quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Confissões de Laly Cap 13: Frustrados planos! - parte 2



13º Capítulo – Frustrados planos! - parte 2 

-E o que tem em mente, danadinha? - Gustavo tenta arrancar uma confissão da megera
-Não... - acaricia o peitoral de Gustavo - Não vou te contar...
-E desde quando a megera tem segredinhos?
-Desde hoje!
-Eu estou dando o máximo de mim pra afastar o caixoteiro da songa monga, então vê se não estraga tudo.
-E o que acha se eu quero a mesma coisa que você, bobinho?
-Não me chame de bobinho outra vez se quer continuar tendo seu anjo da guarda sempre por perto.
-Você? Anjo da guarda? Sabe que eu não acredito em anjos.
-Mas devo admitir que com essa carinha de anjo eu não acreditaria que você, se puder se esforçar, consegue ser mais ardilosa que eu...
-Eu faço com que os outros vejam apenas o que convém saber a meu respeito. Nem mais, nem menos.

Som: Will you still love me - Chicago.

Iury, sentado na cama, não consegue desfazer as malas. Quando relembra o modo truculento o qual Edílson abordou a própria filha, lamenta mais.

Já Laly chora encolhida na cama, sentindo-se humilhada, fracassada, sem esperanças. Mal consegue dormir por conta dos tantos hematomas. Apanhou tanto que nem conseguiu sequer caminhar até o banheiro para se refrescar e tenta descansar, se é que é possível, depois de tudo que aconteceu.

Amanhece...

Som: Meu primeiro amor - Wanessa.

-O clima ta mesmo pesado por aqui, mãe. Ontem deu tudo errado. - May avisa a mãe enquanto elas preparam o salão para ser aberto as clientes
-Não me diga... - D. Emília se espanta
-Deus intercedeu nessa causa. - Naira se intromete
-É mais possível que tenha sido o diabo. Se eu fosse a Laly, ia me benzer. Ô urucubaca que botam em cima dessa guria...

Som: Ordinary world - Duran Duran.

Laly só não tenta o suicídio por causa do vestibular, mas está tão infeliz que nem sequer sai do quarto.

Quando se sente totalmente deslocada em um mundo que não a compreende, abre a última gaveta da cômoda e apanha um plástico onde estão os discos de vinil estimados por Ingrid os quais só conseguiu salvar por golpe de esperteza, pois Eleonora os jogou no lixo.

Laly apanha um disco em especial e o coloca para tocar na radiola. Na capa está escondida uma foto em que Ingrid ainda era adolescente. Sempre foi uma linda jovem, chamando muita atenção com seus cabelos castanho-claros levemente ondulados, olhos cor de mel, ternos, sinceros, puros, bem como seus sonhos de amor. Sua música preferida está no ar (Ma Chérie Amour – Stevie Wonder).

Laly se senta no tapete com as pernas dobradas e coloca a fotografia em preto e branco a sua frente, olhando fixamente como se pudesse entrar em contato com a mãe. Poucos sabem, mas sempre que se encontra em dificuldades, Lalinha ouve essa canção para lembrar-se da mãe e imaginar como sua vida seria se Ingrid não tivesse partido.

-Tudo seria tão diferente se você estivesse aqui. Você não tem ideia do quanto me faz falta. É difícil crescer sem mãe, ter pai e ao mesmo tempo resguardar a sensação de ser órfão. Eleonora, em sua concepção, faria mais falta do que eu. Qualquer coisa que digam ele acredita, mas em mim não. Eu só existo pra ele na hora de levar broncas e surras. Eu não aguento mais, mãe. Eu queria muito que você estivesse aqui.

Laly repassa os últimos momentos românticos ao lado de Iury e em seguida a humilhante surra que levou do pai, chorando e beijando a foto da mãe.

-Já passou tanto tempo e eu ainda sinto saudades...

Laly se perde em sua nostalgia, retornando apenas a si quando ouve a voz de Milene e a localiza em frente à porta do dormitório.

-Milene?
-Oi prima! – Milene acena e fecha a porta do recinto após entrar
-Que surpresa! – Laly desliga o som – Não imaginei que viria... – abraça a prima com força – Até parece coisa de Deus você vir aqui. To precisando tanto falar com alguém...
-Algum problema, priminha? – Laly e Milene se sentam de frente para a outra na cama da protagonista - Está triste por que, Lalinha?
-Nem imagina as coisas que estão acontecendo, priminha.
-É algo que eu possa ajudar?
-Infelizmente não, docinho.
-Mesmo?

Milene sente vontade de rir enquanto Laly desabafa suas desventuras dos últimos tempos.

-E vem mais desastre, queridinha... - pensa
-To num beco sem saída, Mili. Você nem imagina o quanto eu queria ter sua idade e não ter nem metade dos problemas que tenho agora...
-Mas se eu fosse você, Lalinha, ficava mais espertinha quanto ao que se diz respeito ao Iury.
-E por que diz isso, priminha? Algo de errado?
-Você sabe que eu nunca gostei muito dele e nunca achei que ele fosse um bom partido. Se ele gostasse mesmo de você, não teria ficado com a tal da Aimée Gallardo, a nova vizinha e muito menos me mandaria esse tipo de bilhetinho...
Milene tira um papel dobrado de dentro do bolso da calça jeans e entrega à prima.
-Se não acredita em mim, lê aí o que está escrito e depois me diz...

O bilhete, com a grafia de Iury, choca Laly.

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