Olá! Fiz uma pausa grande. Fazia tempo que não escrevia nada. Voltei rs.
Aproveito para fazer um convite: visitem-me também no blog: http://escritonaimaginacao.blogspot.com.br/.
Obrigada,
Abs
À segunda vista (Conto)
Eu não a via fazia muito tempo... dois ou três anos eu acho, tinha parado de contar. Não esperava vê-la naquela noite.
Era uma festa, aniversário de um amigo, e eu petrifiquei no chão quando ela chegou - por uma fração de segundo achei que minha mente tinha criado a imagem. Estava linda - como sempre.
Voltei no tempo.
Nos conhecemos meio por acaso - como não raro acontece. Alguém nos apresentou, beijo no rosto, sorrisos abertos, uma gracinha aqui, uma cantadinha ali, trocamos telefones, saímos para jantar e ficamos juntos. Eu me apaixonei antes do primeiro beijo (que babaquice, alguém vai dizer.); mas foi assim.
Foi paixão em estado puro; daquelas que fazem o cara afirmar que não existe mulher mais linda, mais especial, que dá aquela certeza de que jamais em toda sua vida sentiu algo parecido e nem voltará a sentir, entusiasmo, fogo; paixão das boas que te faz sossegar, e acreditar que nunca foi tão bom fazer amor (é, você usa a expressão fazer amor!), e todos os outros clichês que encaixam tão bem em todo inicio de história - aliás, todas as histórias de amor são iguais.
Daí o tempo passou, e alguma coisa aconteceu - como sempre - e a realidade bateu à porta. Ela me deixou porque eu cometi um erro; e quando se afastou de mim levou a melhor parte da minha vida - Mais um clichê não é? Mas não é sempre assim? Quando não se tem mais é que se descobre que não havia mais nada a procurar, porque já se tinha tudo o que era preciso.
Claro que eu tentei consertar! Lógico que pedi desculpas, disse que não faria de novo, implorei que ela acreditasse que havia sido um equivoco e que eu a amava. Mas não havia absolvição no meu caso: quem ama não falha como eu falhei. E ainda que eu realmente a amasse, ela não me perdoou.
Passei por todas as fases: neguei, depois assumi, e pedi perdão, chorei, e fiquei com raiva, depois triste, então enchi a cara e liguei bêbado, brigamos, me enchi de razão, sumi, reapareci, sai com outra, voltei a ligar, ela parou de me atender... desisti. O tempo passou e o silêncio gritou em meus ouvidos por muitas noites, mesmo que eu nunca mais tenha tido coragem de tomar uma atitude.
Agora ela está aqui e eu volto a ter 16 anos: envergonhado, sem assunto, meio bocó sem saber como chegar perto de uma mulher que povoa os meus sonhos dia após dia.
As horas passam, a festa rola, bebo um pouco... e antes que seja tarde demais resolvo me arriscar. Respiro fundo, o coração bate acelerado e me aproximo, acho que vou levar um fora, mas ela abre um sorriso. Relaxo.
Ainda é ela, ainda sou eu! Conversamos como antes, rimos como sempre e a convidei para dançar. No meio da música nos beijamos; ela estava decidida e eu novamente apaixonado - pela segunda vez eu me apaixonei à primeira vista. Sabe como é... paixão é diferente de amor.
Eu a amo. A quero como amiga, como companheira, como cumplice. O tempo que passamos separados me fez ter uma certeza tão absoluta desse amor que chega a ser absurda a ironia dessa afirmação! Porém, paixão é outra coisa.
Estou apaixonado porque percebi que ela cortou o cabelo, porque ouvi com muita atenção tudo o que ela me disse, porque senti seu perfume e fui imediatamente transportado para um fim de tarde com gosto de sol, porque quando peguei em sua mão o calor dela percorreu meu corpo inteiro e fiquei excitado como um adolescente sonhando com uma capa de revista; estou apaixonado porque o mundo parou quando beijei sua boca e tudo o que fazia sentido para mim naquele momento, era tê-la nos braços.
A mulher que eu amo - e por quem sou perdidamente apaixonado - era minha outra vez e, embora não haja garantias, uma segunda chance de ser feliz é algo precioso demais para não ser reconhecido.
Lindo conto. Lindo texto, tudo o que precisamos nesses tempos tão duros e de tão poucos afetos. Fiquei feliz em ler , adoro finais felizes. Parabéns..
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