quarta-feira, 25 de julho de 2012

A Fórmula do Amor: Cap. 76 - Peninha




Abri os olhos... Quanto tempo havia se passado? Já era Julho? Não!


Minha vista estava embaçada, o calendário no lado do leito de hospital marcava 25 de Abril.





- Ele acordou! - Nunca tinha ouvido aquela voz na minha vida, mas o rosto sim, eu já tinha visto.


- Quem é você? - Perguntei, o rosto me era familiar, porém ainda não sabia da onde.


- Sou eu, Juliana. Eu estudo na tua sala.


Juliana estava acompanhada de dois garotos, que também eram da minha sala: o e Eri e o Jackson.


- A gente veio te visitar depois que soubemos o que aconteceu. - Explicou Eri.


- Foi mal, a gente mal te conhece, mas a gente entende o que você fez. - Disse Jackson. - É ruim o que você passa dentro da escola, a galera de chuta geral.


- Não precisa ficar com peninha de mim. - Respondi.


- Vai dar uma de adolescente problemático, Berg? - Minha mãe falou com todas as letras. - Seus amigos vieram aqui de livre e espontânea vontade e você os trata desse jeito?


- Desculpa, gente. Mas, o que aconteceu?


- Você perdeu muito sangue, Berg. Que loucura você fez!


- Eu queria morrer, mãe.


- Por quê, meu amor? Você tem uma família que te ama!


- Custava me escutar uma vez? Só assim a senhora e o pai vão me escutar! Eu queria me divertir?


- Mas só por isso?!


- Não, mãe. Eu já tô cheio. Sinceramente eu queria sumir, me enterrar, o diabo que fosse. Na escola todo undo me odeia e em casa tá um inferno depois que a Andreza casou.


- Nem todo mundo te odeia! - interrompeu Juliana. - É que a galera lá não gosta muito de novato, mas a gente gosta de você,e te admira pra caramba. Você é inteligente demais!





Tive alta do hospital naquele dia mesmo. Na outra segunda feira, uma semana depois, voltei à aula.


As pessoas me olhavam de cara fechada agora, mas eu tinha três amigos dentro da minha sala. Também conheci a Bruna e a Rafaela. Cara, nós seis conversávamos muito, inclusive dentro da sala.





*****


Franz Ferdinand – Walk Away ♫


Eu estudava na escola Isadora Quevedo. Ficava meia hora da minha casa, se eu fosse a pé. Estudava de manhã e eu ia sozinho enquanto a Madalena sempre passava dando tchau em cima da moto quando eu estava bem no meio do caminho.


Se eu fosse de ônibus demoraria mais, por causa da lotação que era pela manhã, então eu nem ligava de ir andando mesmo.


Estava começando a gostar da escola. A estrutura era muito boa, tinha laboratório de informática, de ciências, uma biblioteca enorme (coisa que na antiga não tinha), os banheiros davam para se saber qual era o masculino e o feminino (diferente da outra). Além de uma quadra enorme, para quem gostava de jogar bola, e um cantinho chamado “Moita”, detrás da salas que ficavam depois da quadra, para os casais que queriam dar uma escapadinha.


O legal era que quem aparecesse com a calça cheia de carrapicho, já dava pra saber que foi até a Moita. Eu mesmo vi muita gente saindo de lá, eu rezava para que ficassem só nos amassos . Sei lá, tinha muita garota grávida lá.


Certo dia, a gente viu a calça do Eri toda cheia de carrapicho. A Bruna despencou a rir, uma risada muito boa, tipo gargalhada mesmo. A gente riu também, foi na onda. O professor de biologia que não gostou. Colocou nós seis pra fora de sala.




Eu fiquei com medo, mas quando acabou a aula dele a gente voltou. Aquilo era constante dentro da minha sala, o “1° ano E”. Era começo de ano, e já era considerado a pior turma do colégio.


Só pra finalizar, a partir do fim do mês de Abril, a diretora estabeleceu as seguintes regras na escola:





• É obrigatório o uso da camisa da escola.


( uma verde – piscina, com uma gola horrível. Não sou nenhum consultor de moda, mas era feia.)


• Está proibido o uso do celular ou qualquer aparelho eletrônico na sala de aula.


• Está proibido portar os seguintes objetos na escola: facas, tesouras afiadas, canivetes, estiletes, etc.


• Beber água ou ir no banheiro, apenas na hora do intervalo, da entrada ou da saída


( e se tivesse na tampa?)


• Não pode beijar.


( Ãn?)





Essas regras acabaram geral com a minha, ou com a alegria de cada um. Principalmente a última. Que ridículo! 





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