CENA 1 - APARTAMENTO DE MONTEIRO PRADO - SALA DE JANTAR - INT. – NOITE
MALU EMPALIDECEU, LEVANTOU-SE,
VISÌVELMENTE CHOCADA, E ATIROU A CARTA SOBRE A MESA.
MONTEIRO PRADO - (indignado) Mas isso é um
absurdo, uma brincadeira de mau gosto! Filha, você não pode dar importância a
essa covardia. Veja só, o remetente nem teve coragem de se identificar!
MALU - Vou pro meu quarto. Com licença!
MONTEIRO PRADO - (levantou a mão, tentando
detê-la) Malu! Filha, não vá...
ISADORA - (segurou o braço do marido) Deixa,
Monteiro. Ela quer ficar sozinha...
O BANQUEIRO BALANÇOU A CABEÇA,
DESOLADO.
MONTEIRO PRADO - Quem será o covarde que
escreveu isso?
CORTA PARA:
CENA 2 - APARTAMENTO DE MARCELÃO - SALA - INT. -NOITE.
CECÉU - Profissão desgraçada essa que eu
arranjei! (dizia, deitado no sofá de Marcelão).
MARCELÃO - (preparando uma dose de uísque) Ué,
por que, cara? Pensei que você tava se divertindo...
CECÉU - Divertindo? Faz dois meses que estou distraindo
uma turista mexicana. Dona Soledad. A mulher deve DOCE BALANÇO CAPÍTULO 36PÁGINA
03 andar pela casa dos setenta anos. Veste-se de maneira espalhafatosa e é feia
como a necessidade! Me contratou como seu cicerone pelo tempo em que ficar no
Rio. Sabe que a velha gamou por mim? Nem quer mais voltar para o México! E é
podre de rica, a desgraçada!
MARCELÃO - Aproveita. Casa com ela.
CECÉU - (pensou um pouco) Até que gostei da
idéia. Mas, e Tatiana? Se ela não fosse tão careta, bem que se podia dar um
jeito de harmonizar tudo e ninguém sair perdendo. Não, não daria certo! Sabe,
Marcelão, o negócio é bolar um macete qualquer pra tirar o dinheiro dessa
velha, sem precisar casar. Puxa, ela podia morrer de repente e me deixar uma
herança, não podia?
TIA LALINHA APARECEU NA SALA,
TRAJANDO UM PIJAMA FLORAL ESTAMPADO.
TIA LALINHA - (com o dedo na boca em sinal de
silencio) Psiu! Falem baixo que a Laurinha está dormindo! Boa noite, Marcelinho.
Até amanhã, Cecéu. Ah, não durmam muito tarde, que
não é bom pra saúde... Outra
coisa, Marcelinho... tome um copo de leite morno antes de dormir. É bom pra ter
um sono tranquilo. Você pode fazer o mesmo, Cecéu. Até amanhã, meninos (e
retirou-se, deixando os dois boquiabertos).
CECÉU - Leite morno antes de dormir... Cara,
eu não acredito que ouvi isso!
MARCELÃO - (tentou minimizar) Deixa ela...
Coitada da tia Lalinha... sem noção...
CORTA PARA:
CENA 3 - APARTAMENTO DE GERMANO - SALA - INT. -NOITE.
MARCOS ENTROU NO APARTAMENTO
DE GERMANO TENTANDO DISFARÇAR OS HEMATOMAS PROVOCADOS PELA BRIGA COM ALFREDINHO
NA PRAIA. GERMANO LIA UM DOCE BALANÇO CAPÍTULO 36 PÁGINA 04 LIVRO E CARMEN
ASSISTIA TV.
CARMEN - Marcos, deixei seu jantar no fogão
(olhou com mais atenção e percebeu as manchas vermelhas no rosto do rapaz) Mas...
o que é isso? Você está machucado! E suas roupas... estão sujas! O que
aconteceu com você, meu Deus?
GERMANO E CARMEN ACERCARAM-SE
DO RAPAZ, ASSUSTADOS.
GERMANO - Rapaz, o que fizeram com você! Foi assaltado?
MARCOS RESPIROU FUNDO. ACHOU
MELHOR CONTAR A VERDADE.
MARCOS - Tive uma briga com Alfredinho na
praia. Ele me provocou, me atacou... Rolamos na areia...
CARMEN - Que horror! Aquele marginal! Devia
ser preso!
MARCOS - Agora está tudo bem. Não se
preocupem. Já passou.
CARMEN - Vou fazer umas compressas para pôr
nesses machucados! Se não cuidar, vai ficar com o rosto todo roxo!
MARCOS - Não é preciso, D. Carmen...
CARMEN - (insistiu) Precisa sim! Sente aí.
Descanse um pouco enquanto preparo as compressas!
CARMEN ENCAMINHOU-SE PARA A
COZINHA. MARCOS SENTOU-SE NA POLTRONA, AO LADO DE GERMANO.
GERMANO - Rapaz, a briga foi feia, hem?
MARCOS - Uma vergonha, seu Germano. Rolamos na
areia como dois moleques! (levou a mão ao canto da boca, em sinal de dor) Ai!
CENA 4 - APARTAMENTO DO DELEGADO NOGUEIRA -
SALA - INT. - NOITE.
JÁ PASSAVA DA MEIA-NOITE.
LEANDRO E SELMINHA ENTRARAM, CAUTELOSOS, PARA NÃO ACORDAR NOGUEIRA E ODETE.
FALAVAM ABAFADAMENTE.
LEANDRO - Tem certeza que não há perigo de seu
pai acordar?
SELMINHA - Não. Eles dormem com o ar ligado e
isso abafa qualquer ruído... vem! (puxou-o para o seu quarto).
CORTA PARA:
CENA 5 - APARTAMENTO DO DELEGADO NOGUEIRA -QUARTO DE SELMINHA - INT. -
NOITE.
LEANDRO PUXOU SELMINHA PARA SI
E BEIJARAM-SE COM ARDOR. CAÍRAM NA CAMA, OS CORPOS COLADOS UM NO OUTRO.
CORTA PARA:
CENA 6 - LAGOA RODRIGO DE FREITAS - IGREJA SÃO JOSÉ - INT. – DIA
CECÉU MOSTRAVA O INTERIOR DA
IGREJA A D. SOLEDAD,
QUE ACOMPANHAVA-O, DE BRAÇOS
DADOS.
CECÉU - Está gostando do passeio?
D. SOLEDAD - (fitava-o, embevecida) Es todo tan maravilloso, Cecelito...
Todo tan hermoso!
CECÉU TENTOU DISFARÇAR O
EMBARAÇO DIANTE DOS OLHARES APAIXONADOS DA VELHA SENHORA.
CECÉU - Então... vamos? DOCE BALANÇO CAPÍTULO
36 PÁGINA 06
D. SOLEDAD RIA, MUITO NERVOSA.
D. SOLEDAD - Com
usted a mi lado, yo no tengo miedo de nada. Usted me inspira
tanta confiança, tanta simpatia... (dizia, lançando olhares ternos ao rapaz).
CECÉU SORRIU, SEM GRAÇA.
D.
SOLEDAD - Sabes, Cecelito... yo soy una mujer rica. Tengo muchas fábricas,
petróleo, todos los bienes de mi esposo muerto, que se parece mucho a ti, o
viceversa. Cuando te miro me recuerdas mucho de esto...
OS OLHOS DE CECÉU BRILHARAM.
CECÉU - Fico feliz em saber que lhe trago boas
lembranças do seu falecido...
D. SOLEDAD – A hora podemos ir, Cecelito.
CORTA PARA:
CENA 7 - APARTAMENTO DE MONTEIRO PRADO - SALA -INT. - DIA.
MARCOS FOI Á CASA DO BANQUEIRO
VER MALU E ESTRANHOU A EXPRESSÃO SOMBRIA DA NOIVA.
MARCOS - O que aconteceu com você? Parece tão
perturbada...
MALU - (estendeu-lhe o envelope com a carta
anônima) Veja isso! Recebi ontem.
MARCOS ABRIU O ENVELOPE E LEU
A CARTA.
MARCOS - Isso é um absurdo! Não tem
fundamento! Você não pode dar importância a uma bobagem dessas.
MALU - Me senti péssima quando li isso... DOCE
BALANÇO CAPÍTULO 36 PÁGINA 07
MARCOS - Vem aqui... (abraçou-a,
carinhosamente) Esqueça isso. Tem alguém querendo desestabilizar a gente... não
podemos entrar nesse jogo... nem dar ouvido a essas calúnias. (mudou de
assunto) Ah, tenho novidades! Estou procurando emprego.
MALU - Que tipo de emprego?
MARCOS - Eu não te falei que sou professor de
Geografia? Pois então... estou procurando colocação na minha área. E tenho duas
entrevistas marcadas para amanhã!
MALU - (beijou-o, animada) Que bom, meu amor!
CORTA PARA:
CENA 8 - SALÃO DE CARMEN - INT. - DIA.
D. SOLEDAD ESTAVA SENTADA NA
CADEIRA DE CABELEREIRO, RECEBENDO OS ÚLTIMOS RETOQUES DE CARMEN, QUANDO
SENTIU-SE MAL.
D. SOLEDAD - (levou a mão ao coração, nervosa)
Mi corazón... Dios mio...
CARMEN - Senhora, está passando mal? (chamou a
assistente) Gina, traga um copo d’água, rápido!
D. SOLEDAD BEBEU A ÁGUA.
RESPIROU FUNDO, MAIS
CALMA.
D.
SOLEDAD - Gracias... estoy mejor ahora...
CARMEN - De qualquer maneira, não
convém deixar a senhora voltar para casa sozinha. Quer que telefone para alguém
vir pegá-la?
D. SOLEDAD - (gemeu) Yo estoy en el hotel... DOCE BALANÇO
CAPÍTULO 36 PÁGINA 08
CARMEN - (indagou, aflita) Não tem uma pessoa,
um conhecido, que venha pegar a senhora aqui?
D. SOLEDAD - Sí, hay un muchacho... El telefono está em mi bolsa... Su
nombre es Cecéu!
MINUTOS DEPOIS, CECÉU FOI
BUSCÁ-LA. SAÍRAM DE BRAÇO, ELA AMPARADA NOS SEUS, E ELE MUITO ENCABULADO COM OS
OLHARES TERNOS DA VELHA.
CORTA PARA:
CENA 9 - HOTEL IPANEMA PLAZA - SUÍTE - INT. - DIA.
O MÉDICO TOMOU A PRESSÃO DE D.
SOLEDAD. OLHOU PARA ELA, COM AR SÉRIO.
MÉDICO - O seu estado de saúde é realmente
grave... Sinto muito,
senhora...
D.
SOLEDAD - Sí, yo sé. Los médicos en México me deram solamente seis meses de
vida. Yo sé que estoy condenada!
CORTA PARA:
CENA 10 - PENSÃO PRIMAVERA - RECEPÇÃO - INT. - DIA.
TATIANA PROCUROU SORAIA PARA
DESABAFAR. ESTAVA MUITO PREOCUPADA COM O COMPORTAMENTO DO NAMORADO, CECÉU.
SORAIA - (deixou seus afazeres de lado e puxou
a amiga
para o sofá) Vem, Tatiana,
senta aqui. Vamos conversar. O quê que tá acontecendo?
TATIANA - Ai, amiga, pela primeira vez, eu tou
desconfiada que o Cecéu tá me traindo.
SORAIA - (surpresa) Nossa! Tem certeza? O
Cecéu é tão apaixonado por você...
TATIANA - Pois é, mas com esse
novo trabalho de guia turístico, ele conheceu uma mulher muito rica, e fica
levando ela pra cima e pra baixo, pra mostrar a cidade. Isso tá me deixando
muito irritada e... Ah, Soraia, não sei, não... Você conhece a idéia fixa do Cecéu
em ficar rico...
SORAIA - Amiga, esse é o trabalho dele! Do que
você tem
medo?
TATIANA - Quer saber? Tenho medo... que ele se
venda por dinheiro! Pronto, falei!
SORAIA - Que é isso, Tati! O Cecéu é meio
enrolado, mas é do bem. Ele nunca faria isso com você!
TATIANA - Será? E se eu te disser que ele
deixou escapar que a velha mexicana gamou nele?
SORAIA - Jura?
TATIANA - Pois é... disse que é uma velha, mas
não sei não... pode ter dito isso pra eu não ficar com ciúmes. Agora vive bancando
a babá, e faz todas as vontades dela... Ontem liguei pra ele e tava no
apartamento dela, no Hotel Ipanema Plaza, imagina! Agora me diz, Soraia, tenho
ou não tenho motivos pra ficar com a pulga atrás da orelha?
SORAIA - Calma, Tatiana... você tem que
conversar com ele. Eu acho que não tem motivos pra ficar assim... Quem sabe ele
só tá tentando faturar uns trocados a mais... O mais importante é que ele tá
trabalhando...
TATIANA - (levantou-se, decidida) Quer saber?
Eu vou tirar essa história a limpo agora mesmo!
SORAIA - Calma, Tati! Não vá fazer nenhuma
besteira...
TATIANA - (encaminhou-se para a porta, pisando
firme) Ele que me aguarde!
SORAIA - Tati... espera! Não
vá fazer nada que...
ERA INÚTIL. TATIANA ACABARA DE
SAIR DA PENSÃO.
CORTA PARA:
CENA 11 - APARTAMENTO DE GERMANO - SALA - INT. -DIA.
ERAM QUASE 5 DA TARDE QUANDO
MARCOS VOLTOU PARA CASA E ESTRANHOU A PRESENÇA DE GERMANO, QUE VOLTARA CEDO DO
BANCO.
MARCOS - Seu Germano, voltou mais cedo...
Aconteceu alguma coisa?
GERMANO - Me senti mal e saí mais cedo... mas
já está tudo bem.
MARCOS - D. Carmen já chegou?
GERMANO - Não, mas deve estar chegando a
qualquer momento... (mostrou-lhe o envelope sobre a mesa) Chegou esta carta pra
você.
MARCOS EXAMINOU O ENVELOPE COM
CURIOSIDADE.
MARCOS - Estranho... não tem remetente...
(abriu e leu) Fizeram o mesmo com Malu. A coitada estava deprimida porque também
recebeu uma carta anônima acusando-a de ser a assassina de Diana!
GERMANO - (arregalou os olhos) Que insensatez!
Quem faria uma maldade dessas?
MARCOS - Não sei. Leia.
GERMANO - “Você está sendo enganado. Sua
noivinha Maria Luísa Monteiro Prado é a verdadeira assassina de Diana Molina.
Logo a verdade será descoberta! Assinado: um amigo” DOCE BALANÇO CAPÍTULO 36
PÁGINA 011 (levantou os olhos para o rapaz) Marcos, isso não tem cabimento! Você
não pode se deixar abalar por uma calúnia dessas!
MARCOS - Eu sei, seu Germano. Mas não posso
deixar de me perturbar com tanta leviandade. Como o ser humano pode ser capaz
de um ato desses?
CORTA PARA:
CENA 12 - HOTEL IPANEMA PLAZA - QUARTO DE D. SOLEDAD - SALETA DE
ESPERA - INT. - TARDE.
NA SALETA DE ESPERA, CECÉU
ANDAVA DE UM LADO PARA O OUTRO. O MÉDICO SAIU DO QUARTO.
CECÉU - (correu ao seu encontro) Doutor... o
que está acontecendo? Como ela está?
MÉDICO - O senhor é filho dela?
CECÉU - Não. Nada disso. Sou empregado da
Agencia de Turismo Boa Companhia. Tou em serviço.
MÉDICO - Ela diz que os médicos mexicanos lhe
deram seis meses de vida!
CECÉU - (arregalou os olhos, mal disfarçando a
emoção) Seis meses!
O MÉDICO RETIROU-SE.
CECÉU - (para si) Não é possível! Aí está a
minha chance de ficar rico!
FOI INTERROMPIDO PELO CHAMADO
NERVOSO DE D. SOLEDAD.
D. SOLEDAD - Cecéu? Cecelito, donde estás? No me dejes sola!
O RAPAZ ENTROU NO QUARTO E
ACERCOU-SE DELA. D. SOLEDAD TOMOU-LHE A MÃO E APERTOU-A CONTRA O ROSTO. LÁ FORA
OUVIU-SE UMA GRITARIA INFERNAL.
CENA 13 - HOTEL IPANEMA PLAZA - SALETA - INT. -TARDE
TATIANA - Que não pode entrar o quê! Eu sei
que ele está aqui e vou entrar, nem que seja no peito!
A MOÇA ESTAVA INSULTADA,
NERVOSA. DOIS FUNCIONÁRIOS DO HOTEL TENTAVAM BARRAR SUA PASSAGEM, MAS ENTROU
CORRENDO NA SALETA. CECÉU APARECEU NA PORTA.
CECÉU - Tatiana! Que é isso?
TATIANA - Então é aqui que você trabalha! No
quarto da gringa! Imagino o tipo de trabalho que você está fazendo!
CECÉU - Pelo amor de Deus, pare de gritar! É
que a velhota está doente. Teve um ataque do coração, quase morreu.. E tá desenganada
pelos médicos!
TATIANA - (desconfiada) Ah, é? Pois quero ver
com meus próprios olhos!
FEZ MENÇÃO DE ENTRAR NO QUARTO
DE SOLEDAD. CECÉU SEGUROU-A PELO BRAÇO.
CECÉU - Tatiana, não faça isso! Seria uma
desumanidade. Que é que os mexicanos vão pensar de nós? Da nossa hospitalidade?
TATIANA LARGOU-SE, SÚBITO, DE
SUAS MÃOS E EMPURROU A PORTA DO QUARTO. A VELHA ESTAVA ESTIRADA NA CAMA,COBERTA
POR UM LENÇOL.
TATIANA - (sussurrou) Nossa! Que é aquilo!
Puxa! DOCE BALANÇO CAPÍTULO 36 PÁGINA 13
CECÉU - Convenceu-se?
TATIANA - É... é preciso ter estômago de
avestruz!
CECÉU - Eu não lhe disse? Só mesmo muita
necessidade de trabalhar, como eu tenho. Muito espírito de sacrifício!
A VOZ DE SOLEDAD CHEGOU ATÉ
ELES.
D. SOLEDAD - Cecéu?... Cecelito?... Dónde estás, mi amor?...
TATIANA ENCAROU CECÉU, COM
RAIVA, DEU-LHE AS COSTAS E SAIU.
CORTA PARA:
CENA 14 - APARTAMENTO DE GERMANO - QUARTO - INT. - NOITE.
GERMANO OUVIU UM RUÍDO NA
PORTA E ENTROU NO QUARTO Á PROCURA DE CARMEN. PELO BARULHO DO CHUVEIRO,
COMPREENDEU QUE ELA ESTAVA NO BANHO. GERMANO, PORÉM, NOTOU QUE A SUA BOLSA
ESTAVA SOBRE A CAMA. INSTINTIVAMENTE, ABRIU A BOLSA E, PARA SUA SURPRÊSA,
ENCONTROU UMA CARTA. CARMEN SAIU DO BANHEIRO E EMPALIDECEU.
CARMEN - O que você está fazendo?
GERMANO - (mostrou-lhe a carta, acusador) Você
escreveu esta carta, como escreveu todas as outras! Então você é a autora das
cartas anônimas! Você, Carmen!
FIM DO CAPÍTULO 36
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