quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Confissões de Laly Cap 109: Então é Natal! - final

Então é Natal! – final

As portas do ônibus se fecham. Mayra, com o impacto da repentina bofetada, pisa em falso e cai na calçada. Pepo, desesperado, se ajoelha:

-MÃEEEE!

Nilton puxa o braço de Pepo com violência:

-Você vem comigo.


-Não vou! – o menino protesta – Vou ficar com a minha mãe.

-Me obedeça, Pepo.

-Eu não quero. – se acocora e beija a testa de May – Acorda, mãe, por favor.

-Sua mãe vai pro lugar onde ela merece... Pro inferno...

-Por favor, pai... Mamãe não merece isso...

Fernanda e Gilberto chegam ao mesmo tempo e impedem Nilton de empurrar o corpo desmaiado de May no asfalto.

-NÃO, NILTON, POR FAVOR. – Fernanda berra desesperadamente

Gilberto, a paisana, atira-se em Nilton. Fernanda tenta acordar Mayra. Pepo chora muito:

-Ele tentou matar mamãe.

Várias pessoas se aglomeram ao redor do local de embarques e desembarques por conta do ocorrido.

-Por que ia fazer isso, Nilton?Perdeu o juízo? – Gilberto grita com Nilton

-Quem perdeu o juízo foi Mayra. – Nilton tenta se justificar

-Foi você. Iria mata-la?Iria mata-la na frente do próprio filho?

Mayra, um pouco zonza, acorda, mas precisa de ajuda para se levantar. Fernanda a conduz até um banco de madeira e Pepo a acompanha. Algumas senhoras, comovidas, se oferecem para ajudar May.

-Só pelo tumulto causado você deveria ser denunciado, mas como hoje é Natal, ainda quero acreditar que você é um bom sujeito e vai negociar pacificamente com Mayra. Olha só isso, Nilton. Precisava de todo esse alarde por nada?Precisava de tanta violência para uma causa que poderia muito bem ser resolvida com um acordo?

-Mayra não vai chegar a 1 cm de Pepo. Nunca mais.

Nilton tenta alcançar Mayra para agredi-la fisicamente, mas Gilberto contém a fúria do gordinho e avisa.

-Eu não costumo utilizar os punhos para resolver meus problemas, porém, se você encostar um dedo que seja na Mayra, que é como uma filha pra mim, eu arrebento você e te coloco na cadeia. Ao menos espero que tenha a humildade em ressarcir D. Emília pelos danos materiais...

Para não prejudicar Nilton, Gilberto e Fernanda concordam em dizer que May teve um mal estar súbito ao entrar no ônibus, porém a mãe de Pepo não concorda:

-Estão acobertando outro Gustavo por aí. Isso eu não vou tolerar...

Som: Flores (acústico) – Titãs & Marisa Monte.

Ao fim da noite Edílson dorme enquanto Eleonora e Gus fuçam o laptop de Laly.

-A cadela é mais esperta do que pensávamos. – Eleonora admite – Ela não se convenceu nem um pouquinho na noite de hoje.

-Presumo que seu curso de teatro foi um fracasso. – Gus e seu sarcasmo

Gustavo percebe que na porta entreaberta da estante da sala há vários vhs de Judy Pankekinha.

-Fã da Pankekinha?

-Edílson... – risadinha maliciosa

Enquanto isso, no jardim...

Lílian e Yasmin trocam seus presentes de Natal.

-Esse presente aqui eu escolhi com muito carinho pensando em nós duas. – Yasmin entrega o pequeno embrulho a Lilian – Espero que goste

-Meu presente também é simples.

Lílian abre o presente e encontra duas pulseirinhas coloridas.

-Pulseirinhas da amizade eterna?

-Exatamente. Minha mãe ganhou da melhor amiga dela quando tinha a nossa idade, então já que você é minha melhor amiga, te dei uma igualzinha. Enquanto nós estivermos com nossas pulseiras, seremos amigas para sempre.

-Mas é claro que nós seremos amigas para sempre. – Lílian abraça Yasmin e uma coloca a pulseirinha na outra – Amigas para sempre.

Abel, gesticulando, faz Laly rir.

-Agora acabou tudo mesmo. To solteiro, desimpedido e trabalhando como ajudante de Papai Noel.

-Ta, mas depois do Natal vai fazer o que da vida?

-Não posso falar agora, mas no dia 06 você saberá.

-Dia 06?

-Nem mais uma pergunta, leoa. Tudo no seu tempo.

-Será a versão 2003 do homem pulga?

-Só se você encarnasse Judy mais uma vez.

-Ih, meu filho, já me aposentei faz tempo.

Voltando a casa de Edílson...

-Já estou farta de ler essas coluninhas sobre os relacionamentos fracassados dela. Não tem nada melhor?

-Tem e eu vou descobrir. – Gustavo garante

-Quando?

-Ta querendo ensinar o padre a rezar a missa?Que eu me lembre, o cérebro aqui sou eu, esfomeada. Ou me segue ou cai fora, mas sabe que se o fizer, não sobrevive para contar história nenhuma.

Edílson, bocejando, acorda e percebe que Gus ainda está presente.

-Ei Gus, ainda por aqui?

-Pois é, seu Edílson, ta meio tarde, mas me sinto tão acolhido por aqui que tenho vontade de morar com vocês.

-Então está convidado. Assim você pode aos poucos conquistar o perdão de Laly.

-Não morro sem ver Laly me perdoando. Laly é a mulher da minha vida e eu nunca desistirei de ouví-la dizer que me ama.

-E não deve. – Eleonora concorda com ciúmes – Se esse sentimento não fosse tão forte não seria amor.

-Em breve Laly se renderá. Eu vou acabar com a vida dessa cadela. – Gus pensa

Sem muitas novidades, o Natal acaba...

Toca Já é – Lulu Santos.

Iury volta de viagem porque fará plantão na noite de réveillon. Nilton escapou da merecida prisão, mas levou Pepo para Joinville e o garoto, por ter presenciado o pai espancar a mãe, o repudia.

-Eu quero voltar pra casa. Eu quero a minha mãe.

-Você nunca mais verá sua mãe. Agora seremos você, Naira e eu.

-Eu não gosto da Naira. Eu quero a minha mãe.

Gustavo foi morar com Edilson e Eleonora. Enquanto o pai de Laly sai para trabalhar, Gus e Eleonora transam e espionam a residência dos Gallardo.

-Odeio crianças. – Eleonora bufa olhando para a janela

-Por mim elas não existiriam. – Gus concorda apesar de ter determinados pensamentos em relação a elas

-Por que não crescem de uma vez?

 Neste momento Laly está sentada no gramado com Lílian, Bruna e Yasmin. As quatro riem e brincam de adoleta, amarelinha, pula corda e até tomam banho de mangueira.

Som: Angel – Jon Secada.

Mesmo enfrentando momentos de extrema humilhação, Mayra, mais do que na hora, resolve voltar a estudar. Para isso, irá fazer sua matrícula para o ano letivo de 2003 no colégio onde estudava até engravidar e abandonar os cadernos.

-Me sinto ridícula por ter 25 anos e ter de estudar com meninas de 15, 16, que não foram burras como eu a ponto de achar que Nilton era o melhor que iria conseguir...

Ainda perto do portão, May se encontra com o zelador, que sem saber do que ocorreu, avisa:

-Querida, você já fez a rematrícula do Pepo.

-Eu sei, mas eu não vim pra isso.

-Vai tirar o guri do colégio?

-Voltarei a estudar.

-Você? – o homem parece debochá-la

-Por que?Algum problema?

-Não. Nenhum.

-A secretaria está aberta?

-Só até o meio-dia.

Entrando na instituição, May vê os quadros dos formandos de todos os anos, incluindo 1991, ano em que Laly, Iury, Nilton e Naira se formaram.

Mayra se lembra do Nilton covarde e meigo com quem conviveu por mais da metade da sua vida e contém o choro:

-Como alguém pode mudar tanto e de repente?Como isso aconteceu, Deus?Acho que será algo que nunca compreenderei...

Caminhando pelo corredor da escola que dá acesso a secretaria, Mayra, desatenta, esbarra em um belo rapaz...

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