segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Confissões de Laly Cap 107: Então é Natal! - parte 2

Então é Natal! – parte 2

Mayra abraça Pepo com todo amor do mundo e rodopia com ele. Naira não contém a emoção. May sente-se mal por ter sido injusta com a irmã:

-Irmã, vem cá. – May faz sinais com as mãos para chamar Naira

-Pensei que não quisesse me ver.

-Claro que quero!

-Queria fazer uma surpresa.

-Terá problemas com Nilton.

-Não me importo. Só quero ver minha irmã e meu sobrinho felizes ao menos hoje.

-Queria me desculpar por ter dito aquelas coisas horríveis aquela vez...

-Eu sei que você não disse com a intenção de me magoar. Estava nervosa, angustiada, preocupada. O importante é que você e Pepo estão juntos agora.

Mayra e Naira se abraçam com força como não acontecia há pelo menos 10 anos, desde que Naira internou-se no convento.


Pepo acaba participando do abraço e aproveita o momento para sentir o perfume da mãe misturado ao calor do corpo e se lembra com carinho dos tempos em que tinha May por perto a hora que queria e até se irritava de tanto que Mayra se preocupava. Flashback do Show de Talentos.

-Ai mãe, para com isso. Está me envergonhando.

-Por acaso é algum pecado amar o próprio filho? – Mayra pergunta

Pepo gostaria de fazer o abraço de Mayra durar por toda a eternidade e justamente por saber que nunca mais as coisas serão como antes, percebe o quanto ama a mãe, algo tão subentendido e essencial desde então.

 -Senti tanta saudade, mamãe.

-Eu também, meu amor. – May afaga a cabeça de Pepo – Eu também senti.

-Por que não conversam um pouco?Eu já volto... – Naira avisa e vai dar uma volta pela rodoviária

Pepo está com sua mochilinha nas costas e com o yorkshire no colo. May faz carinhos na cabeça do cão e comenta:

-Gostou dele?

-Sim.

-Já tem nome?

-Bolinha. Gostou?

-Bolinha... Legal... Seu pai não era nem um pouco favorável ao cão, mas eu já o havia reservado desde antes de ele (Bolinha) nascer. Quando o vi pela primeira vez sabia que você também o amaria.

-Nunca amei tanto um bichinho como já amo o Bolinha.

-Aposto que foi o melhor presente de Natal que você ganhou.

-Não, mãe. O melhor presente eu ganhei agora... – emocionado – Eu pedi a Deus pra te ver... E Ele realizou...

O ônibus de Mayra está para seguir rumo a capital paranaense e a jovem precisa embarcar ou perderá a viagem.

-Já vai, mãe?

-Vou para Curitiba.

-Queria ir com você.

-Não pode, meu amor. Terei problemas com seu pai.

-Eu quero ficar com você. Não com ele.

-Eu queria ficar com você também, mas se seu pai souber que nos encontramos... Ah... ele vai ficar furioso...

-Não importa. Eu vou com você.

Pepo coloca o cachorrinho dentro da mochila e a deixa um pouco aberta para o animal poder respirar durante a viagem. Como Emília desistiu de viajar na última hora, Pepo aproveita a passagem da avó e eles se sentam juntos.

Naira, que estava perambulando pela rodoviária, retorna ao local onde May estava e se informa de que o ônibus em que a irmã estava acabou de partir.

-Se Nilton souber disso, adeus Natal! – Naira se aflige

Som: Por onde andei – Nando Reis.

Borboletas no estômago.

Não estava exatamente apaixonada. Nervosa inadmissivelmente. Após 10 anos estaria frente a frente com meu pai.

A distância da casa de Gilberto até a de meu pai não passava de alguns metros e, no entanto, parecia prolongar-se. As luzes da vizinhanças me entonteciam e faltava-me força para continuar caminhando.

Faltava-me argumento. O tilintar do terror fez-se ouvir de forma a ensurdecer os sentidos. Era a hora da verdade.

-Gustavo?

Debochadamente satânico. A barba enojava-me. Sorria com o canto do lábio.

-Assustada?

Mal tive tempo de me pronunciar. Eleonora o abraçou por trás e sorria alegremente ao me ver.

-Que bom que aceitou nosso convite, Lalinha.

-Feliz Natal. – estendi a mão para cumprimenta-la

-Igualmente.

-Não estou interrompendo o momento em família? – Gustavo continuava cínico e intrometido

-De forma alguma, Gus. – para mim – Não se importa, não é?

Me importo. Muito.

Era realmente uma brincadeira de muito mal gosto me chamar para cear com meu pai e ter de aturar o homem que destruiu minha vida.

-Se quiser, posso ir embora. – Gus continuava chantagista – Não sei se Lalinha quer me ver depois de tudo que falaram de mim por aí.

Realmente queria vê-lo enterrado, ardendo no mármore do inferno e pagando por todo mal feito não só a mim.

-Lalinha!Não acredito!

Ao ver meu pai, tornei-me aquela menininha de 5 anos que ceou no meio da mesa ao lado do casal mais lindo de que tinha conhecimento.

Ele tomou a iniciativa de abraçar-me. O correspondi e ele chorou também, afagando meus cabelos como se jamais tivesse me visto. O passado renegado estava em seus braços.

-Lalinha!

-Oh meu pai!

Caprichei tanto na maquiagem para logo nos 5 primeiros minutos estar parecendo um guaxinim.

Eu sempre quis que meu pai me amasse. Sempre desejei ser por ele amparada e não precisar mais temer nada nem ninguém. A cena só não foi mais bonita e emocionante porque o simples fato de rever Gustavo apagava todo e qualquer sentimentalismo latente.

Som: Fogo – Capital Inicial.

Iury foi passar o Natal com os parentes em Joinville.

A casa do avô materno de Iury está cheia de parentes, convidados, crianças correndo, tv ligada, mesa enfeitada, pratos diversos, conversas paralelas, mas o médico é indiferentes os ruídos e festejos ao seu redor.

Em silêncio, de frente para a sacada, Iury contempla a visão de Joinville e admite a tristeza que sente ao ter saudades de quem já foi, do que não mais terá e de todos os sonhos que hoje são apenas lembranças.

Antes que esquecesse, telefona para Laly. Como a protagonista não está presente, quem o atende é Lílian.

-Alô?

Iury imagina a filha usando vestido vermelho (e ela realmente está com um) e não contém o choro.

-Alô?Quem é? – Lílian insiste

-Feliz Natal, minha filha.

Gilberto para em frente ao telefone.

Está quase tudo pronto para a ceia dos Gallardo. Fernanda está colocando os guardanapos ao lado dos pratos.

-É trote, vô. – Lílian desliga o telefone

-Poderia ser Gabriel.

-Era Iury. Acho que está bêbado. Disse: feliz natal, minha filha.

Gilberto se preocupa.

-Que bom que desligou. Ele poderia lhe falar besteiras.

Uma buzina é ouvida em frente a casa. Gilberto caminha até a porta para ver.

-O que esse cara ta fazendo aqui?

Abel, sorrindo, chega vestido de Papai Noel carregando um saco vermelho enorme nas costas e portando uma sidra com uma das mãos:

-E aí, seu Gilberto?Feliz Natal!

Fernanda já está atrás do pai. Começa a rir da situação.

-Vão deixar o Papai Noel entrar?

-Você ta mais pra uma rena reumática. – Lílian tira sarro de Abel

-Se veio procurar a Laly, perdeu a viagem. – Gilberto avisa

Abel, colocando o saco vermelho ao lado da árvore de Natal, respira fundo, se senta no sofá e avisa:

-Papai Noel veio cear com uma família muito especial.

-Quando a Laly souber dessa, cai de costas. – Fernanda comenta com Lílian

Som: One last breath – Creed.

Nilton e Naira estão assistindo a especiais natalinos na tv enquanto esperam o peru assar. Emília foi assistir a uma missa especial na paróquia em que é frequentadora assídua. Ela passará a noite de Natal com Naira para poder, implicitamente, aproximar-se de Pepo, que para todo efeito, está brincando com Lílian na casa de Gilberto. Mesmo assim, Nilton está apreensivo:

-Naira, eu não tinha te pedido para buscar Pepo?

-As crianças insistiram para ele ficar mais um pouco, Nilton. Fez bem para Pepo, ainda mais com tudo que vem acontecendo.

-Já dei o cachorro a ele. O que mais você quer que eu faça?

-Poderia permitir que Pepo e Mayra pudessem se ver.

-Nem morto. – se levanta do sofá e apanha o molho de chaves no aparador – Vou buscar Pepo agora mesmo.

-Não será possível.

-Por que não?

Aflita, Naira se vê obrigada a admitir que Pepo e Mayra fugiram.

CONTINUA... 

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