PRECONCEITOS - Cap 1 - MINHA NADA MOLE VIDA...

   

    Desde a minha infância eu tive que lutar por tudo na minha vida, sempre me  achei estranha, esquisita, até eu descobrir sobre o meu transexualismo, o meu pai ( Antônio) me apoio desde minha juventude, mais já a minha mãe  quando soube, fugiu pelo mundo, ela não gostava muito da vida de casada, e esse era o motivo dela sair de casar e seguir a sua própria vida.
   Eu como era filho mais velho até então, tive que cuidar dos meus irmãos mais novos, Ricardo e Patrícia, com o passar dos anos, eu mau saia de casa com vergonha de mim mesma, eu estava tomando vários medicamentos pra mim parecer uma mulher de verdade, de fato, eu era sim, só estava no corpo errado, mais eu me sentia uma mulher em tudo, tudo mesmo...
    Como toda mulher, eu sempre sonhei em encontrar um homem, um príncipe encantado, vivia me colocando no lugar da Cinderela, ou até mesmo da Bela ( A Bela e a Fera ) pelo menos no final eles tiveram um final feliz, mais já eu, fica meio difícil.
   O meu irmão do meio Ricardo (20 anos ) é uma comédia, meio burrinho vai, vive na academia, jogando futebol , vídeo game, mais é um fofo, sempre me defendeu quando as pessoa falavam mal de mim, me chamando de aberração, ele é um irmão, irmão mesmo.
    Já a minha fofinha a Patrícia ( 18 anos ) é o oposto do Ricardo, sempre batalhou por tudo na vida, assim como eu, eu sempre a admirei, a acho espetacular, mesmo ela sendo mais nova do que eu, ela é um exemplo de mulher a ser seguido.
    O meu pai, dispensa qualquer comentários, é a melhor pessoa do mundo e ponto final, sempre me apoio em tudo. Por mais que a  minha família seja um pouco diferente, cada um tem a sua personalidade e isso que a torna única.
    2010- Na casa da família Silva, Ricardo pra se vingar da irmã mais nova Patrícia, havia escondido a sacola de calcinhas da garota...
Patrícia: devolve as minhas calcinhas Ricardo!
Bianca: vai logo menino, agente sabe que foi você que pegou, devolve logo antes que agente chame o papai.
Ricardo: eu peguei as suas calcinhas? Vai se ferra vai Patrícia, você que não sabe aonde coloca as suas coisas e fica botando a culpa em mim, por que você não usa uma das cuecas da Bianca!
A que vagabundo, não acredito que ele havia fala aquilo...
Bianca: você vai ver Ricardo, chama o papai Patrícia!
Patrícia: aonde ele tá?
Bianca: na obra da rua de trás.
Bianca olha para Ricardo...
Bianca: quero ver se você não vai devolver as calcinhas agora!
Ricardo: vai achando!
    Ricardo se tranca no quarto, eu feito besta fico batendo na porta, mais aquele desgraçado não abre...
Bianca: você vai ver Ricardo, deixa o papai chegar!
    Famílias todas iguais, a Família Amarante é conhecida pelo seu grande império,  família tradicional do Rio de Janeiro,  a família mais invejada da cidade, não era tão unida assim, a filha mais velha de Edgar Amarante a Lúcia, não estava em uma boa relação com o pai, vivia em brigas como sempre, o seu filho do meio Marcio, estava enfrentando alguns problemas pessoais, após a sua esposa ser morta em um tiroteio, depois que ela saiu da igreja, mais até hoje a polícia não encontrou quem atirou nela. Já a filha mais nova de Edgar a Cecilia estava em uma viagem pela Europa e iria demorar a chegar.
      Escritório da casa Amarante – Marcio conversava com Edgar...
Marcio: hoje acordei de manhã e fui ao quarto de Ana, e ela me lembrou de que faz um ano que a mãe dela morreu, a minha esposa pai.
Edgar: calma filho!
Marcio: calma nada, às vezes eu penso, será que eu vou ficar com esse amor  preso dentro de mim, eu me encho de trabalhos na empresa pra tentar esquece-la, mais eu não consigo.
Edgar: eu sei como é que é filho, eu perdi a mãe de vocês cedo, eu sei como você se sente, é difícil esquecer um grande amor.

 

  Grande parte das casas da minha rua era das irmãs Vandinha, má e pão dura até o último fio de cabelo, e da Rita, a Rita até que era legal, vivia falando de sexo, qualquer coisa a hesitava, até mesmo um comercial de desodorante com o peitoral de homem a mostra, essa tava sem fazer sexo a anos, alias, parece que ela nunca fez.
   Diz a lenda que a dona Vandinha matou o marido, ela ficou sabendo que ele a traia, dai ela cortou o passarinho dele, e deu pros cachorros comer, e ele passou desta pra melhor.
   Sinto muita pena da Glaucia, empregada delas, uma moça tão boa, mais destinada a isso, isso mesmo, a mãe dela nos últimos segundo de vida a disse pra ela trabalhar na casa das irmãs Vandinha e Rita, em forma de agradecimento por tudo que ela fizeram a ela, mais essas duas irmãs, as vezes maquiavélicas nunca a tratou bem, sempre a tratou como uma escrava, quase um nada. Mais ela nunca ficou quieta as provocações das irmãs, era uma respondona, mais mesmo assim sofria muito.
    NA CASA DA FAMILIA SILVA- Antônio chega é dá uma lição de moral no filho...
Antônio: devolve  a sacola de calcinhas da sua irmã agora Ricardo, antes que pego a minha cinta e dou-lhe uma surra.
Ricardo: mais pai, ela pegou um jogo meu!
Antônio: não interessa, tome vergonha na cara e devolve você é um homem, não é um garoto.
Ricardo: eu vou pegar sim, filho do meio sempre se ferra viu!
Antônio: o que você falou?
Ricardo: nada pai!
    A minha tia Cleide irmã do meu pai, era conhecida em todo o bairro da Lapa pelo seu restaurante, que chamava a atenção de todos...
Cleide: minha sobrinha tava sentindo a sua falta viu!
Bianca: eu também tava sentindo a sua falta tia, quer ajuda?
Cleide: não, o movimento ta fraco, mais e você conseguiu um emprego?
Bianca: tô quase tia!
   Conversar com a minha tia sempre era bom, eu amava, mais tudo o que é bom dura pouco...
Vandinha: me dê uma coxinha, mais com muito frango.
Vandinha a peste, até então não havia me percebido, até então mesmo...
Vandinha: eu não acredito que você anda recebendo esse tipo de gente aqui Cleide, esse lugar vai ficar mal falado.
  Minha tia não havia percebido a indireta...
Cleide: do que você ta falando?
Vandinha: desse homem vestido de mulher aqui, gente assim tem que ir pro inferno.
Cleide: repete o que você falou.
      Minha tia sai de trás do balcão muito nervosa, e eu vendo aquilo tudo fico apreensiva...
Bianca: calma tia não ligue para ela!
Cleide: fica quieta Bianca. Repete Vandinha ficou sem coragem sua pilantra!
Vandinha: eu vou repetir sim, é um homem vestido de mulher, gente assim tem que queimar no fundo dos infernos.
     Eu não sei se eu vou queimar no fundo dos infernos como essa vaca disse, mais eu tava queimando de raiva, e acabei jogando todo o refrigerante que havia no meu copo na cara dela, e ainda me senti culpada...
Bianca: ah meu deus do céu, olha só o que eu fiz!
    Na casa desta naja, a irmã dela estava completamente excitada vendo TV, já Glaucia via aquilo tudo e ficava abismada, e querendo voltar pra casa, pra ficar com o marido e com a filha...
Rita: vai ficar me olhando mesmo é Glaucia?
Glaucia: eu quero voltar pra casa, mais ninguém me liberou.
Rita: vai pode indo, você merece o dia de folga.
Glaucia vai correndo pra casa, já Rita vai pegar a sua coleção de revista de homens pelados...
Rita: ah meu deus do céu, é hoje que eu vou aproveitar!

   Marilene não conseguiu se casar com Edgar, já a sua irmã morta envenenada pela mesma sim, e teve três filhos com ele. Marilene após ter matado a irmã achava que Edgar iria olhar para ela com outros olhos, mais isso não aconteceu, ela então se casa com um advogado, e com ele teve duas filhas a mais velha Marilia a do meio  Mariana, e o filho mais novo Marcos.
Anos mais tarde o seu marido advogado morre e a deixa cheia de dividas.
Marilene não se tornou rica como a irmã falecida, mais vê na sua filha mais velha Marilia que ela pode sim se tornar rica, só ela se casar com Marcio filho de Edgar Amarante, não foi a toa que elas mataram a esposa dele, e hoje elas comemoram um ano da morte da coitada...
Marilene: um brinde a nós Marilia, poderosas!
Marilia: é mesmo mamãe!
  Elas brindam...
Marília: não vejo a hora deu me casar com o Marcio e morar de vez na casa da família Amarante, e dar um monte de surra na peste da Ana, menina chata, tenho que me fazer de boa pra agradar o Márcio viu, ah que raiva.
Marilene: calma filha, agente agiu com a cabeça esse tempo todo, matamos aquela sonsa lá naquele tiroteio e agora agente tem que  ir com mais calma, e você tem que ir firme e virgem viu! Pra agradar ele na noite de núpcias. 
   Elas não sabiam que Marcos estava escutando a conversa delas, e  ele se assustava com tudo que elas diziam..
Marcos: eu não acredito nisso, meu deus do céu, eu vivo com dois monstros.
Marilene e Marilia continuavam a comemorar...
Marilia: ah mamãe, eu não sei se eu vou conseguir me manter virgem ate o dia da lua de mel.
Marilene: ah, você vai conseguir sim Marilia, você não vai jogar tudo pro alto assim, perai...
Marilia: o que?
Marilene: você ainda se encontra com aquele capanga favelado nosso, o Robson?
Marilia: do que você ta falando mamãe?
Marilene: não se faça de sonsa,  eu que veja você com ele que eu arranco o seu pescoço viu.
Marilia: calma mamãe.
Marilene: calma nada, mais agora me responde uma pergunta!
Marilia: qual?
Marilene: você ainda é virgem Marilia? Seja sincera comigo!
CONTINUA...