Novela de Antonio Figueira
CENA 01 - LETREIRO
RIO DE JANEIRO - DIAS ATUAIS
CENA 02 – VISTA AÉREA DA BARRA DA TIJUCA – PARQUE “TERRA
ENCANTADA” – EXT. – DIA.
BELAS IMAGENS AÉREAS DA PRAIA E
DOS PRÉDIOS MODERNOS, CHEGANDO AO “TERRA ENCANTADA”, MOSTRANDO O TOBOGÃ E A
PISTA DE KART, ONDE DEZENAS DE JOVENS DIVERTIAM-SE.
CORTA PARA:
CENA 03 - TOBOGÃ - EXT. - DIA.
ALFREDINHO SE AJEITOU NO
DESLIZADOR E OLHOU A MULTIDÃO POSTADA LÁ EMBAIXO. LOGO ATRÁS SE POSICIONARAM
MALU, SELMINHA E JULIO BIRUTA.
ALFREDINHO - (apreensivo) Cara, isso não é tão
fácil como eu pensava!
O GRUPO ATRÁS DIVERTIA-SE ANTE A
DEMONSTRAÇÃO DE MEDO DO AMIGO.
ALFREDINHO - Sério! Isso aqui é mais perigoso
que os pegas de moto na Niemayer na madruga!
MALU - (imitando voz de locutor) Atenção,
pessoal, segurem-se bem, vocês vão gostar: o tobogã é uma delícia!
DE REPENTE, SEM QUALQUER AVISO,
COMEÇOU A VERTIGINOSA DESCIDA. ALFREDINHO TENTOU SE EQUILIBRAR AGARRANDO OS
OMBROS DE JULIO BIRUTA, MAS NÃO CONSEGUIU E OS DOIS FIZERAM O PERCURSO ATÉ
EMBAIXO AOS TRAMBOLHÕES, NUMA CONFUSÃO TRAGICÔMICA DE PERNAS E BRAÇOS AGITADOS
NO AR. DOCE BALANÇO Capítulo 1 Pag.:03 APENAS MALU NÃO TEVE PROBLEMAS. DESLIZOU
SUAVEMENTE, INDO CAIR JUNTO DE CECÉU, QUE A OBSERVAVA COM GRANDE INTERESSE
DESDE A CHEGADA DO GRUPO AO “TERRA ENCANTADA”.
CECÉU - (sorrindo cordial) Oi!
MALU - Oi! Engraçado... acho que te conheço de
algum lugar...
CECÉU - Sou amigo do Marcelão. Já vi você com
a turma dele, em Ipanema. Você é a Malu, filha do Dr. Monteiro Prado, certo?
ALFREDINHO E JULIO BIRUTA
ENCAMINHARAM-SE, ANIMADOS, PARA A PISTA DE KART.
SELMINHA - Vem, Malu!
MALU - (fazendo sinal para a amiga esperar,
dirigindo-se a Cecéu) Vejo que você tá bem informado! Qual seu nome?
CECÉU - Alceu, mas os amigos me chamam Cecéu.
Prazer!
MALU - Prazer, Cecéu! Tchau!
MALU ALCANÇOU SELMINHA E SEGUIRAM
JUNTAS AO ENCONTRO DOS AMIGOS.
MALU - Conhece esse Cecéu?
SELMINHA - Conheço da turma do Marcelão... diz
que é artista, mas não tem emprego nem lugar fixo pra morar. Aluga um quarto na
pensão Primavera, da D. Gigi.
MALU - Nossa, que fofoqueira! Tá bem
informada, hein? DOCE BALANÇO Capítulo 1 Pag.:04
SELMINHA - Só sei disso porquê ele já tentou
me paquerar e veio com uma conversa mole, mas eu cortei na hora. (esnobe) Não
faz meu tipo, meu bem! Mas e você, porque tanto interesse nele? Vai me dizer que...
MALU - (corta) Não é nada disso! Apenas achei
ele simpático, nada mais!
SELMINHA - Melhor assim. Até mesmo porque ele
tá namorando a Tatiana. Além disso, não tá á altura de Maria Luíza Monteiro
Prado, a única herdeira do banqueiro Monteiro Prado, uma das maiores fortunas
do país!
MALU - Gaiata! Boba! Vambora pro kart!
CENA 4 - PRÉDIO SEDE DO BANCO MONTEIRO PRADO –EXT. - DIA.
O AUTOMÓVEL PÁRA EM FRENTE AO
EDIFÍCIO DE MÁRMORE, ONDE SE LÊ EM LETRAS GARRAFAIS: “BANCO MONTEIRO PRADO”. O
MOTORISTA CORRE PARA ABRIR A PORTA, O BANQUEIRO SALTA E DIRIGE-SE, SÉRIO E
ALTIVO, PARA A PORTA DE ENTRADA.
CENA 5 - BANCO MONTEIRO PRADO – INT. – DIA.
DIANA, A RECEPCIONISTA, FOI AO
ENCONTRO DO BANQUEIRO, EM MEIO AO BURBURINHO DO EXPEDIENTE BANCÁRIO.
DIANA - Como vai, doutor Monteiro?
MONTEIRO - (sério) Bem, obrigado. Ah, Diana,
diga a seu pai para ir a minha sala com urgência. Preciso falar com ele
imediatamente.
DIANA - Sim, Doutor Monteiro. Agora mesmo.
DIANA DIRIGIU-SE AO CAIXA DE
GERMANO, SEU PAI E, DISCRETA, FALOU ALGO AO SEU OUVIDO. O HOMEM FICOU PÁLIDO,
AS MÃOS TRÊMULAS.
DIANA - Pai... tá tudo bem? Você
ficou pálido, de repente...
GERMANO - (tentando disfarçar) Não é nada,
minha filha... não é nada. Já tô indo!
CORTA PARA:
CENA 6 - SALA DE MONTEIRO PRADO - INT. - DIA.
O BANQUEIRO EXAMINAVA ALGUNS
PAPÉIS QUANDO A SECRETÁRIA ANUNCIOU, PELO INTERFONE, A CHEGADA DE GERMANO
MOLINA.
MONTEIRO PRADO - Pode mandar entrar!
GERMANO ENTROU E APROXIMOU-SE,
TEMEROSO, DA GRANDE MESA DO PATRÃO. PARECIA UMA ESTÁTUA TALHADA EM PEDRA, O
ROSTO RISCADO POR SULCOS PROFUNDOS.
MONTEIRO PRADO - (falou, seco, sem rodeios)
Seu Germano Molina, já há algum tempo o senhor está sendo investigado... e seu desfalque
de 50 mil foi descoberto. Agora temos as provas que faltavam.
GERMANO - (segurou-se na cadeira para não cair
e levou a mão á testa) Doutor Monteiro, eu...
MONTEIRO PRADO - Não vou perder mais tempo com
o senhor. Só não chamei a polícia em consideração á grande amizade que minha
filha Malu tem por sua filha, Diana.
GERMANO - Eu... eu fico muito grato pela sua
bondade. Eu só queria dizer que... que estou muito envergonhado... Trabalho pro
senhor há quase 10 anos e... eu sei que não tem justificativa, mas... tudo
aconteceu depois da mudança de minha família de Rio Comprido pra Ipanema... era
o sonho de Carmen, minha esposa, e de nossa filha Diana... Claro, não foi culpa
do bairro... mas aqui a gente se descontrolou. Começou a gastar muito. Depois,
o salão de beleza da Carmen, um negócio que até agora só levou dinheiro...
MONTEIRO PRADO - (cortando) Como o senhor
mesmo disse, não tem justificativa! Para encerrar nossa conversa, dou-lhe um
prazo de 48 horas para repor o dinheiro, caso contrário, serei obrigado a tomar
outras providências!
CORTA PARA:
CENA 7 - IPANEMA - EXT. - DIA.
IMAGENS AÉREAS DA PRAIA E DE RUAS
DE IPANEMA.
FACHADA DO PRÉDIO CLASSE MÉDIA DO
APARTAMENTO DE GERMANO MOLINA.
CENA 8 - APARTAMENTO DE GERMANO - INT. – DIA.
CARMEN ASSUSTOU-SE QUANDO VIU O
ESTADO EM QUE O MARIDO CHEGOU E DEIXOU-SE CAIR NO SOFÁ, AR DERROTADO.
CARMEN - Mas o que há com você, homem? Está
chateado?
GERMANO - Carmen, seu marido está a um passo
da cadeia!
FIM DO CAPÍTULO 1
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