAVA O CORPO DE GERMANO, AO LADO DE UM REVÓLVER. TINHA DADO UM TIRONO PEITO.
D. CARMEN - (sem acreditar no que
via, olhos arregalados) Meu Deus! Ele... ele se matou!
FIM DO CAPÍTULO 2
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