CENA 1 - APARTAMENTO DE MARCELÃO - SALA - INT. -DIA
Continuação imediata da última cena do capítulo anterior.
MARCELÃO SURGIU NA SALA E, AO VER DIANA, MAL CONSEGUIU DISFARÇAR A EUFORIA .
MARCELÃO - Diana, minha querida! Que bom te ver! Venha, fique á vontade!
DIANA - (decidida) Eu pensei bem... e não tive outra saída! Eu topo fazer as fotos! Estou pronta, Marcelão..
O PLAYBOY, TEMENDO QUE A JOVEM MUDASSE DE IDÉIA, NÃO PERDEU TEMPO.
MARCELÃO - Ótimo! Bom, então venha comigo, Diana...
DIANA - (sem entender) Pra onde?
MARCELÃO - Pro quarto-estúdio. È lá que vamos fazer as fotos. Tudo no maior profissionalismo, fique tranqüila!
CORTA PARA:
CENA 2 - APARTAMENTO DE MARCELÃO - QUARTOESTÚDIO - INT. DIA
VIDEO CLIP DE DIANA POSANDO PARA MARCELÃO, QUE NO INICIO, LHE INDICOU POSES, POSTURA, OLHAR, TUDO PARA GARANTIR O PERFEITO RESULTADO DO TRABALHO. MAIS BELA DO QUE NUNCA, A JOVEM, A PRINCÍPIO MUITO TÍMIDA E TRAVADA; DEPOIS DE ALGUMAS TAÇAS DE VINHO, INCENTIVADA POR MARCELÃO, COMEÇOU A SOLTAR-SE E, ENTRE VÉUS E ALMOFADAS, DESPIA-SE AOS POUCOS, EM MEIO AOS FLASHES DA MÁQUINA DO PLAYBOY.
CORTA PARA:
CENA 3 - APARTAMENTO DE MARCELÃO - ESTÚDIO - INT. -DIA.
CECÉU MAL CONSEGUIA ESCONDER A EXCITAÇÃO, OLHANDO UMA A UMA AS FOTOS DE DIANA. MARCELÃO VIBRAVA ANTE A REAÇÃO DE ADMIRAÇÃO DO AMIGO.
MARCELÃO - Ô homem, não vai babar nas fotos, pô!
CECÉU - Cara, eu não sabia que essa mulher era tão maravilhosa! Quê que isso... essas fotos estão espetaculares! Que pele, que corpo! Olha essas pernas!
MARCELÃO - Bom, a minha parte eu já fiz. Agora é com você. Olha só... uma modelo como a Diana e a qualidade das fotos, modéstia á parte, merecem um preço melhor, você não acha? Você é o contato lá, dos gringos, da revista estrangeira... vê se consegue melhorar essa comissão!
CECÉU - (sem tirar os olhos das fotos) Meu amigo, eles são muito rigorosos, mas tenho certeza de que vamos conseguir um preço melhor! Deixa comigo, Marcelão! Deixa comigo! Quem diria essa Diana, hem! Que mulher! Olha essa foto! Meu Deus!
CENA 4 - APARTAMENTO DE GERMANO - SALA - INT. –NOITE.
PADRE MARCOS CONDUZIU GERMANO A PASSOS LENTOS PARA A SALA E O AJUDOU A SENTAR-SE NUMA POLTRONA. CONVERSAVAM QUANDO DIANA ENTROU. SEUS OLHOS CRUZARAM-SE COM OS DO PADRE, DEIXANDO TRANPARECER A COMUNICAÇÃO QUE JÁ SE ESTABELECERA ENTRE AMBOS. VINHA COM MALU.
DIANA - Boa noite, família! Pai, saiu da cama?
GERMANO - Padre Marcos me ajudou. Estava cansado de ficar deitado. Como vai, Malu?
MALU - Boa noite, seu Germano. Eu estou bem... (e ao ver o padre) Não foi esse o padre em que você acertou uma bolada na praia?
DIANA - (fitou o padre, com cumplicidade) Foi... foi o padre Marcos.
PADRE MARCOS LEVANTOU-SE E ESTENDEU A MÃO PARA MALU.
MALU - Que coincidência incrível...
PADRE MARCOS - Realmente. Então é a famosa Malu! Diana fala muito de você.
MALU - Onde está D. Carmen?
CARMEN - (off) D. Carmen está na cozinha, preparando o
jantar! Onde mais poderia estar?
CORTA PARA:
CENA 5 - APARTAMENTO DE GERMANO - COZINHA - INT. –NOITE.
D. CARMEN ARRUMAVA A MESA DE JANTAR. DIANA ENTROU NA COZINHA E SUSSURROU PARA A MÃE:
DIANA - Mãe, consegui metade do dinheiro. Malu me emprestou.
D. CARMEN - Ai, graças a Deus, filha! Então, estamos salvos!
DIANA - Quer dizer que...
D. CARMEN - (cortou, eufórica) Liguei pra seus avós em Ibiúna. Eles prometeram colaborar com 25 mil!
NÍVEA - (feliz) Que maravilha, mãe! DOCE BALANÇO CAPÍTULO 6 PÁGINA 5
D. CARMEN - Disse aos velhos que precisava do dinheiro para fazer um negócio e que faltava a metade. Eles vão depositar na conta do seu pai na segunda-feira, filha!
DIANA - Ai, que bom, mãe!
MÃE E FILHA ABRAÇARAM-SE, FELIZES. A VOZ DE GERMANO FEZ-SE OUVIR DA SALA DE ESTAR:
GERMANO - (off) E então, mulheres, esse jantar sai ou não sai?
D. CARMEN - (levantando a voz) Está saindo, meu velho! Ah, peça ao padre Marcos que abra uma champanha! Temos muito o que comemorar!
CORTA PARA:
CENA 6 - APARTAMENTO DE GERMANO - SALA - INT.. NOITE.
PADRE MARCOS ESTOUROU A CHAMPANHA E A PRESSÃO FEZ COM QUE ALGUMAS GOTAS CAÍSSEM NO TAPETE, MAS NINGUÉM SE IMPORTOU, NEM MESMO D. CARMEN. GERMANO LEVANTOU-SE DO SOFÁ, ERGUEU A TAÇA E FOI SEGUIDO PELO PADRE MARCOS, DIANA, MALU E D. CARMEN.BRINDARAM, FELIZES.
CORTA PARA:
CENA 7 - IPANEMA - AV. VIEIRA SOUTO. – EXT. - NOITE.
DIANA DESCEU PARA ACOMPANHAR MALU ATÉ O CARRO, MAS ANTES, CAMINHARAM ALGUNS MINUTOS NO CALÇADÃO E CONVERSARAM.
MALU - Não sei se estou imaginando coisas... mas percebi uns olhares diferentes entre você e o padre. Estou errada?
DIANA - (envergonhada) Nossa, deu pra perceber? Eu... eu ainda não sei bem o que tá acontecendo... mas a gente tem conversado muito.... Você sabe, ele ajudou muito minha família neste momento tão difícil...
MALU - (com malícia) Não há dúvidas que ele, antes de ser padre, é um homem muito gato e interessante... mas não se esqueça, minha amiga: ele é padre!
DIANA - Imagina, Malu, nunca me passou nada nesse sentido pela minha cabeça... apenas temos algumas afinidades. Nada mais.
MALU - Tem visto Alfredinho? Estive com ele ontem e achei ele um pouco deprimido, chateado com sua ausência.
DIANA - Pois é, tudo aconteceu muito rápido. Nem tive tempo de falar com ele em meio a esta confusão toda... Mas a poeira já baixou. Amanhã vou procurar ele.
ACERCARAM-SE DO CARRO. DESPEDIRAM-SE E MALU DEU PARTIDA NO AUTOMÓVEL. DIANA PAROU NO CALÇADÃO E ADMIRAVA O MAR, PERDIDA EM PENSAMENTOS. UMA VOZ A FEZ VOLTAR-SE. ERA O PADRE MARCOS.
PADRE MARCOS - Diana!
DIANA - Padre! Como me encontrou aqui?
PADRE MARCOS - (embaraçado) Desculpe se assustei você. Eu... fiquei preocupado quando você saiu a essa hora com sua amiga... Como demorou a voltar, resolvi descer pra ver se te encontrava. Dei sorte.
DIANA - Vim só acompanhar Malu até o carro. Batemos um papo rápido e ela foi embora.
PADRE MARCOS - Está uma bela noite. Quer caminhar um pouco?
DIANA - (animada) Claro. Vamos. DOCE BALANÇO CAPÍTULO 6 PÁGINA 7
PADRE MARCOS - Vou sentir saudades do barulho do mar.
DIANA - Quando vai voltar para Ibiúna?
PADRE MARCOS - Amanhã.
DIANA - Já? Tão cedo...
PADRE MARCOS - Pois é, minhas obrigações me chamam. Amanhã saio da agitação da cidade grande e volto pra minha vida tranquila e pacata na pequena cidade.
DIANA - Pena... conversamos tão pouco. A sua companhia me faz muito bem, padre.
PADRE MARCOS - (enrubesceu) E você, quando vai visitar seus avós em Ibiúna?
DIANA - (animada) Sabe que você me deu uma boa idéia? Minhas férias estão chegando e não sabia o que fazer... Isso! Tá decidido! Vou passar minhas férias em Ibiúna!
PADRE MARCOS - (mal disfarçando a emoção) Verdade? Que bom! Fico feliz com sua decisão. A vida lá é muito calma e tranquila. É bom sair um pouco dessa agitação e curtir a natureza, a paz, a vida simples do campo...
CONTINUARAM CONVERSANDO ANIMADAMENTE, APROVEITANDO AO MÁXIMO A COMPANHIA UM DO OUTRO.
CENA 8 - BANCO - SALA DE MONTEIRO PRADO - INT. -DIA.
A SECRETÁRIA E ANUNCIOU A CHEGADA DE GERMANO, AMPARADO PELA FILHA, DIANA.
DIANA - Com licença, Dr. Monteiro. Vim só acompanhar meu pai. Já estou voltando para a agência.
GERMANO - Bom dia, Dr. Monteiro.
MONTEIRO PRADO - (surpreso) Bom dia, seu Germano. Eu soube do que aconteceu. Pensei que ainda estava se recuperando. Não precisava vir pessoalmente...
DIANA - Eu e minha mãe tentamos impedir, mas ele estava irredutível, Dr. Monteiro. Fez questão de vir!
GERMANO CAMINHOU ATÉ A MESA DE MONTEIRO PRADO, EM PASSOS LENTOS. A UM SINAL DO BANQUEIRO, DIANA AJUDOU O PAI A SENTAR-SE.
GERMANO - Eu me sinto melhor, Doutor. Estava cansado de ficar deitado naquela cama. E também fiz questão de vir lhe devolver o dinheiro pessoalmente. Isso, pra mim, é uma questão de honra!
FIM DO CAPÍTULO 6
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