quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Confissões de Laly Cap 105: Intransigência e ameaças!


Intransigência e ameaças!

-Por que mamãe não quer mais me ver?O que eu fiz de errado?

-Sua mãe enlouqueceu, Pepo.

-Ela não faria isso.

-É verdade, meu filho. Acredite em mim.

Pepo desata em lágrimas. Naira o abraça.


Som: Angel – Jon Secada.

Mayra também chora no salão de beleza.

-Nilton está jogando muito sujo comigo, mãe. Tirar justamente quem eu mais amo no mundo. Por que tanta frieza?Por que?

Emília abraça Mayra.

-Meu Pepo... Meu Pepo... Por que isso, meu Deus?Por que comigo?Eu sempre fui uma boa esposa, boa mãe, acima de tudo, amiga. Nunca me queixei da vida, nem me importei de fazer qualquer sacrifício em nome do amor e é desse jeito que a vida me retribui?

-Nem sempre as pessoas serão justas, Mayra. Às vezes aqueles em que mais se confia serão os que mais a decepcionarão.

-Isso quando não são tirados de nós sem qualquer explicação.

Emília se senta ao lado de Mayra nas banquetas da cozinha do salão.

-Eu juro que se pudesse, faria os anos voltarem e não teria permitido que você e Nilton namorassem. Se isso não tivesse acontecido, você teria terminado os estudos, feito faculdade e encontraria alguém de verdade que realmente a faria feliz. Você sabe que substituiu Naira. Sabe que foi assim o tempo todo. Sabe que esse casamento foi uma mentira desde o início e o que é pior: você acreditou e se envolveu na farsa, deu seu melhor ao que já estava fadado a morrer antes mesmo de nascer.

-Por que a verdade dói tanto?

-Machuca muito mais quando não se quer aceita-la.

-Por que me separar de Pepo?Por que envolver a criança nisso?

-Tentarei falar com Nilton mais uma vez. Não garanto que o convencerei, mas talvez comigo ele se interesse em negociar.

-Tente, mãe... Tente... Viver sem Pepo está me matando aos poucos...

Som: Por onde andei – Nando Reis.

10 anos foram tudo de que precisei. Em 10 anos o jogo virou e agora, além de dar as cartas, poderia vingar-me de quem mais me humilhou na mocidade. A escrita foi o meio que favoreceu a inspiração e fazia-me sorrir com o canto do lábio enquanto usava a máquina de escrever de Gilberto.

Não poderia deixar pistas. A reação da megera faria com que mais detalhes do roubo fossem devidamente revelados.

Eu sabia que ela era cúmplice de Gus e o venerava incondicionalmente. Ele curtia ter o ego massageado pelos ignorantes, mas não sabia amar mais ninguém além de si mesmo. Outra pessoa ocuparia espaço demais.

Eleonora o amava, ainda que negasse. A soltura de Gustavo lhe era a esperança, o sonho secreto que alimentava nas noites mal dormidas ao lado de meu velho pai.

Som: Flores (acústico) – Titãs & Marisa Monte.

Gustavo está fuçando os arquivos de Laly no laptop quando seu celular toca:

-Alô?

-Gus?

-Que é agora?

-Mudança de planos?

-Ficou louca?

-Vai me responder só com perguntas?

-Está me tirando a paciência. O que foi?

-Recebi um bilhete seu.

-Que bilhete?

-Como ‘que bilhete’?

-Não te escrevi nada. Deve estar imaginando coisas.

-Não me enfrente ou eu te delato.

-Além de ser prepotente é uma tremenda retardada. Quer passar o Natal levando porrada das presidiárias?Se quiser, está no caminho certo...

-Grosso ridículo. Por que não me ameaça olhando nos olhos?Também sei muitas coisas sobre você e posso muito bem abrir minha boquinha.

-Está arregaçando as mangas porque está ao telefone, não?Está se achando demais para quem não é nada.

-Por que está me ameaçando?

-Por que ligou?

-Porque quero saber se vai me delatar.

-Você ameaçou por primeiro.

-Que seja!Você não seria nada sem mim.

-Quando digo que não devo confiar nem mesmo em meu próprio reflexo em frente ao espelho não poderia estar mais correto.

Eleonora desliga o telefone com raiva.

-Maldito desgraçado. Se ele pensa que as coisas ficarão assim, está muito enganado... Ele não me conhece... Ele não sabe do que sou capaz...

Gustavo, fazendo musculação com uma lata de achocolato de 5kg de pedras, retruca odiosamente.

-Essa maldita esfomeada não perde por esperar.

Som: Angel – Jon Secada.

Por mais que Emília seja cordial, Nilton não aceita negociar e ainda por cima, ao encontrar May, é hostil com ela.

-Pensa que mandando recadinho pela mãe vai me fazer mudar de idéia.

-Não estou querendo você de volta. Só quero poder ver meu filho.

-Não verá.

Pepo está deprimido. Rafa vai visita-l0.

-Poxa amigo, que mancada!O time vai ficar desfalcado sem você.

-Não quero jogar...

-Vai, amigo, sai dessa deprê.

-Não quero. Vão sem mim.

-Se quiser, ainda tem tempo de mudar de idéia. A piazada ta reunida lá no campinho de sempre.

Nilton e Mayra discutem.

-Você vai pagar pelo que está fazendo comigo, Nilton. Eu não lhe dei motivos para que agisse assim.

-Sabia que já estou entrando na justiça para obter a guarda definitiva de Pepo?

-Se é assim, também entrarei.

-Para perder, se for.

-Talvez, mas não sem tentar.

-Em vão.

Rafa sai cabisbaixo do quarto de Pepo.

-Que foi, Rafa?

-Pepo não quer brincar, May. Vai lá falar com ele...

Quando Mayra está caminhando em direção ao quarto de Pepo, Nilton, em um ato extremamente ofensivo, puxa com violência um dos braços da cabeleireira e a empurra no chão.

-Nilton... – Mayra está sem palavras, mas mesmo assim se levanta – Por que fez isso comigo?

Nilton puxa novamente o braço de Mayra, a conduz até a porta e a fecha com grosseria.

-Se ousar entrar aqui mais uma vez ou chegar perto de Pepo, aciono a polícia.

Rafael saiu correndo assustado com o gesto de Nilton.

Sem forças até mesmo para arrombar a porta e revidar, Mayra chora e reza em pensamento enquanto tenta voltar para casa.

Som: Ragatanga – Rouge.

Enquanto Gilberto acompanha as novidades sobre a investigação da morte dos âncoras da Toda Poderosa, Lílian e Yasmin brincam de boneca sentadas na área da casa e conversam:

-Pepo está mesmo triste. – suspira Lílian – Nem mesmo reage.

-Então é mesmo verdade?Pois se for, isso é muito triste. – Yasmin lamenta

Rafael, ofegante, chega ao encontro das meninas.

-E chegou o cabeça de bagre. – Lílian resmunga

Rafael dá uma cotovelada no rosto de Lílian, empurra as barbies para longe e senta-se entre as meninas:

-Vocês nem imaginam o que eu vi.

-Sua cara feia no espelho? – Lílian provoca

-Não olhei um retrato seu.

-Rafa. –Yasmin adverte

-É sobre Pepo...

Som: One last breath – Creed.

Naira tenta persuadir Nilton a não ser intransigente com May.

-Por que não ceder Pepo?Tanto May quanto a criança estão sofrendo.

-Eu sei o que estou fazendo, Naira.

-Se soubesse, abriria os olhos do egoísmo e perceberia que está machucando pessoas que o amam muito.

Toca Will you still love me – Chicago.

Estava me divertindo muito com a farsa dos bilhetes incriminadores. Se a intenção de Eleonora era transmitir serenidade, estava indo mal, muito mal.

Por motivos bem óbvios, não podia namorar com Iury na casa de Gilberto, então saíamos e passávamos as noites juntos.

As luzes do Natal estavam por toda parte e eu queria ter algum clima para celebrar. Gustavo despertava em mim sentimentos nada compatíveis com o espírito natalino.

-Pretende se instalar aqui?

-Ainda não decidi.

-Todos adoraríamos se voltasse a morar aqui.

-Nem todos...

-Com tudo que aconteceu, mal tivemos tempo de conversar direito. Você deve ter tanto a contar...

-Quero ouvir falar de você.

-Não tenho tantas coisas a contar... Sou chato...

-Você?Chato?Até parece, Iury. Aposto que nesses 10 anos você conheceu muitos lugares, muitas mulheres... Até foi pai...

-Não fiz tantas coisas assim...

-E Lílian?Como é a relação de vocês?

-Quem me dera houvesse uma relação, Laly. Você não sabe o que aconteceu.

Sabia, mas fingi que não. O jornalismo me ensinou sempre a ouvir os dois lados, o que aplicava também nos relacionamentos.

A questão de Iury era complicada. De um lado Gilberto, o avô herói e de outro o pai que perdeu todos os momentos importantes da filha. Por 10 anos.

-Nunca pensou em entrar na justiça para obter a guarda de Lílian?

-Perderia sem precedentes.

-E não se sente mal por ser um estranho a própria filha?

Iury desabou.

Em raras ocasiões o vi chorar com tanto ardor. Não o considerava menos homem por isso. Em um ato nobre mostrava-me que até os fortes precisam de colo de vez em quando. Ignorar a movimentação e reprimir o orgulho.

-O passado já foi, Iury.

-Eu sei, mas eu te fiz sofrer tanto.

-Éramos tão imaturos naquela época, meu bem. Não estávamos prontos pro que vivemos agora. Será que se fugíssemos estaríamos aqui nos amando?Você ainda me amaria?Não mudaria de ideia?Não se arrependeria por não ter realizado seus sonhos?

-E quando seus sonhos mudam?E quando você passa anos amando alguém e se sentindo um tolo por não ter valorizado o que tinha?E quando você conquista o mundo, mas o melhor não está ao alcance de seus olhos e a qualquer momento vai soltar minha mão?Pra onde vai, não sei, mas leva meu coração e, se possível for, cuida dele como faria ao seu porque mesmo sem expectativa de retorno, te dou o que tenho e pode não ser muito. Quando me doo é por inteiro. Não por menos, sem por que...

-Eu também te amo, Iury.

-Então me promete que não vai...

-Não posso.

-Pode, Laly. Não tenha medo. Como você disse, o passado já foi e, se precisar, te peço perdão novamente por tudo, mas não quero te perder outra vez...

Som: Why don’t you and I – Santana & Nickelback.

Fernanda está assistindo tv na sala quando ouve um táxi buzinar em frente a residência dos Gallardo. Curiosa, vai até a janela e vê Abel descendo deste.

-O que ele quer aqui?

Mesmo assim, desce as escadas para ‘enxotá-lo’.

-Se veio procurar Laly, perdeu a viagem.

-Bem, eu acho que já encontrei o que estou procurando.

Abel surpreende Fernanda com um beijo.

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