O momento parecia não ter fim. Viajei nos lábios da Valentina e ela nos meus. Como foi bom! Mas tudo o que é bom tem um fim, mas sentia que aquilo iria se repetir quantas vezes nós quiséssemos. Depois do beijo, ela abriu um sorriso e disse:
- Então quer dizer que...
- Que...
- A gente tá namorando?
- Estamos?! Quer dizer... estamos sim.
Valentina me deu um abraço e mais um beijo. Como era bom vê-la sorrindo!
- Bom, é melhor a gente ir pra casa. A gente ficou aqui e nem percebeu o pessoal esbarrando na gente.
Quando terminei de dizer aquilo, Valentina desfez o sorriso.
- O que foi? Não quer voltar pra casa?
- Er... Não, não é isso.
- E o que é então?
- É que eu não quero ficar longe de você.
- Você não vai ficar longe de mim. Basta ficar pensando em mim, que vou estar pensando em você. Me promete uma coisa?
- O quê?
- Não vem mais aqui. A não ser que seja pra pegar um ônibus.
- Por você eu vou fazer qualquer coisa. Até abandonar as drogas. Sabe, nunca ninguém disse aquilo pra mim.
- Eu quero te dizer outra coisa que eu nunca disse à ninguém antes.
- O quê?
- Eu te amo. Eu te amo Valentina!!! - fiz questão de gritar aos quatro ventos.
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(♫ 3 Doors Down – Here Without you ♫)
Pelo caminho todo, e em casa também, as imagens vinham na cabeça. A declaração (tanto minha quanto dela), o beijo, depois do beijo...
Suspirava como um menino apaixonado. Putz, eu era um menino apaixonado!
Como eu desejei para aquilo acontecer! Nossa, se eu não tivesse tomado aquela decisão, não ficaria sabendo dos sentimentos dela.
******
Mas percebi que eu não era o único que andava suspirando por aí não. Minha irmã mais velha, a Andreza também.
- Tá com cara de apaixonada Andreza.
- Ah, cai fora moleque, você não sabe o que é isso. Nem tirou a catinga do mijo ainda...(irmãs mais velhas... ¬¬)
- HAHA! Andreza, você tá falando com o cara mais feliz do mundo.
- Ah, e quem é a infeliz? Brincadeira, você tá namorando Berg?
- Sim! E você, não vai me dizer quem é que tá te fazendo ficar bobona assim não?
Ela ficou calada um tempão e disse:
- Melhor não. Depois, quem sabe você fica sabendo. Esse meu namoro você não vai estragar com seu ciúme bobo. Vou sair. Tchau.
Diário do Rafa
Caramba, passei pelo maior perrengue. Comecei o namoro com uma menina mais velha que eu alguns anos. Mas ela me entedia, e eu entendia ela. Isso que importava.
O problema é que ela disse que o irmão dela é muito ciumento. Nem o pai é tão ciumento assim. Se o irmão dela não simpatizasse com o namorado, ele ficava infernizando. Sempre foi assim.
Sei lá, será que o Berg se importaria se eu namorasse a Andreza?
Diário de um Nerd
Aah, a Andreza namorando? Podem me chamar de besta, ciumento, bobo, mas eu tinha que saber quem era que tava namorando minha irmã. Por mais que ela fosse chata, era foda ver ela sofrer.
Segui-a. Fomos parar na tal pracinha do colégio. Lugar onde se começam e, talvez terminam-se relacionamentos. Fiquei olhando de longe ela sentada no banco. Foi quando um cara se aproximou e deu aquele beijo nela. Estava sem o óculos e daquela distância não conseguia ver nada direito.
- Ãn? Rafa, cê tá pegando a minha irmã e não pediu a minha permissão?!
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