Chorão eterno, CBJR para sempre!

Foi bom crescer, deixar as bonecas de lado, expandir os horizontes, sair do casulo, recuar quando preciso, não ver o mundo como meus pais viam, mas por minha própria conta, ouvir o que eu curtia, não porque alguém falava. 

Foi bom descobrir do que eu realmente gostava e mergulhar mais a fundo no oceano das ideias versejadas pelo microfone por alguém que será eternamente jovem, descobrindo que outros jovens como eu também amavam e sempre amarão, a partir de agora somos todos um só coração, um coração que chora porque desde ontem os Chorões somos nós, a juventude que perdeu a firme voz que nos alegrava, nos mandava mensagens e calou-se, fazendo com que o preto seja a cor do céu agora. Nem cinza nem branco, mas o preto do luto, do eterno luto.

Só os loucos sabem que os dias de luta também são os dias de glória. A vida não é em vão quando seguimos os nossos sonhos. Alguns acabam sem explicação, infelizmente. Algumas pessoas se vão deixando tanta saudade, mas quem é fã de verdade sabe que a dor não é de mentira, não é modinha pra pagar de antenado no facebook e no twitter.

Foi bom ser integrante da geração do bom rock nacional, curtir os singles que faziam a minha cabeça. Moda não foi porque tendência vem-e-vai, perde a graça e é substituída por outra. O que é bom de verdade não tem prazo de validade, mas dura tempo suficiente para que seja inesquecível e ele será. Indo cedo demais, ainda não era o fim, mas o livro da vida escreveu o último parágrafo antes do esperado, um dia de Março, o dia que muitos de nós tentaremos esquecer e jamais conseguiremos, jamais.

As janelas da criatividade me permitiram enxergar o talento, a não ter medo das críticas que fariam porque muitos dos que falam só querem ter o prazer de contrariar, achando que todo mundo tem que pensar como eles. Moralismo aqui não tem vez. Falso moralismo, pois sim,  argumentos cínicos são derrubados, não têm fundamento. Verdade sim, julgamento não. Errado por errado, deixar de viver um sonho é uma falta muito mais grave que proferir um palavrão. 

Foi bom viver e ter sensibilidade pra saber que se é feliz apreciando as coisas simples, mas não me diga pra não chorar, calar meus sentimentos. Chorar também é uma arte, faz parte de ser humano e eu sou. O lugar do Chorão era num palco, na pista, não num gelado caixão. Nesse mundo onde as pessoas já nem sabem mais amar, é claro que vão julgar minhas lágrimas, mas eu não me importo nem um pouco. 

Daqui a 30 anos em algum lugar haverá um jovem apaixonado pelas poesias do Chorão, andando de skate com os amigos, apreciando o bom e velho rock nacional, mas velho é só um adjetivo mal empregado. Quem sabe viver não envelhece, apenas imprime sua marca no mundo. Isso é fazer cada segundo da sua vida valer a pena porque viver pra ser outra cópia caminhando na rua, não serve pra mim, não serve pra quem abriu a mente.

#LUTOETERNOCHORÃO

Dedicado a todos os fãs do Chorão, do CBJR e que curtem ou pelo menos respeitam.