38º
capítulo – Iury transa com Milene! (BOMBA!)
Pelo fato de 01 de janeiro ter caído num dia
útil, logo no dia 02 as atividades tanto no litoral quanto em Curitiba voltam
ao normal.
Laly continua sofrendo por ver Dorminhoco e
Fuinha brigados e ambos estão apaixonados por ela, o que dificulta mais ainda a
situação da moça.
-Ser bonita às vezes é problema. - Tia Conceição
comenta enquanto varre a calçada do lar onde mora com Abílio e os filhos
Som: Meu primeiro amor – Wanessa.
Mayra e Fernanda sofreram com a ressaca, foram
punidas pelos progenitores, mas já foram liberadas do castigo, então aproveitam
a calmaria dos primeiros dias do ano jogando conversa fora sentadas na areia da
praia.
-Se eu te contar esse babado, você cai dura.
-Transou com o Mário?
-Se eu falar isso, ele termina comigo.
-O que é, então?
-Iury ainda ama a Laly.
-E como sabe? Falou com ele?
-E você acha pouco chorar na virada do ano?
-Ele chorou?
-Eu o vi chorando escondido em um canto pra
ninguém ver. Ah se a megera sabe...
-Deveria
saber...
Som: Ordinary world
(acoustic) – Duran Duran.
Passei a noite toda
chorando. Que belo modo de começar o ano!
Após um
farto almoço em família, Dani e eu fomos encontrar os meninos. Para Dorminhoco,
estávamos juntos, tanto que ele fez questão de me cumprimentar com um beijo.
-Oi Lalinha. O que você teve ontem?
-Uma dor de cabeça, mas já estou melhor. –
respondi
-Mesmo?
-Sim, Dorminhoco. Não foi nada demais.
-Tem certeza?
-Você
já ta enchendo o saco com essas perguntas, cara. Ela já não te respondeu? –
Fuinha ergueu a voz com o irmão
-E
você fica na tua, boca de lata. Não pedi tua opinião.
-Melhor
ser um boca de lata do que um bêbado.
-Pelo
menos eu tenho competência pra pegar mulher e você não.
Fuinha,
ofendido, voltou para casa. Daniela e Everton não se pronunciaram, mas assim
como eu, estavam constrangidos.
-Esse Fuinha é um chato... – retrucou Dorminhoco
tentando me abraçar e eu me afastando para dar a entender que foi só uma ficada
Gostaria
de ter a frieza do Iury e fingir que estava de boa, ficando com outro, contudo,
simplesmente não sei enganar.
Dorminhoco
beijava bastante bem, até porque era experiente. Não fazia o tipinho cavalheiro
nem na aparência. Era branco, gostava da barba mal feita e era cabeludo, falava
tanta gíria que eu ficava tonta. Dorminhoco integrava o estilo que meu pai
certamente repudiaria.
Fuinha
usava óculos fundo de garrafa, era tão tímido que gaguejava pra falar comigo e
mal me olhava nos olhos. Para ele a vida consistia em estudar. Os poucos
programas que fazia era porque Dorminhoco o arrastava.
Fuinha
segurava vela e colecionava foras. Por não ter a mesma autoconfiança do irmão,
vivia a sombra dele.
Som: Olhos certos – Detonautas.
Iury continua ministrando aulas de surf a Milene
e eles vão adquirindo certa intimidade.
Milene faz de tudo para que Iury a toque, pois
seu maior interesse está subentendido e ela, diante dele, finge que não.
-Se continuar assim, até o final do verão você
me supera.
-Bobagem, Iury. O surfista aqui é você, meu
bem...
Deitados na areia da praia, Iury e Milene vão se
aproximando cada vez mais e a libido da adolescente vai ficando cada vez mais
incontrolável à medida que os beijos vão ficando mais longos e ardentes.
-Iury...
-Milene, não dá... – Iury se senta na areia para
recuperar o fôlego
-Não dá por quê? – Milene tenta fingir
descontentamento
-Eu não me sentiria digno fazendo isso.
-Você será o primeiro. – mente o acariciando
-Eu sei disso, mas acho que você é muito nova
pra isso, Milene. Não ta pronta.
-E como você sabe?
-Seu corpo ainda não ta formado e você ainda não
ta madura pra assumir esse tipo de responsabilidade, meu amor. Primeira transa
é um marco muito importante. Não dá pra ser um ato impensado.
-E se eu disser que quero que seja com você e
tem de ser agora. – Milene beija Iury
-Você ta mesmo pronta?
-Eu te amo demais, Iury. Não quero esperar nem
mais um dia... – pensa – Que patético! Só você e meu pai acreditam que eu sou
virgem...
Som: Time after time – Cindy Lauper.
Fernanda não conversa com o namorado desde a
virada do ano, mas quando está caminhando sozinha pelo calçadão, o encontra em
uma barraca de coco verde e o aborda.
-Ei sumido... – assobia – Esqueceu-se de mim?
-Fernanda?
-Ah ta... Pensei que ia passar reto...
-Não...
-Não, é? Sumiu quando eu mais precisei...
-Fernanda, entenda...
-Eu sei... – irônica – O filhinho do pastor não
pode ser visto enchendo a cara com a ímpia porque será condenado a chama
eterna. Não sei como você suporta levar duas vidas tão distintas. Não tem medo
de um dia ser flagrado?
-Te
garanto que sou esperto o bastante pra não deixar isso acontecer.
-Torço por você.
Som: Head over Heels –
Tears for Fears.
Iury sabe que terá problemas caso leve essa
relação a sério, mas o desejo de se vingar de Laly torna-se tão grande que em
menos de meia hora o surfista está entrando na casa de Milene e a carregando no
colo para possuí-la.
Ao se deitarem na cama, Iury e Milene se beijam
profundamente enquanto se despem debaixo do cobertor e Iury a penetra
alternando a tensão com beijos e carícias para deixar a namorada mais segura na
relação, sem saber que a prima de Laly perdeu a virgindade muito antes do que
se supõe.
Milene é cínica a ponto de fingir a dor do
rompimento do hímen como se fosse uma inexperiente, embora sua vontade seja rir
na cara do namorado.
-Agora você é todinho MEU, Iury. Agora
Lalinha não tem vez... Aliás, isso a princesinha não fez, não é mesmo? – pensa
a psicopata
Quando o ato sexual chega ao fim, Iury e Milene
dão um último beijo e ela o abraça.
-Foi a melhor tarde da minha vida. – mente
Milene
-A minha também. Espero que tudo tenha sido como
você queria.
-Foi muito melhor do que eu queria. – encena –
Mas eu ainda quero mais que isso...
Som: Uma carta – LS Jack.
Aimée continua deprimida porque Iury nem sequer
deu sinal de vida. Fernanda, preocupada com a irmã, resolve falar sério com
ela.
-Até quando vai ficar aí chorando pelo traste?
-Ele é o amor da minha vida, Fer. Entende isso.
-Se ele fosse digno do seu amor não faria o que
ta fazendo. Eu se fosse você já tinha mandado esse cara pastar faz tempo. – Fer
se senta ao lado de Aimée no sofá
-Fala isso só porque o filho do pastor só falta
lamber o chão que você pisa.
-Falo isso, irmã, porque quero seu bem. Não
gosto de ver minha ruivinha linda esparramada nesse sofá deixando de viver a
juventude por causa de garotos. Você sabe que merece coisa melhor e vai
conseguir. – as irmãs se abraçam
Som: Ordinary world
(acoustic) – Duran Duran.
O clima
entre os irmãos Dorminhoco e Fuinha estava tenso. Ambos mal trocavam uma
palavra!
Me senti
muito culpada por estar separando Dorminhoco e Fuinha. Não era minha intenção
em momento algum. Deus sabe disso.
Dorminhoco
dava a entender que queria namorar comigo, no entanto Fuinha também queria e
estava enraivecido por não ter os atributos do oponente, já que em sua cabeça
isso faria com que eu me apaixonasse por ele.
De
qualquer forma, o tempo estava acabando e eu teria de voltar para meu
verdadeiro lar. Era estranho, mas eu me sentia feliz por isso, mesmo sabendo
que quando chegasse lá a dor e todos os problemas estariam me aguardando.
Vim a
Curitiba para me divertir e estava destruindo a amizade de dois irmãos. Não
sabia como terminar essa história sem nenhum coração sair magoado.
Dani me
aconselhou a não ceder aos encantos do Dorminhoco porque ele não era muito
confiável e por me conhecer sabia que o Fuinha não fazia meu tipo. Tia
Conceição achava que eu deveria esperar um tempo e conversar com o Iury, pois
me dizia que beijar uma pessoa para esquecer outra é sofrer duas vezes.
Tio Abílio
me achava nova demais pra estar tão encucada com dilemas e paixonites, porém
sempre me garantiu que o amor verdadeiro suporta todas as adversidades e
termina bem, também pudera, ele e a Tia Conceição eram o casal mais próspero
que eu tive a oportunidade de conhecer.
Túlio,
irmão caçula da Dani, tinha só 8 aninhos, então não entendia quase nada do que
estava acontecendo na casa. Ele era a alegria de todos nós.
Eu
embarcaria de volta para minha cidade no domingo à tarde e desde o ano novo
nada mais tinha graça. Eu vivia tentando fugir do Dorminhoco e do Fuinha e
sabia que estava só piorando tudo, até que no sábado a Dani e o Everton
propuseram-se a fazer um piquenique de despedida para mim no Parque Barigui
onde ganhei muitas lembranças dos meus amigos os quais não mencionei muito, mas
foram de suma importância para que conseguisse me desligar do inferno que vivia
antes de viajar.
Todos
compramos filmes de 36 poses e registramos todos os últimos momentos juntos.
Sabíamos que a partir do vestibular nossas vidas mudariam para sempre, pois
cada um de nós pretendia seguir uma área e viveríamos nossos sonhos, refaríamos
nossos círculos de amizade e nos esqueceríamos.
Por mais
que prometamos que vamos nos falar pra sempre, estamos mentindo! Depois de
certo tempo nós naturalmente nos afastamos. É inevitável!
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