Eu ali naquele chão e as pessoas todas rindo de mim, e do "Ave Maria" que eu falei, não sabia o que fazer: se eu corria, se eu ficava parado...
Eu permaneci do mesmo jeito que estava tentando entender o porquê de tanto ódio de mim por parte daquelas pessoas. Eu mesmo pensei que o que tinha acontecido comigo e com Madalena (que já tinha um ano) já era passado.
Até que uma mão, angelical, tocou minhas costas, e uma voz, suave, que eu escutei poucas vezes, mas que conhecia bem, disse:
- Vem Berg, eu te ajudo.
(Toca a Música Equalize da Pitty)
Eu olhei pra cima só pra ver o rosto da minha heroína: Valentina, minha Aeon Flux. Parecia que todos os meus sonhos e pensamentos bobos tinham se tornado realidade.
Sem pensar duas vezes eu segurei na mão dela, e enquanto eu me levantava daquele chão imundo eu pensei estar flutuando. Depois, voltei a si.
- O..ob...obrigado!
Logo depois, meus outros dois verdadeiros amigos, Ludi e Rafa, vieram. Eles estavam tentando ultrapassar a multidão para me ajudar. Eu percebi que até a diretora e alguns professores estavam rindo. Tentando disfarçar, mas estavam.
Eu ainda troquei olhares com ela, por alguns momentos. Foi mágico.
- Vambora tirar ele daqui, ele tá em choque. - ouvi alguém dizer enquanto ficava olhando pra Valentina. Acho que era o Rafa.
Saíram me puxando pelo braço até uma das salas.
********
(Música: Red Hot Chili Peppers - under The Bridge)
- Tá mais calmo, Berg?
- Acho que sim...
Eu tentei ser forte, mas era muito difícil viver em um lugar onde 99% das pessoas me odiavam ou queriam me ver humilhado. Ludi notou que uma lagrima escorria do meu rosto.
- Tá chorando, Berg?
- Eu ... eu não tô... - tentei dar uma de fortão, mas minha voz embargada entregava a minha fraqueza.
- Calma, Berg! - Valentina disse o meu nome!
Foi mas forte do que eu, abracei Ludi e comecei a colocar as lágrimas que eu prendia para fora junto com minhas mágoas, que eu cultivei por tanto tempo:
- Não aguento mais, vou desistir de tudo! Não sei vocês mas pra mim não dá mais.... Todos me odeiam! Será que eu tenho que mudar? Ser um moleque como eles?!
Valentina abaixou-se perto de mim e disse:
- Olha Berg, eu sei que esse é o seu nome porque você é muito conhecido aqui na escola porque você age como você mesmo: Uma pessoa inteligente, simples, ingênua... eu odeio injustiças e por isso eu te ajudei. E sempre vou ajudar porque admiro pessoas assim. - ela estendeu a mão - prazer, Valentina. Quero muito ser sua amiga. E você?
Minha consciência responderia: " Que amigo o quê?! Eu quero ser o seu homem e ficar do seu lado pelo resto dos nossos dias. Dias esses que serão muitos. Quero ter filhos com você e te fazer a mulher mais feliz desse mundo!"
Mas eu respondi:
- Tudo bem... obrigado!
Ela me deu um abraço
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