terça-feira, 12 de março de 2013

Doce Balanço - Capítulo 36


CENA 1 - APARTAMENTO DE MONTEIRO PRADO - SALA DE JANTAR - INT. – NOITE

MALU EMPALIDECEU, LEVANTOU-SE, VISÌVELMENTE CHOCADA, E ATIROU A CARTA SOBRE A MESA.

 MONTEIRO PRADO - (indignado) Mas isso é um absurdo, uma brincadeira de mau gosto! Filha, você não pode dar importância a essa covardia. Veja só, o remetente nem teve coragem de se identificar!
 MALU - Vou pro meu quarto. Com licença!
 MONTEIRO PRADO - (levantou a mão, tentando detê-la) Malu! Filha, não vá...
 ISADORA - (segurou o braço do marido) Deixa, Monteiro. Ela quer ficar sozinha...

O BANQUEIRO BALANÇOU A CABEÇA, DESOLADO.

 MONTEIRO PRADO - Quem será o covarde que escreveu isso?

CORTA PARA:
CENA 2 - APARTAMENTO DE MARCELÃO - SALA - INT. -NOITE.

 CECÉU - Profissão desgraçada essa que eu arranjei! (dizia, deitado no sofá de Marcelão).
 MARCELÃO - (preparando uma dose de uísque) Ué, por que, cara? Pensei que você tava se divertindo...
 CECÉU - Divertindo? Faz dois meses que estou distraindo uma turista mexicana. Dona Soledad. A mulher deve DOCE BALANÇO CAPÍTULO 36PÁGINA 03 andar pela casa dos setenta anos. Veste-se de maneira espalhafatosa e é feia como a necessidade! Me contratou como seu cicerone pelo tempo em que ficar no Rio. Sabe que a velha gamou por mim? Nem quer mais voltar para o México! E é podre de rica, a desgraçada!
 MARCELÃO - Aproveita. Casa com ela.
 CECÉU - (pensou um pouco) Até que gostei da idéia. Mas, e Tatiana? Se ela não fosse tão careta, bem que se podia dar um jeito de harmonizar tudo e ninguém sair perdendo. Não, não daria certo! Sabe, Marcelão, o negócio é bolar um macete qualquer pra tirar o dinheiro dessa velha, sem precisar casar. Puxa, ela podia morrer de repente e me deixar uma herança, não podia?

TIA LALINHA APARECEU NA SALA, TRAJANDO UM PIJAMA FLORAL ESTAMPADO.

 TIA LALINHA - (com o dedo na boca em sinal de silencio) Psiu! Falem baixo que a Laurinha está dormindo! Boa noite, Marcelinho. Até amanhã, Cecéu. Ah, não durmam muito tarde, que
não é bom pra saúde... Outra coisa, Marcelinho... tome um copo de leite morno antes de dormir. É bom pra ter um sono tranquilo. Você pode fazer o mesmo, Cecéu. Até amanhã, meninos (e retirou-se, deixando os dois boquiabertos).
 CECÉU - Leite morno antes de dormir... Cara, eu não acredito que ouvi isso!
 MARCELÃO - (tentou minimizar) Deixa ela... Coitada da tia Lalinha... sem noção...

CORTA PARA:
CENA 3 - APARTAMENTO DE GERMANO - SALA - INT. -NOITE.

MARCOS ENTROU NO APARTAMENTO DE GERMANO TENTANDO DISFARÇAR OS HEMATOMAS PROVOCADOS PELA BRIGA COM ALFREDINHO NA PRAIA. GERMANO LIA UM DOCE BALANÇO CAPÍTULO 36 PÁGINA 04 LIVRO E CARMEN ASSISTIA TV.

 CARMEN - Marcos, deixei seu jantar no fogão (olhou com mais atenção e percebeu as manchas vermelhas no rosto do rapaz) Mas... o que é isso? Você está machucado! E suas roupas... estão sujas! O que aconteceu com você, meu Deus?

GERMANO E CARMEN ACERCARAM-SE DO RAPAZ, ASSUSTADOS.

 GERMANO - Rapaz, o que fizeram com você! Foi assaltado?

MARCOS RESPIROU FUNDO. ACHOU MELHOR CONTAR A VERDADE.

 MARCOS - Tive uma briga com Alfredinho na praia. Ele me provocou, me atacou... Rolamos na areia...
 CARMEN - Que horror! Aquele marginal! Devia ser preso!
 MARCOS - Agora está tudo bem. Não se preocupem. Já passou.
 CARMEN - Vou fazer umas compressas para pôr nesses machucados! Se não cuidar, vai ficar com o rosto todo roxo!
 MARCOS - Não é preciso, D. Carmen...
 CARMEN - (insistiu) Precisa sim! Sente aí. Descanse um pouco enquanto preparo as compressas!

CARMEN ENCAMINHOU-SE PARA A COZINHA. MARCOS SENTOU-SE NA POLTRONA, AO LADO DE GERMANO.

 GERMANO - Rapaz, a briga foi feia, hem?
 MARCOS - Uma vergonha, seu Germano. Rolamos na areia como dois moleques! (levou a mão ao canto da boca, em sinal de dor) Ai!

CENA 4 - APARTAMENTO DO DELEGADO NOGUEIRA -
SALA - INT. - NOITE.

JÁ PASSAVA DA MEIA-NOITE. LEANDRO E SELMINHA ENTRARAM, CAUTELOSOS, PARA NÃO ACORDAR NOGUEIRA E ODETE. FALAVAM ABAFADAMENTE.

 LEANDRO - Tem certeza que não há perigo de seu pai acordar?
 SELMINHA - Não. Eles dormem com o ar ligado e isso abafa qualquer ruído... vem! (puxou-o para o seu quarto).

CORTA PARA:
CENA 5 - APARTAMENTO DO DELEGADO NOGUEIRA -QUARTO DE SELMINHA - INT. - NOITE.

LEANDRO PUXOU SELMINHA PARA SI E BEIJARAM-SE COM ARDOR. CAÍRAM NA CAMA, OS CORPOS COLADOS UM NO OUTRO.

CORTA PARA:
CENA 6 - LAGOA RODRIGO DE FREITAS - IGREJA SÃO JOSÉ - INT. – DIA

CECÉU MOSTRAVA O INTERIOR DA IGREJA A D. SOLEDAD,
QUE ACOMPANHAVA-O, DE BRAÇOS DADOS.

 CECÉU - Está gostando do passeio?
 D. SOLEDAD - (fitava-o, embevecida) Es todo tan maravilloso, Cecelito... Todo tan hermoso!

CECÉU TENTOU DISFARÇAR O EMBARAÇO DIANTE DOS OLHARES APAIXONADOS DA VELHA SENHORA.

 CECÉU - Então... vamos? DOCE BALANÇO CAPÍTULO 36 PÁGINA 06

D. SOLEDAD RIA, MUITO NERVOSA.

 D. SOLEDAD - Com usted a mi lado, yo no tengo miedo de nada. Usted me inspira tanta confiança, tanta simpatia... (dizia, lançando olhares ternos ao rapaz).

CECÉU SORRIU, SEM GRAÇA.

 D. SOLEDAD - Sabes, Cecelito... yo soy una mujer rica. Tengo muchas fábricas, petróleo, todos los bienes de mi esposo muerto, que se parece mucho a ti, o viceversa. Cuando te miro me recuerdas mucho de esto...

OS OLHOS DE CECÉU BRILHARAM.

 CECÉU - Fico feliz em saber que lhe trago boas lembranças do seu falecido...
 D. SOLEDAD – A hora podemos ir, Cecelito.

CORTA PARA:
CENA 7 - APARTAMENTO DE MONTEIRO PRADO - SALA -INT. - DIA.

MARCOS FOI Á CASA DO BANQUEIRO VER MALU E ESTRANHOU A EXPRESSÃO SOMBRIA DA NOIVA.

 MARCOS - O que aconteceu com você? Parece tão
perturbada...
 MALU - (estendeu-lhe o envelope com a carta anônima) Veja isso! Recebi ontem.

MARCOS ABRIU O ENVELOPE E LEU A CARTA.

 MARCOS - Isso é um absurdo! Não tem fundamento! Você não pode dar importância a uma bobagem dessas.
 MALU - Me senti péssima quando li isso... DOCE BALANÇO CAPÍTULO 36 PÁGINA 07
 MARCOS - Vem aqui... (abraçou-a, carinhosamente) Esqueça isso. Tem alguém querendo desestabilizar a gente... não podemos entrar nesse jogo... nem dar ouvido a essas calúnias. (mudou de assunto) Ah, tenho novidades! Estou procurando emprego.
 MALU - Que tipo de emprego?
 MARCOS - Eu não te falei que sou professor de Geografia? Pois então... estou procurando colocação na minha área. E tenho duas entrevistas marcadas para amanhã!
 MALU - (beijou-o, animada) Que bom, meu amor!

CORTA PARA:
CENA 8 - SALÃO DE CARMEN - INT. - DIA.

D. SOLEDAD ESTAVA SENTADA NA CADEIRA DE CABELEREIRO, RECEBENDO OS ÚLTIMOS RETOQUES DE CARMEN, QUANDO SENTIU-SE MAL.

 D. SOLEDAD - (levou a mão ao coração, nervosa) Mi corazón... Dios mio...
 CARMEN - Senhora, está passando mal? (chamou a assistente) Gina, traga um copo d’água, rápido!

D. SOLEDAD BEBEU A ÁGUA. RESPIROU FUNDO, MAIS
CALMA.

 D. SOLEDAD - Gracias... estoy mejor ahora...
 CARMEN - De qualquer maneira, não convém deixar a senhora voltar para casa sozinha. Quer que telefone para alguém vir pegá-la?
 D. SOLEDAD - (gemeu) Yo estoy en el hotel... DOCE BALANÇO CAPÍTULO 36 PÁGINA 08
 CARMEN - (indagou, aflita) Não tem uma pessoa, um conhecido, que venha pegar a senhora aqui?
 D. SOLEDAD - Sí, hay un muchacho... El telefono está em mi bolsa... Su nombre es Cecéu!

MINUTOS DEPOIS, CECÉU FOI BUSCÁ-LA. SAÍRAM DE BRAÇO, ELA AMPARADA NOS SEUS, E ELE MUITO ENCABULADO COM OS OLHARES TERNOS DA VELHA.

CORTA PARA:
CENA 9 - HOTEL IPANEMA PLAZA - SUÍTE - INT. - DIA.

O MÉDICO TOMOU A PRESSÃO DE D. SOLEDAD. OLHOU PARA ELA, COM AR SÉRIO.

 MÉDICO - O seu estado de saúde é realmente grave... Sinto muito, senhora...
 D. SOLEDAD - Sí, yo sé. Los médicos en México me deram solamente seis meses de vida. Yo sé que estoy condenada!

CORTA PARA:
CENA 10 - PENSÃO PRIMAVERA - RECEPÇÃO - INT. - DIA.

TATIANA PROCUROU SORAIA PARA DESABAFAR. ESTAVA MUITO PREOCUPADA COM O COMPORTAMENTO DO NAMORADO, CECÉU.

 SORAIA - (deixou seus afazeres de lado e puxou a amiga
para o sofá) Vem, Tatiana, senta aqui. Vamos conversar. O quê que tá acontecendo?
 TATIANA - Ai, amiga, pela primeira vez, eu tou desconfiada que o Cecéu tá me traindo.
 SORAIA - (surpresa) Nossa! Tem certeza? O Cecéu é tão apaixonado por você...
TATIANA - Pois é, mas com esse novo trabalho de guia turístico, ele conheceu uma mulher muito rica, e fica levando ela pra cima e pra baixo, pra mostrar a cidade. Isso tá me deixando muito irritada e... Ah, Soraia, não sei, não... Você conhece a idéia fixa do Cecéu em ficar rico...
 SORAIA - Amiga, esse é o trabalho dele! Do que você tem
medo?
 TATIANA - Quer saber? Tenho medo... que ele se venda por dinheiro! Pronto, falei!
 SORAIA - Que é isso, Tati! O Cecéu é meio enrolado, mas é do bem. Ele nunca faria isso com você!
 TATIANA - Será? E se eu te disser que ele deixou escapar que a velha mexicana gamou nele?
 SORAIA - Jura?
 TATIANA - Pois é... disse que é uma velha, mas não sei não... pode ter dito isso pra eu não ficar com ciúmes. Agora vive bancando a babá, e faz todas as vontades dela... Ontem liguei pra ele e tava no apartamento dela, no Hotel Ipanema Plaza, imagina! Agora me diz, Soraia, tenho ou não tenho motivos pra ficar com a pulga atrás da orelha?
 SORAIA - Calma, Tatiana... você tem que conversar com ele. Eu acho que não tem motivos pra ficar assim... Quem sabe ele só tá tentando faturar uns trocados a mais... O mais importante é que ele tá trabalhando...
 TATIANA - (levantou-se, decidida) Quer saber? Eu vou tirar essa história a limpo agora mesmo!
 SORAIA - Calma, Tati! Não vá fazer nenhuma besteira...
 TATIANA - (encaminhou-se para a porta, pisando firme) Ele que me aguarde!
SORAIA - Tati... espera! Não vá fazer nada que...

ERA INÚTIL. TATIANA ACABARA DE SAIR DA PENSÃO.

CORTA PARA:
CENA 11 - APARTAMENTO DE GERMANO - SALA - INT. -DIA.

ERAM QUASE 5 DA TARDE QUANDO MARCOS VOLTOU PARA CASA E ESTRANHOU A PRESENÇA DE GERMANO, QUE VOLTARA CEDO DO BANCO.

 MARCOS - Seu Germano, voltou mais cedo... Aconteceu alguma coisa?
 GERMANO - Me senti mal e saí mais cedo... mas já está tudo bem.
 MARCOS - D. Carmen já chegou?
 GERMANO - Não, mas deve estar chegando a qualquer momento... (mostrou-lhe o envelope sobre a mesa) Chegou esta carta pra você.

MARCOS EXAMINOU O ENVELOPE COM CURIOSIDADE.

 MARCOS - Estranho... não tem remetente... (abriu e leu) Fizeram o mesmo com Malu. A coitada estava deprimida porque também recebeu uma carta anônima acusando-a de ser a assassina de Diana!
 GERMANO - (arregalou os olhos) Que insensatez! Quem faria uma maldade dessas?
 MARCOS - Não sei. Leia.
 GERMANO - “Você está sendo enganado. Sua noivinha Maria Luísa Monteiro Prado é a verdadeira assassina de Diana Molina. Logo a verdade será descoberta! Assinado: um amigo” DOCE BALANÇO CAPÍTULO 36 PÁGINA 011 (levantou os olhos para o rapaz) Marcos, isso não tem cabimento! Você não pode se deixar abalar por uma calúnia dessas!
 MARCOS - Eu sei, seu Germano. Mas não posso deixar de me perturbar com tanta leviandade. Como o ser humano pode ser capaz de um ato desses?

CORTA PARA:
CENA 12 - HOTEL IPANEMA PLAZA - QUARTO DE D. SOLEDAD - SALETA DE ESPERA - INT. - TARDE.

NA SALETA DE ESPERA, CECÉU ANDAVA DE UM LADO PARA O OUTRO. O MÉDICO SAIU DO QUARTO.

 CECÉU - (correu ao seu encontro) Doutor... o que está acontecendo? Como ela está?
 MÉDICO - O senhor é filho dela?
 CECÉU - Não. Nada disso. Sou empregado da Agencia de Turismo Boa Companhia. Tou em serviço.
 MÉDICO - Ela diz que os médicos mexicanos lhe deram seis meses de vida!
 CECÉU - (arregalou os olhos, mal disfarçando a emoção) Seis meses!

O MÉDICO RETIROU-SE.

 CECÉU - (para si) Não é possível! Aí está a minha chance de ficar rico!

FOI INTERROMPIDO PELO CHAMADO NERVOSO DE D. SOLEDAD.

 D. SOLEDAD - Cecéu? Cecelito, donde estás? No me dejes sola!

O RAPAZ ENTROU NO QUARTO E ACERCOU-SE DELA. D. SOLEDAD TOMOU-LHE A MÃO E APERTOU-A CONTRA O ROSTO. LÁ FORA OUVIU-SE UMA GRITARIA INFERNAL.

CENA 13 - HOTEL IPANEMA PLAZA - SALETA - INT. -TARDE

 TATIANA - Que não pode entrar o quê! Eu sei que ele está aqui e vou entrar, nem que seja no peito!

A MOÇA ESTAVA INSULTADA, NERVOSA. DOIS FUNCIONÁRIOS DO HOTEL TENTAVAM BARRAR SUA PASSAGEM, MAS ENTROU CORRENDO NA SALETA. CECÉU APARECEU NA PORTA.

 CECÉU - Tatiana! Que é isso?
 TATIANA - Então é aqui que você trabalha! No quarto da gringa! Imagino o tipo de trabalho que você está fazendo!
 CECÉU - Pelo amor de Deus, pare de gritar! É que a velhota está doente. Teve um ataque do coração, quase morreu.. E tá desenganada pelos médicos!
 TATIANA - (desconfiada) Ah, é? Pois quero ver com meus próprios olhos!

FEZ MENÇÃO DE ENTRAR NO QUARTO DE SOLEDAD. CECÉU SEGUROU-A PELO BRAÇO.

 CECÉU - Tatiana, não faça isso! Seria uma desumanidade. Que é que os mexicanos vão pensar de nós? Da nossa hospitalidade?

TATIANA LARGOU-SE, SÚBITO, DE SUAS MÃOS E EMPURROU A PORTA DO QUARTO. A VELHA ESTAVA ESTIRADA NA CAMA,COBERTA POR UM LENÇOL.

 TATIANA - (sussurrou) Nossa! Que é aquilo! Puxa! DOCE BALANÇO CAPÍTULO 36 PÁGINA 13
 CECÉU - Convenceu-se?
 TATIANA - É... é preciso ter estômago de avestruz!
 CECÉU - Eu não lhe disse? Só mesmo muita necessidade de trabalhar, como eu tenho. Muito espírito de sacrifício!

A VOZ DE SOLEDAD CHEGOU ATÉ ELES.

 D. SOLEDAD - Cecéu?... Cecelito?... Dónde estás, mi amor?...

TATIANA ENCAROU CECÉU, COM RAIVA, DEU-LHE AS COSTAS E SAIU.

CORTA PARA:
CENA 14 - APARTAMENTO DE GERMANO - QUARTO - INT. - NOITE.

GERMANO OUVIU UM RUÍDO NA PORTA E ENTROU NO QUARTO Á PROCURA DE CARMEN. PELO BARULHO DO CHUVEIRO, COMPREENDEU QUE ELA ESTAVA NO BANHO. GERMANO, PORÉM, NOTOU QUE A SUA BOLSA ESTAVA SOBRE A CAMA. INSTINTIVAMENTE, ABRIU A BOLSA E, PARA SUA SURPRÊSA, ENCONTROU UMA CARTA. CARMEN SAIU DO BANHEIRO E EMPALIDECEU.

 CARMEN - O que você está fazendo?
 GERMANO - (mostrou-lhe a carta, acusador) Você escreveu esta carta, como escreveu todas as outras! Então você é a autora das cartas anônimas! Você, Carmen!


FIM DO CAPÍTULO 36

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