Não é o
momento mais adequado para conclusões e suposições. O que não considero justo e
alguém de há de concordar é que quando você deixa de escrever por prazer, tal
fato reflete-se nitidamente na qualidade literária e eu sei que não estou em uma
fase positiva. Estou escrevendo por dever, temendo tanto não obedecer aos
prazos e vejam só, meu medo aconteceu. Noites de insônia, angústia, cálculos
mentais. Eu quero dizer-lhes que A Governanta será uma novela grande, assim
como as da televisão e que serão mais de 200 capítulos, quem sabe até cheguemos
a celebrar o aniversário de um ano do 1º capítulo e tudo o mais.
Eu não costumo
escrever webs curtas, detesto mocinhas idealizadas ou vilãs exageradamente más,
tenho verdadeira aversão a tramas adolescentes clichês em que tudo termina
previsivelmente bem. No entanto, eu sou julgada: quando escrevo sobre um tema
interessante os conservadores refutam o conteúdo. Quando quero falar de amor,
não deixar o romantismo morrer, sou considerada ‘menininha demais’, fútil,
abestalhada.
Eu não quero
escrever obrigada a terminar a trama em tantos capítulos ou então me agarrar à moda
pra garantir visualizações. Vocês sabem que hoje o que está forte é a vingança,
o tráfico humano, o sobrenatural. Contos de fadas estão em baixa, assim como o
amor verdadeiro. Não escolhi os temas, eles me escolheram. Eu sou apenas
interlocutora da inspiração, manifestando-a através das minhas obras.
Amo poesias,
letras de música, desenhos, toda forma saudável de expressão. Amo a liberdade e
dessa vida é o que quero, aliás, o que mais me faz falta. Estou há muito tempo
precisando ter um acerto de contas comigo mesma para poder ser uma nova
criatura, uma autora decente que faz por merecer os cliques e comentários.
Eu coloquei A Governanta no ar em uma época a qual não
estava com a autoestima bem ajeitada. Estava magoada, amedrontada, perseguida,
sem certezas de quase nada. Existe uma pressão interior que demasiadamente me
cobra a perfeição. Tentava compensar as carências ocupando meu tempo, me
escondendo.
Durante a vida
toda eu busquei entender por que fui rejeitada logo na infância pelos parentes
dos meus pais, traumas esses que fortemente se refletiram na minha
personalidade. Garota tímida, ansiosa, medrosa, reprimida, por vezes
melancólica, sempre adiando as grandes decisões, permitindo que outras pessoas
livremente me dominassem, seja através de pensamentos e atitudes. Eu sempre tive
dificuldades para dizer não e passei boa parte da minha existência ou toda ela
buscando agradar aos outros. Vocês sabem que é frustrante, desgastante e
retorno, pífio, negativo.
Eu peço-lhes
encarecidamente que não me julguem, não me recriminem pelo ‘sumiço’, mas
aguardem com calma porque eu pretendo voltar, mas não pela metade. Não quero
postar capítulos medíocres, repetitivos, fracos. Quero fazer valer a espera,
proporcionar-lhes essa viagem ao mundo dos meus personagens, eis a razão pela
qual opto em não colocar avatares para que vocês possam desenhar Raquel,
Guilherme, Nina, Beto e etc., através da rica imaginação de vocês.
Eu não desisti
de Resistência, PL e A Governanta. Preferi me ausentar a decair o nível dos
folhetins. Todos precisam de recolhimento quando o coração está em cacos. Eu
voltarei. Sim, eu voltarei. Obrigada pela atenção
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