Diário da Madalena
Fui induzida por Richard a pintar o cabelo de preto, e o mais difícil: Colocar o meu primeiro piercing. Claro que a culpa não era dele, eu estava indo por livre e espontânea vontade.
Ele tinha um amigo numa farmácia, assim eu não precisava pedir permissão aos meus pais ( que claro, não deixariam).
Seria um o canto da boca só para começar. Se eu gostasse do resultado poderia colocar mais. A dor foi intensa, mais rápida. Eu fiquei tão linda! Tão linda que decidi colocar um no nariz, que doeu menos.
- Muito bem, Madá. - Disse Richard. A voz dele era suave, ele parecia estar passando mal.
- Como eu estou?
- Perfeita. Olha, só posso te dar esse conselho: O modo como você se veste não modifica nada o fato de você ser gótica ou não. Tipo, eu uso preto porque eu gosto, porque eu me sinto bem. Sacou?
- Entendi.
Eu estava me tornando como ele. Eu estava apaixonada por ele!
Nós andávamos na rua (de preferência à noite) e todos olhavam para a gente como se fossemos bichos.
- Liga não, Madá. No começo é assim, mas logo você se acostuma. Essa galera não sabe da nossa vida, nem porque somos assim.
- Richard …
- Diz.
- Eu gosto de você.
Ele me beijou. Quer dizer, Nós nos beijamos e naquele clima dentro do cemitério eu me deixei levar.
O cemitério era deserto de noite. Começamos a tirar a roupa e transamos ali mesmo.
Minha primeira vez foi bem inusitada. Juras de amor e palavras bonitas a selaram.
Diário da Ludi
Minha mãe continuava não querendo me ver nem pintada de ouro. Mesmo doente! Eu queria cuidar dela, pois ela parecia mal e ela não tinha ninguém.
A mãe do Rafa me disse que com o tempo ela esqueceria, mas já havia mais de um ano. Se não fosse pela Madalena, esse problema nunca teria acontecido.
Se ela não descobrisse, eu não falaria. Quantos héteros assumem que são héteros? Por que eu tenho que assumir que sou homossexual? Isso só diz respeito a mim. Direitos iguais, baby!
Diário de um Nerd
Depois da nossa primeira vez, eu e Valentina ficamos mais íntimos. Ninguém poderia desconfiar de nada. Nossos beijos foram se tornando mais quentes e a santa mão boba começou a fazer parte dos nossos amassos diários.
Se a primeira vez foi boa, a segunda e a terceira foram melhores. Descobrimos um mundo só nosso, em que podíamos fazer o que quiséssemos.
Enfim, nunca fui tão feliz! Aquelas foram as melhores férias da minha vida.
Diário da Andreza
♫Ashlee Simpson – Pieces of Me ♫
Foi durante um jantar em família. Tudo parecia perfeito, Papai e mamãe discutindo como sempre, Débora tomando sua papinha, Lina e Lana brigando, Berg e Valentina trocando olhares bobos ( aqueles dois estavam aprontando).
Alguém chamou lá do portão. Era o Rafa.
Meu pai levantou furioso da cadeira:
- Deixa que eu vou lá dar uma lição no moleque,
- Não! - Impedi-o. Deixa que eu resolvo.
*
- Rafa? O que você quer?
- Eu vim me despedir da Débora. Eu tô indo pro exército.
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