quarta-feira, 6 de março de 2013

RIP Chorão!


Bom dia, gente. Quer dizer, bom dia não será, pelo menos não para quem tem coração, para quem é da nação rock e skate, da geração CBJR. Hoje é com muita tristeza que recebemos a notícia de que nosso poeta Chorão não está mais entre nós. 

06/03/2013, o dia em que um minuto de silêncio ainda é muito pouco para falar de um artista que marcou não somente a minha, mas muitas adolescências, embalou romances, eternizou versos, foi a voz de muitos jovens. Com um estilo incomparável foi e sempre será a lenda do rock nacional, do rock de verdade, que superou as críticas (de gente escrota e sem respeito) e deixou uma pegada forte nos corações de quem curtiu intensamente.

Resistência é totalmente CBJR e eu havia prometido que ia voltar hoje e ia mesmo, mas eu não tenho condições para isso agora, leitores. Ouvir o Chorão cantar só vai me fazer sofrer mais, saber que nunca vou poder ir a um show da banda liderada por ele, que agora teremos saudade; lembrar os bons tempos quando os adolescentes sabiam ser adolescentes, não ficavam em twitter escrevendo asneiras, retuitando bobagens, quando 'Te levar' fazia a galera toda entrar em casa pra ver as aventuras do Cabeção e sua turma, quando ter atitude era mais importante que um monte de amigos, que ser uma produção em série: todo mundo pensando do mesmo jeito, se vestindo igualmente, usando o mesmo corte e tonalidade de cabelo, querendo pagar de americano.

Eu tenho orgulho de pensar que Charlie Brown Jr marcou minha juventude; os intervalos de escola com os meus amigos, os risos, piadas, sonhos, desejos; tudo que acabou, infelizmente. A vida é muito breve e nesse vai-e-vem de informações, algumas nunca deveriam ser ditas, sobretudo aquelas que nos arrancam lágrimas e você sabe que é aquilo mesmo que está ouvindo, aquilo que você nunca queria que tivesse acontecido.

Bom, pra um país que dá valor pro artista depois que ele morre, não dá pra esperar muito. País do funk, do sertanejo, do Neymar, da bunda de fora; último no ranking de educação, que venha o fracasso da próxima Copa. Muito ego, pouca bola. Ninguém se importa se não houver boas letras, o importante é que o refrão seja grudento.

Chorão, descanse em paz. É uma pena que eu nunca possa ter ido a um show seu, mas isso não quer dizer que eu não tenha sido fã porque eu fui, sou e sempre vou ser.  Hoje o choro é do público, de quem perdeu não apenas um grande artista, mas da família que ficou sem o pai, o irmão, os companheiros de banda que ficarão sem um grande amigo, uma referência. Para os fãs, insubstituível.

Resistência volta, mas não agora. Resistência é skate, é rock, é CBJR. Resistência é um feixe de esperança no meio de tanta porcaria modista, sem nexo, clichê, descartável. Resistência fala pouco, mas dá o recado,  dá conta dele, assim como o Chorão fez durante toda a vida.

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